JEFFOs dias passam devagar e eu passo a maior parte deles no quarto com dois pequenos ômegas, mas especialmente, com Cassie. A pequena ômega tem passado horas a fio comigo e, por mais que eu diga que estou bem, que posso ficar sozinho, no fundo eu fico esperando pelas duas batidinhas na porta que antecedem sua entrada. Ela vem e traz junto seus brinquedos. Nem sempre estou disposto a brincar com ela, e é nessas horas que ela liga a TV e põe algum desenho, sobe na cama e se aninha a mim. Esses momentos tornaram-se os meus favoritos, são os únicos em que não sinto falta da minha filhote.
Talvez seja errado me sentir assim, mas quando estou com Cassie, é como se não faltasse mais nada. Quando Barcode se junta a nós, o sentimento se intensifica. Sinto algo que jamais achei que poderia sentir: segurança, plenitude, estabilidade… casa. Sinto-me em casa com eles. Mas, no fundo, sei que é apenas uma ilusão. Cassie não é minha filhote, Barcode não é o meu alfa, essa mantilha não me pertence. Dói, mas é a verdade nua e crua. E quanto mais cedo eu a aceitar, menos doloroso será quando eu os vir partir.
Cassie me disse que suas férias vão terminar ainda essa semana e que ela não está nem um pouco ansiosa para voltar à cidade onde mora; ela não quer ficar longe do primo e dos tios, e nem de mim. Confesso que me emocionei ao ouvi-la me incluir.
Deslizo o roupão sobre os meus ombros, deixando meu peito à mostra. Levo uma mão ao meu mamilo, tocando-o delicadamente. Está sensível e dolorido, como acontece no meu período de calor. Tento ignorar a dor e me concentrar em outras coisas, mas a sensibilidade parece estar aumentando a cada dia. Além disso, sinto um cansaço constante, como se um peso invisível estivesse sobre meus ombros.
Minha barriga também tem estado mais sensível ao toque, e frequentemente sinto uma leve náusea, principalmente pela manhã. Tento não pensar muito sobre isso, mas é difícil ignorar esses sinais. São pequenos detalhes que se somam e me fazem questionar o que realmente está acontecendo com meu corpo.
Barcode tem estado atento, sempre preocupado e cuidando de mim com uma dedicação que me faz sentir especial, mas também me deixa apreensivo. Ele me observa com um olhar atento, preocupado, e me sinto tentado a compartilhar minhas suspeitas, mas o medo de estar errado me impede. E se isso for apenas o reflexo do estresse e das emoções avassaladoras dos últimos dias?
Encaro o espelho, tentando encontrar respostas no reflexo. Minhas mãos tremem ligeiramente ao tocar meu abdômen, um toque leve e quase reverente. Seria possível? A ideia de estar esperando um filhote novamente é assustadora e emocionante ao mesmo tempo. E se for verdade, como vou lidar com isso? Como vou contar a Barcode? E se ele não quiser assumir essa responsabilidade?
Ouço as batidinhas suaves na porta e, antes que eu possa responder, Cassie entra com seu sorriso brilhante, carregando mais brinquedos.
— Jeff, você está no banheiro há muito tempo. Vem brincar comigo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝗪𝗛𝗘𝗡 𝗬𝗢𝗨 𝗞𝗡𝗢𝗪, 𝗬𝗢𝗨 𝗞𝗡𝗢𝗪
FanfictionRejeitado pelos pais por sua fragilidade, abandonado às vésperas do casamento e expulso de casa com um filhote no ventre, Jeff, um jovem ômega, se vê completamente sozinho. Após meses difíceis, ele finalmente dá à luz sua filhote, Pêssego, e faz a s...