" BEM-VINDO À HURRICANE! "
( O Verão I )
Sarah, uma jovem de dezesseis anos, vai passar suas férias de verão na casa dos tios em Hurricane, Utah. Lá, ela conhece pessoas singulares, vive experiências inusitadas e se encontra no meio de um mis...
As férias de verão são muito desejadas pelos estudantes, e com Sarah McArthur não seria diferente. Esperava passar as férias com sua mãe, Jennifer, mas seus planos mudaram.
- Utah, 1984. Sarah's POV
Eu estava sentada no banco do carro fazia uma hora. Era meu primeiro dia de férias e estava sendo o mais puro tédio. Minha mãe estava o volante, dirigindo até Hurricane, uma cidadezinha aqui em Utah. A essa hora, éramos para estar indo viajar para Nevada, mas estamos aqui, indo para o fim de mundo que é aquela cidade.
Minha mãe teve que trabalhar no escritório em Toqueville, onde nós moramos, fazendo com que csncelássemos nossa viajem para Nevada. Ela iria ficar até tarde no trabalho e eu ficaria sozinha. Se eu tivesse amigos, provavelmente seria divertido ficar por lá, mas, como não tenho nenhum, mamãe achou melhor me levar para Hurricane, onde meus tios moram.
Vou passar meus três meses de férias com eles. Não que eles sejam chatos, ou algo do tipo, mas é que eu queria poder fazer a viajem que estava planejada. Tomaram que aquele velho broxa do chefe da minha mãe tenha um AVC e morra.
- Ficar emburrada não vai resolver nada, Sarah. - falou minha mãe, sem desviar o olhar da estrada à nossa frente. - Olha, eu sei que você queria muito ir para Nevada, mas esse ano não deu. Eu prometo que nas próximas férias nós vamos.
- Tá legal, mãe.
- Então tira essa cara de cu. - eu ri, ela também. - Você vai ver, vai se divertir muito em Hurricane.
- Se você diz.
- A sua prima, Daphne, com certeza vai te arrastar de cima abaixo pela cidade. E seu primo, Fritz, vai querer brincar com vocês toda hora.
- Aquele menino é cheio de energia. Da última vez que nos vimos, ele quase fez Eu morrer brincando de pique!
- Vai ser legal, confia em mim. - ela olhou para mim e sorriu.
- Okay, okay.
Resolvi olhar pela janela. Via as árvores e as montanhas ao longe. O céu estava azul É o Sol brilhava no meio dele. Gosto de ficar observando as paisagens de vez em quando. De repente, uma música começou a tocar no carro, era a favorita da minha mãe, McArthur Park, cantada por Donna Summers .
- " Spring was never waiting for us, dear. It ran one step ahead, as we followed in the dance "
- Mãe, pelo amor de Deus.
- " McArthur's Park is melting in the dark, all the sweet, green icing flowing down! Someone left the cake out in the rain. I don't think that I can take it, 'cause it took so long to bake it, and I'll never have that recipe again! "
- Mãe.
- " Oh, no! "
- Você é louca.
- Mais do que você? Nunca. - ela parou por um momento. - Ah, chegamos! Olha lá. - disse apontando para a direita.
Via uma placa, e gradualmente, conseguia ver as letras que estavam gravadas nela. Quando estávamos perto o suficiente, vi que na placa estava escrito:
" BEM-VINDO À HURRICANE! "
- É, chegamos.
Enquanto minha mãe dirigia até a casa dos meus tios, eu estava vendo a cidade, pelo menos pelas ruas que passávamos. Tinham muitas pessoas na rua, crianças brincando, casais passeando. Mas, minha atenção se voltou paraum garoto, que estava sozinho, sentado num banco, desenhando. Por mais que tenhamos passado por ele muito rápido, não pude deixar de notar naqueles olhos azuis oceânicos que ele tinha. Continuei a observar a vizinhança normalmente.
Logo, avistei uma casa branca, de telhado vermelho. Na varanda, na frente da casa, estavam minha tia Deliah, meu tio Thomas e minha prima, Daphne. No jardim, estava Fritz, brincando com um carrinho de brinquedo. Quando viram nosso carro parar, já sabiam que eram a gente e correram na nossa direção. Abri a porta do carro, e Fritz já estava agarrado a minha perna.
- Sarah! - ele tinha aquele sorrisinho fofo que ele tinha.
- Oi, Fritz! - o ergui do chão, com mais dificuldade do que antes, quando ele era menos. - Nossa, você tá crescendo rápido, viu. Tô me sentindo velha. - beijei a testa dele e o coloquei de volta no chão.
- Só vai falar com ele, é? - Daphne apareceu, de braços cruzados.
- Daph! - nós nos abraçamos.
- Oi, Sarah, meu amor! - minha tia Deliah me abraçou e comecou a me encher de beijos no rosto. - Vocês crescem muito rápido, olha só pra você! Uma moça.
- Oi, tia Deliah! Oi, tio Thomas!
- Bem-Vinda à Hurricane, Sarah!
Meus tios foram conversar com a minha mãe antes de ela ir embora. Eu e meus primos estávamos sentados na varanda, conversando sobre a escola e outras coisas. Fritz falava sobre o time de baseball que ele estava. Eles já haviam vencido um jogo, graças à ele, que correu muito rápido e alcançou a base à tempo.
Então, chegou a hora de eu me despedir da minha mãe. Nunca havia ficado tanto tempo longe dela, iria sentir saudades, muitas saudades. Eu corri até ela e a abracei, ela retribuiu.
- Se cuida.
- Tchau, mãe.
- Tchau, Sarah. - ela entrou no carro e deu a partida, e depois, acenou para nós, indo embora.
E é agora que as minhas férias de verão começam.
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