decisões perigosas - capítulo três

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Naquele dia, parecia que tudo desabou para mim. Escutar isso tudo dos meus próprios pais, e ainda saber que tudo isso é por conta de poder e dinheiro me parte o coração. Eles nem sequer se importaram comigo, do que eu acharia disso, meu psicológico. Eles estão virando alguém que eles não eram.
Lágrimas molham meu travesseiro, meu rosto já estava vermelho e inchado de tanto chorar. Mas eu não posso ficar aqui chorando sem fazer nada! Eu preciso descobrir quem realmente Taeil é. E talvez assim, provar para meus pais e fazerem eles mudar de ideia.
Me levanto da cama ainda me olhando no espelho, enxugo as lágrimas e coloco um moletom preto. Não sei nem o porquê, nem estava fazendo frio.
Aquilo que eu iria fazer era muito errado, mas eu simplesmente me recuso a passar perto dos meus pais agora e olhar para eles.
Abro a grande janela de vidro, e vejo a minha bicicleta encostada perto do meu quarto. Olho para o chão e respiro fundo, logo pulo a janela e simplesmente  consigo cair de pé no chão. Por sorte não era tão alto, mas não sei nem qual foi o milagre de não me quebrar toda no chão. Pego minha bicicleta e passo pelo portão, fecho o mesmo rapidamente e saio pedalando pelas ruas de Salvador. Agora não tinha nem tanto tempo para admirar tudo ao meu redor, pois minha cabeça estava a mil.
Logo chego na casa de meu amigo, Félix. Conheci ele quando me mudei para o Brasil, junto com seus outros sete amigos. Mas que são muito legais! Lembro que Félix era amigo de infância de Taeil, pois ele já me contou. Mas Félix se afastou dele. E se uma amizade se afasta assim do nada, é porque tem um motivo.
Encosto minha bicicleta na frente da casa dele, bato três vezes na porta e nada! Decido bater palmas e gritar ele: -tô de casa!-aprendi isso com o povo daqui.
Escuto uma voz masculina se aproximando, olho pela janela e vejo o mesmo vindo. Ele estava em uma ligação com seus amigos enquanto vinha abrir a porta.

-larga de prosa ruim gente! Vou desligar aqui porque chegou mísera de visita. Depois eu volto!-ele desliga e coloca o celular no bolso. Logo abre a porta e me ver, ficando envergonhado. -a...não sabia que essa seria a visita, foi mal!-ele ri sem graça.

-o que?-me finjo de desentendida.

-a! nada! Pode entrar.-ele entra novamente e eu o acompanho, ele fecha a porta e me sento no sofá.

-enfim, preciso de sua ajuda!-falo o encarando enquanto ele também se senta, ele estava com seus cabelos loiros soltos, com uma bermuda jeans e camisa branca bem folgada.

-beleza, pode falar!

-sua mãe tá aqui?-falo olhando ao redor.

-ela tá no quarto passando ferro, ela não deve escutar a gente aqui, porque ela tá com um louvor alto.-ficamos quietos e escuto o som alto.

-ah sim!-sorrio sem graça. -voltando, meus pais...eles querem que eu me case sem meu consentimento.

-QUE?-Félix quase cai do sofá.-pera ai!-ele vai até a cozinha pegando dois copos e colocando café, ele volta me entregando um.

-obrigado!-começo esfriar o café.

-tá, mas me explica essa história direito.

-ok!-dou um gole no café.-eu escutei meus pais conversando hoje, que nossa empresa estava falindo aos poucos. E que a salvação deles seria eu me casar com uma pessoa de família rica.

-e quem seria essa pessoa?

-Taeil.-falo séria e Félix derrama o café.

-CARALHO!-ele corre até a cozinha pegando um pano e limpando tudo.

-quer ajuda?-pergunto.

-na...não!-ele fala ainda nervoso. Logo ele se levanta e deixa o pano na cozinha, sentado no sofá novamente.

-por isso que eu vim aqui, eu preciso de ajuda! Eu preciso saber quem realmente é Taeil, provar para meus pais que ele não é uma boa pessoa!-falo segurando o choro.

La belle de jour (Chaelisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora