Marks off The Past

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Era uma manhã fria e úmida, típica de Forks, quando Thalia decidiu sair para caminhar pela floresta depois de ser avisada por seu irmão sobre a visita de alguns membros de sua matilha no jantar que ele daria em sua casa. Ela hesitou um pouco sobre sair da segurança de sua nova casa depois que seu irmão falou sobre a visita e que teria alguns homens, mas ela não poderia ficar o resto de sua vida com receio de sair para o mundo com medo de todo homem que encontrar ser como ele.

A quietude da trilha a ajudava a aliviar o peso que ela ainda carregava do passado. Depois de anos vivendo com medo e incerteza, esse era o momento em que ela sentia que finalmente podia respirar, pelo menos, quando estava sozinha.

Thalia sabia que ainda não tinha se curado completamente. Mesmo ali, cercada pela beleza da natureza e pelo carinho de seu irmão, Sam, e de sua cunhada, Emily, ela ainda sentia a sombra do seu passado a rondando. O simples som de um galho se quebrando a fazia estremecer de nervosismo.

Enquanto caminhava, seus pensamentos a envolviam, até que algo a fez parar de repente. Ela sentiu uma presença. Era como se o ar ao redor tivesse mudado, tornando-se pesado, elétrico. Olhando ao redor, viu Paul Lahote emergir das sombras das árvores, ela se lembrava dele do tempo em que ainda morava com seu irmão, nunca foram muito próximos, ela o ignorava sempre que podia e ele fazia o mesmo.

Ele parecia surpreso em vê-la, mas seus olhos logo fixaram nos dela, e naquele momento, tudo mudou.

O mundo ao redor deles parou. Para Paul, o instante do imprinting foi devastador. Era como se todas as suas emoções, tudo o que ele era, tivessem sido arrancadas de dentro dele e concentradas em uma única pessoa: Thalia. Seu coração acelerou, e seus instintos lhe disseram que, de alguma forma inexplicável, Thalia era o centro de sua vida, seu futuro, seu propósito. O desejo de protegê-la, de estar ao seu lado para sempre, o atingiu como uma onda.

No entanto, enquanto Paul se aproximava, algo no rosto de Thalia o fez hesitar. Ela deu um pequeno passo para trás, seu olhar se encheu de cautela. Mesmo que ela não entendesse o que estava acontecendo, sentiu a intensidade no olhar de Paul, e isso a deixou desconfortável. Ela não estava pronta para ser vista daquela forma, para que alguém tivesse esse tipo de poder sobre ela novamente.

- Oi - Paul disse, a voz rouca, tentando parecer o mais gentil possível.

Thalia deu outro passo para trás, seus olhos não desviavam dos dele, mas sua postura era tensa, quase em modo de defesa. Ela não entendia por que seu coração batia tão rápido, nem por que parecia que todo o seu corpo estava reagindo à presença dele. O toque do vento frio em sua pele parecia nada comparado ao calor que vinha do olhar de Paul.

- Eu... preciso ir - Thalia sussurrou, virando-se, tentando fugir da intensidade daquela situação, da vulnerabilidade que isso trazia. Ela não queria sentir aquilo, não depois de tudo o que havia passado.

- Thalia, espera. - A voz de Paul saiu mais urgente do que ele planejava, mas ele não podia deixar que ela fugisse. O imprinting o puxava para ela de uma forma que ele mal conseguia controlar. Mas ele também via o medo nos olhos dela, e isso o fez parar. - Eu não vou te machucar, eu prometo. - Sua voz suavizou, e ele deu um pequeno passo atrás, mostrando que respeitaria o espaço dela.

Thalia parou, mas não se virou para ele. Sua mente estava em um turbilhão. Ela acreditava nas palavras dele? Depois de anos ouvindo promessas vazias e falsas juras de amor, como poderia acreditar? Ela sentiu um nó se formar em sua garganta e seus olhos marejarem, mas se recusava a chorar, não na frente dele, de qualquer homem.

- Eu sei que você não me conhece, mas... - Paul começou, buscando as palavras. - O que eu sinto agora, o que aconteceu quando te vi... é difícil de explicar. Mas eu te juro que não sou como... - Ele hesitou, sabendo que Thalia estava se retraindo ainda mais. - Não sou como ele.