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O céu escureceu rapidamente naquela noite, e uma tempestade começou a se formar,foi quando Thalia se despediu de seu irmão,de Emily e de alguns membros da matilha que estavam presente na casa de Sam, e foi para sua casa.

Sophie, exausta de tanto brincar, já dormia profundamente em seu quarto, e Thalia, sentada no sofá, ouvia o som da chuva forte contra as janelas da pequena casa. O vento frio fazia com que ela se aconchegasse no cobertor, mas algo em seu coração ainda estava inquieto.

Foi quando um leve bater na porta a tirou de seus pensamentos. Seu coração acelerou por um momento, até que ela se levantou e foi até a porta, abrindo-a lentamente.

Paul estava ali, encharcado pela chuva, mas seu olhar era calmo e sereno.

- Posso entrar? - ele perguntou, sua voz profunda se misturando com o som da chuva.

Talia hesitou por um segundo, mas então abriu a porta um pouco mais e fez um gesto para que ele entrasse. Paul passou pela porta, tirando o casaco molhado e deixando-o no gancho próximo. O ar frio da tempestade pareceu invadir o ambiente por um instante, mas logo a casa voltou a ficar quente e acolhedora.

- Eu sei que é tarde - Paul começou, enquanto seus olhos se encontravam com os dela - mas eu precisava falar com você.

Thalia assentiu, esperando que ele continuasse. Ela sabia que aquela conversa estava por vir, mas ainda assim, não estava preparada.

- Eu não quero te pressionar, Thalia - ele disse, sua voz cheia de sinceridade. - Sei que você está lidando com muita coisa, e eu respeito isso. Mas eu preciso que você saiba que estou aqui... e que eu nunca vou te machucar.

As palavras de Paul soaram como uma promessa. Algo dentro de Thalia se quebrou um pouco mais. Ele não era como os outros homens de seu passado. Ele era paciente, sempre respeitando seus limites, mas a intensidade da conexão entre eles era inegável.

- Eu sei que você está tentando, Paul - ela respondeu, a voz mais suave do que esperava. - Mas não é tão simples para mim. Eu... tenho medo. O que aconteceu no passado me fez... perder a confiança nas pessoas. - Seus olhos se abaixaram, enquanto as lembranças dolorosas surgiam na mente.

Paul se aproximou um pouco, mantendo uma distância segura, mas suficiente para que Thalia sentisse o calor que irradiava dele, mesmo em meio à chuva e ao frio.

- Eu sei, Thalia. E eu nunca vou te apressar. Só quero que você saiba que, não importa o que aconteça, eu estou do seu lado. Você pode levar o tempo que precisar. - Seus olhos, profundos e intensos, fixaram-se nos dela. - Mas eu vou estar aqui. Sempre.

Ela se surpreendeu com a emoção que sentiu. Pela primeira vez, a vulnerabilidade de Paul se mostrou. Ele, que parecia tão forte e inabalável, também estava exposto àquela conexão.

O imprinting era algo profundo, mas havia mais do que isso. Havia o desejo genuíno de cuidar dela, de proteger Sophie, e de formar uma vida juntos - se ela estivesse pronta.

O silêncio entre eles ficou mais intenso, mas não desconfortável. Thalia olhou para Paul, percebendo o quanto ele se segurava para não invadir seu espaço, para não exigir mais do que ela podia dar. Aquela paciência, aquela dedicação silenciosa, tocava seu coração de um jeito que ela nunca esperou.

- Eu... - ela começou, sem saber exatamente como colocar em palavras o que sentia. - Eu preciso de tempo, Paul. - ela disse olhando para ele. - Eu ainda preciso de tempo pra entender tudo isso, para entender o rumo que minha vida estaá tomando, e tudo muito novo pra mim - ela fez uma pausa - mas eu não quero que você se afaste.

Foi uma confissão pequena, mas importante. Pela primeira vez, Thalia reconhecia que havia algo ali, algo que, se ela permitisse, poderia crescer.
Paul deu um pequeno sorriso, quase imperceptível, mas sincero.

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⏰ Última atualização: 4 days ago ⏰

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