Na manhã seguinte, Thalia acordou cedo com o som suave da chuva batendo no telhado da pequena casa que Sam havia preparado para ela e Sopphie. Era uma manhã tranquila, envolta na névoa habitual de Forks, e o ar fresco invadia o ambiente através de uma janela entreaberta. Sophie ainda dormia profundamente, o rosto sereno, alheia às complicações que sua mãe enfrentava.
Thalia se levantou devagar, tentando não fazer barulho. Enquanto preparava uma xícara de café, seus pensamentos voltaram ao jantar da noite anterior. O modo como Paul a tratara - com tanto cuidado, sem pressão - a deixara mais confusa do que ela esperava. Por tanto tempo, o contato humano para ela havia sido sinônimo de dor ou controle. Mas Paul... Ele era diferente. Ela podia sentir isso, mesmo sem entender completamente o que o imprinting significava.
Sentada à mesa da cozinha, com a xícara quente entre as mãos, ela pensava no futuro. Um futuro que ela nunca havia realmente se permitido imaginar. A porta da cozinha deu um leve rangido e, quando ela olhou, viu Sam entrando, o casaco encharcado de chuva.
- Bom dia - ele disse, secando os pés no tapete e pendurando o casaco em um gancho próximo à porta. - Como você está?
Thalia deu de ombros, bebendo um gole do café.
-Pensativa.
Sam assentiu, como se já esperasse essa resposta.
- Eu sei que é muita coisa para processar. O imprinting, o Paul... tudo. - Ele sentou-se à mesa, observando-a atentamente. - Mas eu confio nele, Thalia. E eu sei que você ainda está se recuperando do passado, mas Paul não é como os outros.
Ela suspirou, olhando para o café como se esperasse encontrar respostas ali.
- Eu sei disso, Sam. Só que... eu tenho medo. Medo de abaixar a guarda, de me deixar confiar. - Seus olhos se ergueram, encontrando os de Sam. - E se eu me machucar de novo?
- Não vai - Sam respondeu, sua voz firme, mas gentil. - Eu te prometo. E o Paul jamais faria isso. O imprinting é mais do que uma ligação física, é uma conexão profunda, além de qualquer coisa que você já conheceu. Mas você não precisa se apressar para aceitar isso. Leva o tempo que precisar.
Thalia balançou a cabeça lentamente. Ela sabia que Sam estava certo, mas aquela era uma batalha interna que ela precisava travar sozinha.
- E o que eu faço agora? - ela perguntou, meio perdida.
- Continue vivendo. - Sam sorriu de lado. - Deixe que as coisas aconteçam naturalmente. E, se precisar de espaço, fale com Paul. Ele vai entender.
Antes que Thalia pudesse responder, a voz sonolenta de Sophie soou pelo corredor.
- Mamãe?
Thalia se levantou rapidamente e foi até a filha, que estava parada na porta da sala, com os olhos ainda pesados de sono. Ela a pegou no colo, sentindo o calor e a segurança que só Sophie podia lhe proporcionar.
- Vamos tomar café, meu amor - disse ela suavemente, beijando o topo da cabeça da filha.
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Marks off The Past
FanfictionApós escapar de um relacionamento abusivo, Thalia decide recomeçar sua vida ao lado da filha, Sophie, mudando-se para a pacata cidade de Forks, onde seu irmão, Sam Uley, vive entre a tribo Quileute. Tentando reconstruir sua vida, Thalia luta para su...