Dia de Natal

9 0 0
                                    


O espírito natalino envolvia toda a casa, repleta de luzes brilhantes e uma árvore de Natal majestosa decorada com cuidado. O cheiro de pinho fresco se misturava com o aroma de biscoitos recém-assados, resultado da tentativa de Buck e das crianças em preparar algo especial. As caixas de presentes estavam empilhadas cuidadosamente sob a árvore, mas o verdadeiro presente daquele Natal estava prestes a chegar: Christopher, agora com 19 anos, retornando da faculdade para passar as festas com a família.

Christopher estava cursando astronomia em uma das universidades mais respeitadas do país, e a família inteira estava ansiosa por sua chegada. Ellie, de 12 anos, e Mark, de 9, estavam agitados pela casa, aguardando o irmão mais velho com toda a animação que a época de festas trazia.

— Mark, cuidado! Se você derrubar esse presente, vai quebrar tudo!— Ellie exclamou, seus olhos azuis brilhando de preocupação enquanto ela ajustava os presentes cuidadosamente.

— Eu só estava dando uma olhada...— Mark respondeu com um sorriso travesso, os cabelos castanhos caindo sobre sua testa enquanto ele deslizava as mãos curiosas pelos embrulhos.

Ellie suspirou, mas não conseguiu conter um sorriso. Ela era meticulosa e perfeccionista, sempre querendo que tudo estivesse no lugar certo — algo que Buck e Eddie brincavam ser uma mistura perfeita de sua própria personalidade organizada com a energia incansável de Buck. Já Mark era o aventureiro da família, sempre procurando descobrir ou testar algo novo, uma combinação de curiosidade com um coração bondoso que encantava a todos.

Eddie estava sentado no sofá, observando o caos controlado da decoração de Natal. Embora tentasse manter a calma, era impossível não perceber o brilho de felicidade e ansiedade em seus olhos pela chegada de Christopher. Ele e Buck trocavam olhares cúmplices, sabendo o quanto aquela reunião de família significava para todos eles.

— O Chris vai demorar muito?— Ellie perguntou pela quarta vez naquela tarde, ajeitando uma estrela dourada no topo da árvore.

— Ele disse que estaria aqui por volta das 17h, então ele já deve estar a caminho,— Buck respondeu, rindo baixinho ao ver a filha se atirar no sofá ao lado de Eddie, cansada de esperar.

Mark, por sua vez, estava sentado na frente da lareira, observando as chamas dançarem com um olhar pensativo.

— Será que ele vai trazer alguma história legal do espaço?— Mark perguntou, olhando para Eddie com seus grandes olhos azuis.

— Ah, com certeza! Você sabe como o Chris adora falar sobre as estrelas e planetas. Aposto que ele vai contar tudo sobre os novos projetos na faculdade,— Eddie respondeu, sorrindo ao imaginar Christopher explicando os mistérios do universo para os irmãos mais novos.

De repente, o som de um carro parando na entrada ecoou pela casa. Mark foi o primeiro a correr até a porta, com Ellie logo atrás, enquanto Eddie e Buck seguiam com passos mais calmos, mas com os corações batendo acelerados de felicidade.

— É o Chris! Ele chegou!— Ellie gritou, abrindo a porta com um sorriso radiante.

Christopher entrou com o casaco pesado de inverno, os cabelos escuros ainda bagunçados do vento frio de dezembro. Seus olhos, tão brilhantes quanto os das crianças, se iluminaram ao ver a família à sua espera. Ele abriu os braços, e Ellie e Mark correram para abraçá-lo, rindo e falando ao mesmo tempo.

— Finalmente! Achei que você ia passar o Natal no espaço!— Ellie disse, enquanto se jogava nos braços do irmão mais velho.

— Olha quem fala, eu mal posso esperar para te contar sobre as novas descobertas que fizemos,— Christopher disse, bagunçando o cabelo de Mark, que ria.

Eddie e Buck se aproximaram, ambos com sorrisos largos no rosto. Ver Christopher em casa, mesmo que por alguns dias, era algo que aquecia seus corações como nada mais. Buck foi o primeiro a abraçá-lo, apertando-o com força, como se quisesse recuperar o tempo perdido.

— Sentimos sua falta, filho,— Buck disse, a emoção clara em sua voz.

— Nem me fale,— Eddie acrescentou, juntando-se ao abraço. — A casa não é a mesma sem você por aqui.

Depois de uma rápida troca de abraços e risos, todos voltaram para dentro da casa, onde o ambiente acolhedor já estava pronto para a noite especial. Buck, sempre o responsável pela cozinha (já que as tentativas de Eddie nunca saíam como planejado), estava cuidando do jantar enquanto as crianças ocupavam o irmão mais velho com perguntas sobre a faculdade.

— Chris, me conta mais sobre as estrelas cadentes! Você já viu alguma?— Mark perguntou, sentando-se ao lado de Christopher no sofá, os olhos brilhando de expectativa.

— Na verdade, vi sim. Na última noite de observação, a gente pôde ver uma chuva de meteoros incrível. Foi uma das experiências mais bonitas que já tive,— Christopher respondeu, o entusiasmo em sua voz mostrando o quanto ele amava o que estava estudando.

Ellie, sempre atenta a tudo, o interrompeu. — Mas e os planetas? Já conseguiram ver mais de perto?

— Sim! Temos um novo telescópio no observatório, e conseguimos observar Júpiter e suas luas de um jeito incrível. Eu vou mostrar as fotos pra vocês depois do jantar!— Christopher prometeu, e os dois irmãos mais novos se entreolharam animados.

O jantar foi servido logo em seguida, com todos reunidos à mesa. A decoração era simples, mas aconchegante, e o clima de união tornava o momento ainda mais especial. Buck e Eddie trocavam olhares carinhosos, satisfeitos em ver a família reunida, todos juntos sob o mesmo teto mais uma vez.

Depois da refeição, eles se juntaram na sala de estar, onde Christopher começou a mostrar suas fotos e contar suas histórias da faculdade. A cada imagem do espaço, os olhos de Ellie e Mark brilhavam de curiosidade, e Buck e Eddie, orgulhosos, observavam os três, saboreando o momento.

Mais tarde naquela noite, com a lareira ainda acesa e todos enrolados em cobertores, Christopher olhou para os pais e sorriu.

— É bom estar de volta. Mesmo depois de ver tanto do universo, nada se compara a estar em casa com vocês.

Eddie sorriu e colocou um braço em volta de Buck, puxando-o para mais perto. Buck, por sua vez, olhou para os filhos reunidos ao redor, o coração aquecido pela certeza de que, não importa onde a vida os levasse, aquela família sempre estaria ali, firme, como as estrelas no céu.

— A gente também sente isso, Chris. Você é nosso astro mais brilhante, mas todos vocês são nosso universo.— Buck respondeu, a voz suave, cheia de amor.

Mark, sempre o engraçadinho, olhou para os pais e disse:

— E eu sou o cometa mais rápido desse universo!

Todos riram, enquanto Ellie balançava a cabeça e Christopher o puxava para um abraço bagunçado, completando a cena de uma família que, apesar de todas as diferenças e aventuras, estava exatamente onde deveria estar: juntos, compartilhando o presente mais precioso — o amor.

Só uma mensagemOnde histórias criam vida. Descubra agora