O começo de tudo

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Eddie nunca foi de falar abertamente sobre os seus sentimentos, então, quando Buck recebeu a mensagem, não pensou duas vezes. O único pensamento que tomou conta da sua mente foi: Eddie precisa de mim. Eu preciso ir até ele.E foi exatamente o que ele fez.

Com a chave do Jeep nas mãos, Buck dirigiu o mais rápido que podia, o coração batendo forte, as mãos suando levemente no volante. Quinze minutos depois, ele estacionava em frente à casa de Eddie. Não hesitou em usar a sua própria chave para abrir a porta, entrando apressado, com os olhos atentos, buscando por Eddie.

— Eddie! EDDIE!— Buck gritou, enquanto avançava pela sala, a preocupação evidente em sua voz.

— Buck...— ouviu o sussurro abafado vindo do quarto de Eddie.

Com um sobressalto, Buck correu em direção ao som, abrindo a porta sem pensar em bater. A visão que o aguardava o fez parar de repente, confuso. Sua mente esperava encontrar algum sinal de destruição, como no passado, quando Eddie passou por um surto, mas o cenário à sua frente era completamente diferente.

O quarto estava decorado com pétalas de rosas vermelhas espalhadas pelo chão e pela cama. Em cima do colchão, repousava uma caixa com várias fotos – fotos dele com Eddie, e muitas com Christopher também. Acima da cama, balões formavam uma frase que fez o coração de Buck disparar: Quer namorar comigo?

Antes que pudesse reagir, Buck ouviu um leve resmungo atrás de si. Virou-se de imediato, e o que viu o deixou sem palavras. Ali estava Eddie, ajoelhado, segurando um buquê de flores. Ele estava lindo. Tanto que Buck precisou de um momento para processar tudo. Seu olhar ficou preso na imagem de Eddie, e ele nem mesmo conseguiu prestar atenção no que o homem estava dizendo.

— Hey, Buck!— Eddie chamou, percebendo que Buck não estava presente de verdade no momento.

— Eddie...— Buck piscou algumas vezes, olhando ao redor — O-o que é tudo isso?— perguntou, a voz saindo baixa e incrédula.

Eddie sorriu, aquele sorriso largo que fazia Buck se perder ainda mais.

— É por causa do que você fez, Buck. O que você faz por mim todos os dias. Então...— ele deu uma pequena pausa, respirando fundo — Quer ser meu namorado e pai do meu filho?

A surpresa de Buck foi tão grande que ele ficou em silêncio por um longo tempo. Seu coração estava acelerado, e ele sentia o peito se encher de emoção. Quando, finalmente, as palavras começaram a fazer sentido, ele não conseguiu evitar um sorriso largo.

— Eddie, eu te amo. E eu amo ainda mais aquele garoto.— Buck se abaixou, ficando na mesma altura de Eddie, seus olhos brilhando com uma mistura de felicidade e nervosismo — Então, sim, para as duas coisas.

Com uma mão gentilmente pousada no rosto de Eddie, Buck se inclinou e o beijou. Foi um beijo carregado de tudo o que eles não conseguiram expressar antes. O calor dos lábios de Eddie encontrou o alívio nos de Buck, um encaixe perfeito, como se todos os momentos que levaram até ali tivessem sido uma preparação para aquele instante. A pressão suave, as mãos que se encontraram em meio ao beijo, e o carinho que transbordava faziam cada segundo parecer eterno.

Eddie suspirou contra os lábios de Buck, e as coisas estavam começando a esquentar, quando Buck, com um suspiro, recuou ligeiramente, interrompendo o momento.

— Espera, Eddie!

— O que foi?— Eddie perguntou, confuso, tentando entender por que Buck se afastava.

— Onde está Christopher?— Buck perguntou, a preocupação evidente em sua voz.

Eddie soltou uma risada baixa e passou a mão gentilmente sobre a marca de nascença próxima ao olho de Buck, um gesto tão carinhoso que fez o coração de Buck derreter ainda mais.

— Não se preocupe, cariño.— Eddie sorriu suavemente — Nosso filho está com a abuela. Ele só volta amanhã.

Buck soltou um suspiro de alívio e logo sorriu de volta.

— Eu gosto disso.

— Você gosta?

— Eu amo.

Os dois ficaram ali, por alguns momentos, envoltos em sua própria bolha de felicidade, aproveitando a noite sozinhos. A casa estava silenciosa, e pela primeira vez em muito tempo, parecia que tudo estava exatamente onde deveria estar.

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Na manhã seguinte, Eddie acordou com o cheiro familiar de comida no ar. Sorrindo, ele foi tomar banho antes de descer até a cozinha. Lá, encontrou Buck já vestido, sentado à mesa, um sorriso suave no rosto. Eddie se aproximou por trás, envolvendo Buck em seus braços e depositando um beijo suave no topo de sua cabeça. Buck riu baixinho, o rosto levemente corado.

— Pronto para buscar nosso filho?— Eddie perguntou, sentando-se à mesa.

— Sempre.

Terminaram o café da manhã em um silêncio confortável, trocando olhares e toques sutis. A caminho da casa da avó de Eddie, conversaram sobre o trabalho e como precisariam ajustar algumas coisas com Bobby agora que estavam namorando.

Chegando à casa da avó, Christopher já estava esperando no portão. Eddie foi o único que entrou para se despedir, mas acabou ouvindo a avó dizendo o quanto queria ver Buck, e não ele. Eddie riu, dizendo que estavam atrasados para o dia de família que tinham planejado.

No carro, o silêncio foi quebrado por Eddie.

— Christopher, precisamos conversar com você antes de irmos ao zoológico.

— O que aconteceu, pai?— Christopher perguntou, curioso.

— Lembra da conversa que tivemos semana passada?— Christopher confirmou com a cabeça. — Bem... aconteceu ontem.

— Uau! Que legal, pai! Quem é o sortudo?

— Sou eu...— Buck murmurou baixinho.

— FINALMENTE!— Christopher jogou as mãos para o alto, rindo. — O tio Chim vai me dever cinquenta dólares!

Buck, incrédulo, riu.

— Vocês apostaram sobre isso?

— A verdadeira pergunta é quem não apostou. Até a Carla estava envolvida! — Christopher respondeu, fazendo Eddie e Buck rirem.

Depois de algumas risadas, Christopher quebrou o silêncio mais uma vez.

— Bucky?

— Sim, amigo?

— Agora que você namora meu pai, você pode ser oficialmente meu outro pai?

Buck olhou para Eddie, que sorriu em aprovação.

— Se você quiser, eu serei seu melhor amigo e seu pai.— Buck respondeu com um sorriso terno.

— É o que eu mais quero!— Christopher riu.

E, assim, a vida deles ganhou um novo brilho.

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