Capítulo 28

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☠️ Caveira on

Maria Luiza comeu o café tão rápido que, quando falou sobre o mergulho em alto-mar, meu maior medo era ela engasgar.

— Meu amor... — me deu um selinho rápido. — Vou me aprontar e já te encontro. Te amooo!! — disse saindo, me deixando com a bela visão do seu corpo.

Ela deu alguns passos, e eu não resisti em continuar olhando.

— Para de olhar! — resmungou, já entrando no banheiro.

Soltei um suspiro longo, pegando a bandeja e saindo do quarto. Arrumei tudo na cozinha, o som das ondas lá fora invadindo o ambiente. Foi quando meu celular apitou com uma mensagem.

💌 Fala Thiago, tá tudo certo pra hoje, né?
/ aishadogrego 💌

💌 Tudo sim, Shasha, tô saindo com ela daqui a pouco.
/ Eu 💌

Combinamos os últimos detalhes do plano. Não tinha como dar errado. O lugar era perfeito, afastado da cidade, e só nós dois. Só que, antes que pudesse pensar mais sobre isso, vi Malu descendo as escadas e larguei o celular rapidinho.

— Como estou? — disse, dando uma voltinha.

Assobiei, admirando cada detalhe.

— Linda demais, meu amor! — Ela sorriu, me puxando para um abraço apertado. Nossos lábios se encontraram em um selinho cheio de carinho, daqueles que só a gente sabe dar.

Malu era meu ponto de paz, e depois de tudo que passamos, a distância, as brigas e as incertezas, esses dias aqui eram a nossa chance de recomeçar de verdade. Ela afastada da cidade, de todo aquele tumulto, e eu longe das confusões do morro... Era o que precisávamos.

— Então, pronto pra me ver arrasar nesse mergulho? — ela perguntou, me olhando com aquele brilho no olhar que eu tanto adorava.

Ri, pegando a mochila que estava perto da porta.

— Mais do que pronto! Mas vai com calma, viu? — brinquei, abrindo a porta para sairmos.

O clima ali era outro. Só o som das árvores e do mar, a brisa batendo leve no rosto, e a tranquilidade que a cidade nunca oferecia. Malu entrelaçou a mão na minha, e fomos caminhando juntos até a lancha que nos esperava.

Esses dias seriam só nossos, sem mais ninguém para atrapalhar. E eu ia aproveitar cada segundo com ela.

🦋Malu on

O mar estava ainda mais lindo de perto. A lancha deslizava suavemente, e o azul intenso da água parecia se estender até o infinito. Eu estava empolgada. O Thiago sabia como me deixar à vontade, e esses dias na ilha estavam sendo tudo que eu precisava. O mergulho seria a cereja do bolo.

— Pronta, meu amor? — ele perguntou, ajeitando a máscara de mergulho no rosto, com aquele sorriso confiante que eu tanto amava.

Assenti, ajeitando a minha também.

— Prontíssima! — sorri de volta, ansiosa pelo que estava por vir.

Quando finalmente nos jogamos na água, a sensação foi incrível. O frescor ao tocar minha pele, o silêncio submerso... Era como estar em outro mundo. Vi o Thiago mergulhando ao meu lado, sempre atento, e eu me sentia segura. Era a primeira vez que fazíamos isso juntos, e eu queria aproveitar cada segundo.

Comecei a nadar um pouco mais para longe, tentando explorar mais do que a vista permitia da superfície. Mas, quanto mais avançava, mais a água parecia mudar. Uma corrente mais forte me puxou de repente, e, por um momento, senti o pânico crescer no meu peito. Tentei nadar de volta, mas parecia que meus movimentos eram inúteis.

— Thiago! — tentei gritar, mas a água engoliu o som.

Senti minha respiração acelerar dentro da máscara, o coração batendo descompassado. As correntes estavam ficando mais intensas, e, antes que eu pudesse reagir, uma onda me puxou para baixo com uma força que eu não esperava. Entrei em pânico.

O ar parecia escapar rápido demais. Meus braços batiam na água tentando subir, mas quanto mais eu tentava, mais pesada me sentia. A água ao meu redor ficou turva, e eu só conseguia pensar em uma coisa: não podia deixar isso acontecer.

Tentei puxar mais uma vez, mas meus pulmões começaram a arder, implorando por ar. A luz lá em cima, que antes era clara, agora parecia tão distante, tão inalcançável.

O desespero tomou conta. 

Foi quando senti uma mão firme agarrar meu braço. Era o Thiago. Mesmo no meu pânico, reconheci a força e a segurança dele. Ele me puxava com toda a determinação, e, antes que eu me desse conta, estávamos subindo rápido.

Quando finalmente emergimos, eu ofegava, lutando para recuperar o fôlego, enquanto ele me mantinha segura na superfície.

— Malu! — Ele gritou, com os olhos arregalados de desespero. — Fala comigo, amor! Tá tudo bem?

Eu tossia, ainda lutando contra o ar nos meus pulmões, mas sentia o alívio de estar segura em seus braços.

— Tô... tô bem... — consegui dizer, ainda ofegante, me agarrando a ele com todas as minhas forças.

Thiago me puxou para mais perto, e mesmo com o som das ondas e o caos ao nosso redor, a única coisa que eu podia sentir era a segurança de estar com ele. O coração dele batia rápido, e o meu parecia acompanhar o ritmo, mas dessa vez de alívio.

Ele me manteve perto, sem dizer mais nada, apenas nos levando para a lancha com a mesma urgência, sem soltar minha mão nem por um segundo.

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