Paz

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Viver com paz era na realidade uma certa tranquilidade mediana nos problemas da vida, eu tinha problemas como cada um; falta de respeito pelos homens na rua, no ambiente de trabalho eram fofocas, minha saude fisica é uma merda e fora que o dinheir...

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Viver com paz era na realidade uma certa tranquilidade mediana nos problemas da vida, eu tinha problemas como cada um; falta de respeito pelos homens na rua, no ambiente de trabalho eram fofocas, minha saude fisica é uma merda e fora que o dinheiro nem sempre era o suficiente para minhas necessidades básicas.

Fora o aluguel eu pago os medicamentos da minha tia que já teve quatro AVC por causa da sua diabete. Eu ajudo também minha irmã pois o serviço de enfermagem não tinha uma renda boa para ela e sua filha; e ainda tinha que lidar com as despesas do parque que eu resolvi abrir.

Na minha cabeça estava tudo certo para abri-lo, mas eu pensei que com uma sócia seria mais fácil administrar e resolver as despesas, problema é que eu escolhi mal a pessoa para este cargo. Abigail não vinha trabalhar nas segundas e terças por que estava ocupada fazendo suas unhas dos pés e mãos; nas quartas e sextas ela tinha um clube com suas amigas que se resumia em ir ao clube de praia e ficar até o final do dia tomando caipirinha e sol na bunda.

Ela era inteligente e bem interessante quando a conheci na faculdade, mas as aparências enganam.

Agora eu estava gerenciando mais de 15 funcionários e fora os aprendizes que vinham em meio turno; era cansativo mas eu gosto doque eu faço.

Apesar de tudo; estar no meio dos animais e cuidar dos problemas das pessoas me acalmavam e faziam tudo ter um pequeno fio para eu me concentrar no que eu faço. Depois que eu fui diagnosticada com a síndrome de Savant eu meio que me isolei do mundo; isso atrapalhava minha comunicação social e concentração mas me fazia ser uma criança prodígio, desenvolvendo minha habilidade em artes e campos, matemática e desenvolvimento emocional junto da compreensão de sinais de uma pessoa, eu vivi e cresci com isso.

Não fazia questão de ter amigas ou amigos, mas eu sentia falta de um.

— Vamos lá pessoal por este lado — Sacudi a cabeça ouvindo a voz de um dos mentores que guiava uma fila. O parque estava finalmente aberto e várias escolas estavam fazendo excursões e passeios por ele; sem falar as pessoas com famílias ricas que estavam pagando por mentores e para poderem tocar ou alimentar alguns certos animais.

Virei e caminhei até a minha sala, ao sentar me na cadeira eu pude ver um pequeno bilhete me avisando sobre o oitavo aniversário da minha pequena sobrinha.

Sorri e me lembrei do seu pequeno rostinho e sorriso banguela.

(...)

Passaram se quatro horas e eu me via em alta velocidade pelas rodovias, por que diabos minha irmã tinha que morar quase no final do mundo?

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Passaram se quatro horas e eu me via em alta velocidade pelas rodovias, por que diabos minha irmã tinha que morar quase no final do mundo?

Eu tinha passado comprar um presente para a pequena Marisol mas oque me atrasou foi; a demora para escolher oque levar. No final foi uma simples boneca de pano com os cabelos que lembravam o da minha sobrinha, a boneca vinha acompanhada de um bolsa e alguns acessórios; todos feitos a mão.

Estacionei o carro cinza na frente da garagem e adentrei sem bater na porta.

Quando cheguei vi algumas crianças correndo pela sala, a maioria eram garotas vestidas de fadas ou princesas. No meio da pequena multidão eu avistei minha doce Marisol que sorria com uma varinha de condão na mão.

— Oi pequena! Não vai me dar um abraço?— ela virou o rosto e me viu; veio correndo e pulou em meus braços.

Seus pequenos dedos tentaram se aproximar para me abraçar mas foi em vão pois eram curtos de mais.

— Eu deixei seu presente na caixa de entrada, e garanto que vai ser oque você mais vai gostar — ela riu, liberei ela para a folia e fui de atrás da doce e velha Jessica Ryles.

A encontrei sentada com um monte de rabiscos na cara, gargalhei vendo sua cara de cansaço.

— Me lembre de dizer não ao proximo pedido pra uma " festa das princesas" — ela afinou a voz vindo me abraçar.

Eu ri retribuindo o abraço.

— Está bem? — ela perguntou me olhando, eu concordei com a cabeça.

— Sabe que você pode vir morar comigo se quiser né? — falei sem pensar, eu já estava pensando nisso a algum tempo e seria melhor doque dividir um apartamento com alguém desconhecido.

— Eu adoro essa casa você sabe, mas nós realmente estamos pensando nisso— ela sentou com as mãos no colo e a cabeça baixa. — Meu salário tá pouco, Marisol está crescendo e a cada ano a mensalidade da escola aumenta, o aluguel aumentou também e fora que nossas necessidades básicas são deixadas para trás.

Coloquei a mão em suas costas e fiz um pequeno carinho.

— Vamos ficar bem ok? Final de semana eu providencio uma van para buscar suas coisas e assim nos vamos nos ajudar como sempre foi ok maninha ? — ela ergueu a cabeça e sorriu concordando.

— Mamãe o bolo!!! — ouvimos a voz fina e aguda gritar e rimos enquanto descíamos a escada.

Jessica foi para a geladeira pegar o bolo e eu fui até a tv que passava um noticiário de emergência. Não vi oque era apenas desliguei.

— " Oito detentos fugiram hoje da prisão Fox River próximo ao parque-" —

— Vamos tia! Não conta pra mamãe mais o primeiro pedaço do bolo é seu — ela sussurrou enquanto puxava minha mão para baixo, seu sorriso banguelo me distraia de todo o cãos que a vida poderia ter.

Talvez, Marisol e Jessica fossem minha paz...

𝐌𝐔𝐍𝐃𝐎𝐒 𝐃𝐈𝐅𝐄𝐑𝐄𝐍𝐓𝐄𝐒| ᵖʳⁱˢᵒⁿ ᵇʳᵉᵃᵏOnde histórias criam vida. Descubra agora