Capítulo 2- O Castelo de Gabriel

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Capítulo Dois: O Castelo de Gabriel

Ane observou a paisagem desmoronando atrás dela enquanto Gabriel dirigia. O carro cortava a noite, levando-a a um destino desconhecido e aterrador. Após minutos que pareciam horas, eles chegaram a um castelo imponente, erguido em uma colina. As torres altas e escuras pareciam tocar o céu nublado, enquanto sombras dançavam nas paredes de pedra rústica. O ar estava impregnado de um frio cortante e um silêncio inquietante que fazia seu coração disparar.

— Bem-vinda ao meu lar — disse Gabriel, sua voz ecoando na vastidão do local enquanto saía do carro. Ele se virou para olhar para ela, os olhos azuis brilhando com uma intensidade quase hipnotizante.

Ane hesitou ao sair do carro, absorvendo a visão do castelo. As janelas eram estreitas e emolduradas com ferro forjado, e lanternas antigas iluminavam o caminho, projetando sombras que se moviam como seres vivos. O ambiente era envolto em mistério, com murmúrios de histórias passadas que pareciam sussurrar pelo vento.

Gabriel a guiou até a entrada, onde uma pesada porta de madeira se abriu, revelando um interior escuro e rústico. A luz era baixa, e os móveis eram antigos, com tapestries penduradas nas paredes, retratando cenas sombrias de épocas passadas. A atmosfera estava carregada de algo inexplicável, como se o próprio castelo estivesse vivo.

— Este é o seu novo lar — disse ele, a ironia em sua voz não passou despercebida. Ele a levou por corredores sinuosos, onde figuras estranhas pareciam espreitar das sombras. Algumas pessoas observavam de maneira silenciosa, suas expressões ocultas nas penumbras, aumentando ainda mais a sensação de desconforto.

Gabriel finalmente parou em frente a uma porta imponente. Ele a empurrou gentilmente, revelando um quarto que era ao mesmo tempo fascinante e opressivo. As paredes eram pintadas de vermelho profundo, com detalhes em preto que se entrelaçavam, criando um efeito quase hipnótico. Uma cama grande, coberta por lençóis de seda escura, ocupava o centro do espaço, enquanto um espelho antigo refletia a luz tênue das velas.

— Este será o seu quarto — disse Gabriel, a voz revelando um tom possessivo.

Ane olhou ao redor, sentindo-se sufocada. Ela não queria estar ali, não queria ser parte daquela vida. Sem pensar duas vezes, ela correu em direção à porta, mas Gabriel a impediu com facilidade, bloqueando seu caminho.

— Para onde você pensa que vai? — perguntou ele, uma expressão de diversão nos lábios.

— Deixe-me sair! — Ane gritou, empurrando-o com todas as suas forças. Mas ele não se moveu. Com um gesto suave, ele trancou a porta, deixando-a sozinha dentro do quarto.

Desesperada, Ane se virou e caiu sobre a cama, as lágrimas começando a escorregar por seu rosto. Ela estava assustada e confusa, presa em um castelo de sombras. O peso da realidade começou a esmagá-la, e ela se lembrou de sua vida antes daquela noite fatídica.

As risadas de seus amigos, os dias ensolarados passados no parque, as esperanças e os sonhos que agora pareciam tão distantes. O olhar sonhador de seu pai, a maneira como ele sempre prometeu protegê-la, e, de repente, tudo se desfez em uma aposta maluca.

Ela se virou para o lado, enterrando o rosto no travesseiro enquanto soluçava. O que aconteceria agora? O que Gabriel queria dela? E por que tudo parecia tão sombrio e opressivo? As perguntas giravam em sua mente, mas nenhuma resposta a acalmava.

Com o coração pesado, Ane sabia que estava presa em um mundo onde as sombras dançavam e os segredos escondiam verdades inimagináveis. E, enquanto as lágrimas continuavam a escorregar, ela se perguntou se algum dia conseguiria escapar daquela prisão.

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