Capítulo 21 - Fragmentos de Um Amor Perdido"

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Elijah e Rebekah chegaram à cabana da anciã Margareth ao amanhecer, um lugar mergulhado em sombras e rodeado por uma aura antiga e poderosa. Margareth os esperava na penumbra, um olhar austero e distante que parecia ler a alma de Elijah com apenas um vislumbre.

"O que deseja, Original?" Margareth perguntou, sua voz fria como uma lâmina de gelo.

"A verdade," Elijah respondeu, firme, mas com um peso em cada sílaba. "Sobre Celeste."

O ritual começou, e Margareth instruiu Elijah a sentar-se no centro de um círculo marcado com runas antigas. O tempo passou devagar, enquanto as palavras murmuradas da bruxa enchiam o ar com uma energia densa, quase sufocante. O ritual era doloroso, como se cada fio de sua essência estivesse sendo arrancado. Horas se passaram, e Rebekah, exausta e preocupada, recuou para descansar, deixando Klaus para permanecer ao lado de seu irmão.

No meio do ritual, a voz de Margareth cortou o silêncio com brutalidade.

"Você a perdeu… por sua culpa," ela disse, sem rodeios. "Perdeu Celeste três vezes, Elijah."

Aquelas palavras rasgaram seu coração, e, naquele momento, Elijah foi tragado por um redemoinho de memórias intensas. Ele viu Celeste deixando um anel de noivado sobre uma mesa, seu rosto marcado por dor e decepção. Depois, uma imagem dele mesmo, coberto de sangue, um horror em seus próprios olhos. E então, o vislumbre de Celeste fugindo, assustada e vulnerável, como se fugisse para salvar sua própria vida.

A voz de Margareth soou novamente, fria e implacável:

"Você tentou matá-la… quando estava sem humanidade."

Elijah lutava para conter as lágrimas, sua respiração pesada e descompassada. Ele fechou os olhos, como se quisesse se blindar daquela dor insuportável.

"Você não vai me quebrar," ele murmurou, sua voz vacilando.

"Você já está quebrado, meu jovem," Margareth disse, com um tom quase piedoso, libertando-o das correntes mágicas que o mantinham preso ao ritual.

Ao sair, com o corpo e a alma feridos, Elijah encontrou Klaus esperando. Mesmo naquele momento de vulnerabilidade, ele ainda mantinha uma postura altiva, mas Klaus podia ver a dor profunda que Elijah carregava.

"Tudo que você precisa agora é foco," Klaus aconselhou, tentando ancorar o irmão na realidade.

"Eu estou focado!" Elijah respondeu, seu tom carregado de frustração e tristeza. "Mas você não pode vir aqui e falar para mim coisas como essa, você me entende? Não pode agir como se tudo isso fosse uma mentira."

Klaus tentou apaziguar, mas Elijah não deu tempo.

"Apenas me ouça!" ele implorou, quase desesperado. "Ela não pode ser nossa inimiga. Eu esperei ela voltar cada dia da minha vida. Espera que eu acredite que eu a feri e que ela apenas nos usou? Eu não posso ter uma vida feliz? Com a mulher que me faz feliz? Você a conhece, Klaus… ela não seria capaz de nos trair assim."

"Isso é o que você está dizendo, irmão. Não eu," Klaus murmurou, cauteloso, mas sem querer alimentá-lo com falsas esperanças.

"NÃO! Irmão!" Elijah gritou, um desespero sufocante escapando de sua voz.

Ele olhou para Klaus, os olhos cheios de lágrimas que ele se recusava a derramar. "Isso é o que você está pensando, o que todos na família estão pensando! E ela nem está aqui para se defender… Você consegue entender o meu lado?"

Klaus acenou em silêncio, percebendo a profundidade da dor do irmão.

"Ela é a única pessoa que eu amei," Elijah confessou, sua voz finalmente quebrando, carregada de um sentimento quase insuportável. "Eu a amo, eu nunca iria feri-la."

E então, incapaz de segurar por mais tempo, Elijah desabou, lágrimas escorrendo por seu rosto enquanto ele deixava finalmente aquela dor sair.

"Eu preciso que ela volte," ele sussurrou, olhando para o vazio, "para me explicar."

O silêncio pesado ficou no ar enquanto Klaus observava Elijah, um irmão quebrado pela ausência e incerteza, ainda preso entre a esperança e a realidade amarga.

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