Capítulo 8: Flores na Floresta

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Celeste caminhava pelas ruas de Nova Orleans com uma expressão tranquila, enquanto equilibrava várias sacolas de flores e plantas em seus braços. Cada sacola parecia mais cheia que a anterior, com plantas exóticas e coloridas que ela tinha acabado de adquirir. O leve aroma das flores flutuava no ar, contrastando com o clima pesado que geralmente permeava a cidade dos vampiros e bruxas.

Quando ela entrou pela porta da mansão Mikaelson, Elijah estava sentado em sua poltrona habitual, com um livro nas mãos. Ele ergueu os olhos quando viu a avalanche de plantas e flores entrando pela porta.

“Celeste... o que exatamente é isso?” ele perguntou, erguendo uma sobrancelha, enquanto observava a bruxa com um olhar levemente confuso.

Ela parou no meio do salão, rindo suavemente enquanto depositava as sacolas sobre a mesa. “A mansão estava muito sem vida,” respondeu ela, lançando um olhar brincalhão para Elijah. “Achei que essas flores poderiam dar um toque de cor.”

Elijah, com sua costumeira postura elegante, fechou o livro e se levantou, caminhando lentamente até ela. Ele olhou para a coleção de plantas como se estivesse observando algo de outro mundo.

“Agora sim, eu já vi de tudo,” ele comentou ironicamente, um sorriso de canto surgindo em seus lábios.

Celeste soltou uma risada, pegando uma das flores e girando-a nos dedos. “É a minha tentativa de trazer um pouco de beleza para esta casa antiga e cheia de... bom, vampiros sombrios.”

Antes que Elijah pudesse responder, o telefone de Celeste vibrou em seu bolso. Ela tirou o aparelho e viu o nome de Hayley na tela, com a expressão imediatamente se tornando mais séria. Elijah percebeu a mudança em seu semblante e se aproximou, curioso.

“Hayley?” perguntou ele, já sabendo que algo sério estava por vir.

Celeste atendeu o telefone, ouvindo a voz de Hayley do outro lado da linha. A jovem loba estava desesperada, implorando por ajuda. Ela havia descoberto que a alcateia que Klaus estava prestes a exterminar fazia parte da família perdida dela, e precisava avisá-los antes que fosse tarde demais.

“Eu vou ajudar,” Celeste respondeu com firmeza, enquanto Elijah observava. “Já estou a caminho.”

Ela desligou o telefone e se virou para Elijah, que já estava com os braços cruzados, esperando a explicação. “Klaus está prestes a liderar uma caçada contra os lobos da área. Hayley acredita que eles são parte de sua família perdida. Temos que avisá-los.”

Elijah suspirou, mas o brilho de determinação nos olhos de Celeste o fez concordar sem hesitar. “Então vamos.”

Ela pegou sua jaqueta e, antes de sair, olhou para as plantas que havia trazido. “Vou ter que arranjar um espaço para isso depois,” murmurou para si mesma. Elijah apenas balançou a cabeça, divertido.

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A Caminho da Floresta

O caminho até a floresta foi repleto de piadas leves e provocações sutis entre os dois. Enquanto caminhavam lado a lado pelas ruas de Nova Orleans, Celeste olhava para Elijah de vez em quando, apreciando a calma que ele trazia consigo, mesmo em situações potencialmente perigosas.

“Então,” começou Elijah, quebrando o silêncio enquanto entravam na densa floresta. “Você costuma andar pela floresta com tanta confiança? Não tem medo de algo aparecer?”

Celeste deu uma risada baixa, seus olhos brilhando com uma mistura de travessura e autossuficiência. “Medo? Elijah, eu sou a coisa mais assustadora nesta floresta.”

Ele sorriu, encantado com a confiança dela, mas também reconhecendo a verdade por trás de suas palavras. Sabia o quão poderosa Celeste era, e, se havia alguém que pudesse se mover sem medo em qualquer território, era ela.

Conforme avançavam pela floresta, a vegetação se tornava mais densa e o ar mais frio. O som das folhas secas sendo esmagadas sob seus pés e o vento que balançava as árvores altas adicionavam um toque de suspense ao ambiente. Elijah não pôde evitar perguntar: “Como você pretende encontrar essa alcateia? A floresta é vasta, e Klaus pode já estar por perto.”

Celeste sorriu enigmática, estalando os dedos suavemente. “Eu tenho meus meios.”

Ela fechou os olhos por um breve instante, murmurando palavras em um idioma antigo. Pequenas luzes verdes começaram a surgir ao redor dela, como se a própria natureza estivesse respondendo ao seu chamado. As luzes flutuaram entre as árvores, como guias, apontando a direção. Elijah observava fascinado, mais uma vez admirado com as habilidades dela.

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O Encontro com os Lobos

Não demorou muito para que eles finalmente chegassem ao esconderijo da alcateia. Os lobos estavam reunidos em uma clareira, claramente despreparados para o ataque iminente. Quando Elijah e Celeste se aproximaram, os lobos começaram a rosnar, suas presas brancas refletindo a luz fraca da lua.

“Não estamos aqui para lutar,” disse Celeste, erguendo as mãos em um gesto de paz. “Estamos aqui para avisá-los.”

O líder da alcateia, um homem alto com cicatrizes de batalhas antigas, deu um passo à frente, seus olhos estreitados em desconfiança. “Por que deveríamos confiar em você?”

Elijah deu um passo ao lado de Celeste, sua presença intimidante, mas ao mesmo tempo calma. “Klaus está vindo,” ele falou com autoridade. “E ele não vem com boas intenções. Hayley acredita que vocês são sua família, e queremos ajudá-los a escapar antes que seja tarde.”

Os lobos se entreolharam, claramente divididos entre confiar ou não. Mas havia algo na postura de Celeste, na calma de Elijah, que os convenceu. O líder assentiu, relutantemente aceitando a ajuda deles.

Enquanto os lobos rapidamente se organizavam para fugir, Elijah e Celeste se mantinham alertas, sentindo a presença de algo mais na floresta.

“Estamos sendo observados,” Elijah murmurou, seus olhos varrendo as árvores ao redor.

Celeste, já ciente, deu um sorriso enigmático. “Deixe-os observar. Não há nada aqui que possamos temer.”

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De Volta à Mansão

Depois de garantir que os lobos estavam a salvo, Elijah e Celeste voltaram para a mansão Mikaelson. A noite havia sido longa, mas o sentimento de realização estava presente em ambos. Quando entraram no salão principal, Celeste olhou para as sacolas de plantas que havia deixado mais cedo e soltou um suspiro cansado.

“Eu realmente vou ter que lidar com isso agora, não é?” ela perguntou, apontando para as plantas.

Elijah sorriu, encostando-se na moldura da porta. “Você trouxe as flores, Celeste. Agora tem que cuidar delas.”

Ela deu de ombros, uma expressão brincalhona nos lábios. “Talvez eu faça você me ajudar. Afinal, você também precisa de um pouco de cor na sua vida.”

Elijah se aproximou dela, com os olhos brilhando em pura diversão. “Eu diria que você já trouxe bastante cor para a minha vida.”

Eles trocaram um olhar significativo, a tensão e o carinho entre eles presentes no ar, mas antes que o momento pudesse se aprofundar, uma porta se abriu com força, interrompendo o momento.

“Celeste, Elijah!” Klaus entrou na sala, sua expressão de pura frustração. “Precisamos conversar. Agora.”

Celeste e Elijah trocaram um olhar exasperado, mas seguiram Klaus, sabendo que o descanso ainda teria que esperar.

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