Capítulo 2 - Segunda Temporada

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O passado de S/n Augusto era marcado por sua passagem pela Fluxo, uma época em que tudo parecia fluir perfeitamente para ela. Ela tinha amigos, respeito, e o prestígio de fazer parte de uma das gangues mais famosas do cenário de jogos e também do mundo underground. Foi lá que conheceu Arthur Fernandes, um dos jogadores que, na época, parecia ser sua alma gêmea. Mas o que começou como um romance intenso, logo a fez tomar decisões que, olhando para trás, pareciam impensadas.

Dois anos atrás...

S/n estava no auge de sua carreira na Fluxo. Seus dedos ágeis no teclado eram respeitados por todos, e ela era vista como uma das jogadoras mais promissoras do time. Mas, ao mesmo tempo, seu relacionamento com Arthur se intensificava. Eles eram inseparáveis, e não demorou muito para que as emoções se misturassem ao trabalho. Arthur sempre a incentivava, mas ele também tinha algo mais em mente: seu sonho de levá-la para a LOUD, onde ele acreditava que ambos poderiam brilhar juntos.

— Você deveria vir para a LOUD comigo, S/n — Arthur disse uma noite, os dois sozinhos depois de uma longa sessão de jogos. — Lá, você pode ser ainda maior do que já é aqui. E... nós estaríamos juntos o tempo todo.

A ideia de trocar a Fluxo pela LOUD parecia arriscada, mas o amor que S/n sentia por Arthur era tão forte que, no calor do momento, ela começou a considerar a proposta.

— Você realmente acha que é o melhor para mim? — ela perguntou, seus olhos fixos nos dele.

— Eu sei que é. Vamos crescer juntos, seremos imbatíveis.

No fundo, S/n sentia que estava traindo algo maior: sua própria lealdade à Fluxo, o time que a acolheu e que lhe deu um espaço para crescer. Mas o apelo de estar ao lado de Arthur, e o sonho de construir algo juntos, foi o que a fez dar o salto. Pouco tempo depois, S/n anunciou sua saída da Fluxo e aceitou o convite para se juntar à LOUD.

Presente...

Meses após sua mudança para a LOUD, tudo parecia diferente. Arthur, que antes parecia tão presente e carinhoso, se distanciou lentamente. O relacionamento, que antes parecia o motivo de sua transição para um novo time, agora era uma sombra do que já fora. Eles jogavam juntos, mas o clima era de frieza e indiferença.

Em uma tarde, enquanto S/n estava sentada sozinha na sala de treinos, perdida em pensamentos, Babi, uma das veteranas da LOUD, se aproximou.

— Tá com cara de quem se arrependeu de algo — Babi comentou, se sentando ao lado dela, com um olhar compreensivo.

S/n soltou um suspiro pesado. — Às vezes, acho que fiz uma escolha errada, sabe?

Babi inclinou a cabeça, curiosa. — Sair da Fluxo, você quer dizer?

— Sim, e tudo por causa dele — S/n murmurou, evitando mencionar o nome de Arthur, mesmo que estivesse claro para ambas a quem ela se referia. — Na época, parecia a coisa certa a fazer. Eu amava o Arthur, e ele me convenceu de que estar na LOUD seria melhor. Mas agora... eu sinto falta do que eu tinha lá. O respeito, as amizades. Não só isso, mas sinto que traí a mim mesma, Babi. Por uma coisa que nem existe mais.

Babi observou S/n com atenção, absorvendo suas palavras. — Às vezes, a gente se deixa levar pelos sentimentos. Faz parte, principalmente quando envolve pessoas com quem a gente se importa. Mas... você se deixou em segundo plano, né?

S/n assentiu, mordendo o lábio. — Exatamente. Achei que vir para cá seria o certo porque estaríamos juntos e, no fim, eu acabei me afastando de tudo o que me fazia bem na Fluxo. E agora... bem, nem ele é o mesmo.

Babi fez uma pausa antes de responder, com uma expressão de reflexão. — S/n, a LOUD é uma grande família, mas não deixa de ser um lugar competitivo. O que acontece fora do jogo não pode influenciar sua performance ou as decisões que você toma pro seu futuro. Arthur, a LOUD, a Fluxo... tudo isso são fatores externos. No fim, a única pessoa que você realmente tem que ouvir é você mesma. E parece que você não fez isso quando saiu da Fluxo.

S/n sabia que Babi tinha razão. Ela tinha ignorado sua própria intuição, seu próprio instinto, em prol de um relacionamento que agora parecia estar desmoronando. A frustração que sentia não era apenas com Arthur, mas consigo mesma por ter deixado de lado algo tão importante.

— E o que eu faço agora? — S/n perguntou, sua voz quase um sussurro.

Babi deu um leve sorriso. — Você é uma jogadora incrível, S/n. Não importa o time. Mas, acima de tudo, você tem que lembrar por que começou isso tudo. O que te motivava antes de Arthur? Volta para aquele lugar dentro de você. Seja no time que for, Fluxo ou LOUD, joga pelo que você acredita, pelo que te faz sentir viva. Se você quiser voltar atrás, as portas sempre se abrem para quem tem o talento e a coragem de seguir o próprio caminho.

Essas palavras ressoaram fundo em S/n. Por muito tempo, ela tinha deixado que sua felicidade dependesse de outra pessoa, mas ali, com Babi ao seu lado, ela começou a perceber que, no fim, seu maior erro não foi trocar de time. Foi esquecer quem ela realmente era.

Ela sabia que o caminho para redescobrir essa parte de si não seria fácil, mas também sabia que, a partir daquele momento, faria as coisas de um jeito diferente. Não por Arthur, não pela LOUD ou pela Fluxo, mas por ela mesma.

𝐣𝐨𝐠𝐨 𝐝𝐨 𝐚𝐦𝐨𝐫, arthur fernandesOnde histórias criam vida. Descubra agora