Capítulo 4 - Segunda Temporada

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S/n estava em seu quarto, olhando para o teto, enquanto os últimos acontecimentos martelavam em sua cabeça. Desde a conversa com Ale Maze, ela sabia que precisava de mais tempo para tomar uma decisão definitiva. Contudo, rumores sobre seu possível retorno à Fluxo começaram a circular, e isso fez com que mais pessoas se aproximassem dela para tentar entender o que estava acontecendo.

Naquela tarde, Coringa e Lzinn decidiram fazer uma visita surpresa. Eles sabiam que algo estava mexendo profundamente com S/n, e sendo pessoas próximas, era inevitável que eles se preocupassem. Coringa, seu irmão, sempre foi uma figura importante em sua vida, e Lzinn, um amigo leal, não ficaria de fora da conversa.

Ao entrarem no quarto de S/n, ambos a encontraram deitada, com os olhos fixos no teto. Ela percebeu a presença dos dois, mas não se moveu de imediato.

— Ei, irmãzinha — disse Coringa, sentando-se na cadeira ao lado da cama. — Precisamos conversar.

S/n suspirou, sabendo exatamente o que estava por vir. Lzinn se encostou na parede, cruzando os braços, observando a cena em silêncio, mas com um olhar firme.

— Já sei o que vão dizer... que estou sendo impulsiva, que isso é uma fase, ou que eu deveria pensar melhor — começou S/n, sem sequer esperar que eles falassem.

Coringa balançou a cabeça. — Não, não é isso. Eu só quero entender o que tá se passando na sua cabeça. Essa história de você querer voltar pra Fluxo, depois de tudo que construiu aqui na LOUD... Você realmente quer isso?

Lzinn assentiu, endossando as palavras de Coringa. — Não é sobre ser impulsiva, S/n. É sobre entender o porquê. Você era da Fluxo, saiu por motivos que você mesma escolheu. Agora, a coisa tá pesada com o Arthur, mas será que voltar é a solução?

S/n se sentou na cama, abraçando os joelhos. — Eu só não me sinto mais pertencendo à LOUD. Tudo o que me trouxe pra cá parece ter desaparecido. E o Arthur... ele destruiu tudo.

Coringa a observou com olhos atentos. — Eu entendo. Mas, S/n, você tem que pensar além disso. O Arthur não é a LOUD. Eu sei que é difícil separar as coisas agora, mas o que você construiu aqui vai além dele. Você é uma das estrelas, uma peça importante no time, e voltar pra Fluxo pode não resolver a dor que tá sentindo.

Lzinn se aproximou da cama e se agachou na frente dela, mantendo o tom calmo. — E na Fluxo, você vai encontrar uma versão diferente do que deixou. Não dá pra voltar no tempo, e não dá pra achar que vai ser como era antes. Tudo muda, inclusive a Fluxo.

S/n abaixou a cabeça, absorvendo as palavras de ambos. — Eu sei que não vai ser igual, mas pelo menos eu vou me afastar desse caos. Na LOUD, eu só me sinto afundando cada vez mais.

Coringa se levantou e se aproximou da cama, sentando-se ao lado dela. — Se você acha que fugir vai te dar paz, tá enganada. Você não vai conseguir se esconder do que tá sentindo. Vai acabar levando esse peso pra onde for. Se quiser voltar, a Fluxo te recebe, disso eu não tenho dúvidas. Mas essa decisão precisa ser sua, e não por causa de Arthur, ou de qualquer outra coisa que você queira evitar.

Lzinn balançou a cabeça em concordância. — Você tem a chance de recomeçar de uma forma que não dependa de ninguém. Mas, se for pra voltar, que seja porque a Fluxo é onde seu coração realmente quer estar, e não porque você quer fugir.

S/n ficou em silêncio por um momento, pensando nas palavras de Coringa e Lzinn. A conversa havia trazido à tona uma sensação de clareza que ela não tinha experimentado nos últimos dias. Olhando para os dois, ela percebeu que tinha apoio incondicional, e isso a fazia sentir-se um pouco mais forte.

— Eu realmente aprecio vocês dois estarem aqui — disse S/n, finalmente quebrando o silêncio. — Às vezes, tudo isso parece tão pesado. Eu me sinto perdida, como se não soubesse mais quem sou.

Coringa balançou a cabeça, compreendendo. — É normal se sentir assim, especialmente depois de tudo o que aconteceu. Mas lembre-se de que não precisa passar por isso sozinha. Estamos aqui para te ajudar a encontrar o caminho.

Lzinn se endireitou, seus olhos focados nela. — E, se você decidir ficar na LOUD, que seja por suas próprias razões. Se você voltar pra Fluxo, que seja porque isso te faz feliz, e não porque você está fugindo de algo.

S/n respirou fundo, assimilando cada palavra. Ela sabia que a decisão sobre seu futuro era dela, mas a pressão era intensa. O que ela realmente queria? O que a faria feliz novamente? A imagem de Arthur passou pela sua mente, e um turbilhão de emoções a invadiu. Raiva, tristeza, e uma pontada de saudade. Ela tinha que lidar com isso antes de tomar qualquer decisão.

— Eu preciso de tempo para pensar — afirmou, olhando nos olhos de Coringa e Lzinn. — Não quero decidir nada agora. Não enquanto estou assim, confusa.

— E isso é completamente válido — respondeu Lzinn, com um sorriso compreensivo. — Não há pressa. Aproveite esse tempo para se reavaliar, para entender suas emoções. O mais importante é que você não se sinta pressionada a agir de forma precipitada.

— Se precisar de espaço ou tempo, só nos avise — acrescentou Coringa. — Vou te apoiar em qualquer decisão que você tomar, mas não quero que você tome a escolha errada por causa da pressão.

Com um leve aceno de cabeça, S/n sorriu. Aquela conversa havia lhe dado uma nova perspectiva. Agora, ela entendia que precisava de um tempo para se reconectar consigo mesma, sem se deixar levar pelas emoções do momento.

Alguns dias depois...

S/n decidiu que precisava se afastar um pouco do tumulto que era sua vida na LOUD. Ela se afastou dos treinos e dos eventos da equipe, dedicando tempo a si mesma, a refletir e a reavaliar o que realmente queria. Durante esse tempo, começou a explorar novos hobbies, passou mais tempo com Coringa e até se reconectou com alguns amigos da Fluxo, apenas para manter as portas abertas.

Em um desses dias, enquanto estava no parque, sentada em um banco e observando as pessoas passarem, S/n recebeu uma mensagem de Ale Maze.

— E aí, S/n. Como você está? — a mensagem começava.

Ela hesitou por um momento, mas decidiu responder com honestidade.

— Estou tentando me encontrar, na verdade. Tirei um tempo para pensar e refletir sobre tudo.

Ale respondeu rapidamente, como sempre. — Isso é ótimo. Às vezes, um pouco de espaço é tudo que precisamos. A Fluxo ainda está de braços abertos para você, mas o que realmente importa é o que você deseja.

— Eu sei. E estou pensando muito sobre isso. Sinto falta de algumas coisas da Fluxo, mas também sei que preciso decidir com a cabeça fria.

— Estou aqui se você precisar conversar. Não importa o que decida, você sempre será bem-vinda.

S/n sorriu ao ler a mensagem, sentindo um calor no coração. Ela apreciava o apoio que estava recebendo, tanto da família quanto dos amigos. Isso a ajudava a se sentir menos sozinha em sua jornada.

Um dia, enquanto caminhava pelo parque, Coringa apareceu.

— E aí, irmã? — ele disse, se juntando a ela no banco. — Como você tá se sentindo hoje?

— Melhor, na verdade. A conversa que tivemos fez uma diferença — respondeu S/n. — E a mensagem do Ale também.

Coringa sorriu. — Fico feliz em ouvir isso. Às vezes, só precisamos de um tempo pra desabafar e ver as coisas sob uma nova luz. Você já pensou mais sobre voltar pra Fluxo?

Ela suspirou, olhando para as folhas que caíam ao seu redor. — Sim, eu tenho pensado muito. A verdade é que, independentemente do que eu decidir, eu quero fazer isso por mim. Não por causa do Arthur ou da LOUD, mas porque sinto que é o que eu realmente quero.

Coringa assentiu, orgulhoso dela. — Isso é tudo o que nós queremos, S/n. Que você faça a escolha certa, não importa qual seja.

S/n sentiu um peso ser levantado de seus ombros. Ela sabia que, independentemente de qual decisão tomasse, tinha apoio ao seu lado. E, com isso em mente, ela se sentiu mais pronta do que nunca para encarar o que o futuro lhe reservava, seja na LOUD ou na Fluxo.

𝐣𝐨𝐠𝐨 𝐝𝐨 𝐚𝐦𝐨𝐫, arthur fernandesOnde histórias criam vida. Descubra agora