S/n caminhava em direção ao estúdio da Fluxo, sentindo o peso das escolhas que fizera. Ela sabia que essa volta não seria fácil, mas era necessária. O romance com Loud Thurzin havia deixado cicatrizes profundas, e ficar na LOUD era um constante lembrete do que ela havia perdido. Mesmo que tentasse seguir em frente, a dor de conviver com a incerteza de onde estavam em termos de confiança e sentimento a consumia. Agora, a Fluxo seria um novo começo, uma chance de reconstruir algo do zero.
Ao entrar no prédio, ela foi recebida por rostos familiares. Nobru, com sua postura confiante, conversava animadamente com Japa e Fac, enquanto Ale Maze digitava algo no celular ao lado de Rajah. A energia no ambiente era inegavelmente familiar, mas havia algo mais; um senso de pertencimento que S/n nunca conseguira encontrar totalmente na LOUD. Aqui, as coisas pareciam mais sólidas, mais autênticas.
— Ei, olha quem decidiu aparecer! — brincou Manomax, abrindo um sorriso largo ao vê-la se aproximar. — Seja bem-vinda de volta.
S/n riu, sentindo o nervosismo aliviar um pouco. — Obrigada. Confesso que estava com saudades de vocês.
Nobru se aproximou, dando-lhe um abraço de boas-vindas. — Voltou para o lado certo. A Fluxo sempre vai ser sua casa.
Ela sabia que ele tinha razão. Embora tivesse tentado encontrar seu lugar na LOUD, o romance mal resolvido com Arthur e as tensões que aquilo causara tinham transformado o que era para ser uma oportunidade de crescimento em um campo de batalha emocional. E mesmo com o apoio que recebera de muitos na LOUD, como Emilly Souza, não era o suficiente para curar as feridas deixadas pela relação conturbada.
— Eu precisava de um tempo para pensar — admitiu S/n, virando-se para Ale Maze, que a observava atentamente. — Mas no fundo, sempre soube que aqui era o meu lugar.
Ale Maze assentiu, com um olhar compreensivo. — Não precisa explicar nada, S/n. A gente te conhece. Sabemos o quanto foi difícil.
Saymon apareceu, sorrindo de canto. — Fala sério, você se achou na LOUD ou só estava lá para curtir as brigas?
Ela riu, balançando a cabeça. — Aconteceram muitas brigas, com certeza. Mas nada comparado ao caos que é lidar com... certas pessoas.
Fac, sempre atento, riu. — Tipo o Thurzin?
O nome dele ainda causava uma dor leve em seu peito, mas S/n estava determinada a seguir em frente. — É, tipo o Thurzin.
Ela não queria discutir os detalhes do relacionamento naquele momento. Era algo que precisava ser processado por ela mesma, em silêncio, antes de poder compartilhar com os outros. Havia mágoa, mas também havia lembranças boas que ela não queria manchar com ressentimentos.
— Bom, o que importa é que você está de volta — comentou Syaz, jogando um pacote de salgadinhos para ela. — E temos bastante coisa para te atualizar.
Ela pegou o pacote e sorriu. — Estou pronta para tudo.
**
Algumas horas depois, S/n estava sentada com Rajah, Ale Maze e Japa. Eles estavam discutindo as próximas movimentações da equipe e as oportunidades que surgiriam com sua volta. A sensação de estar de volta a um time que realmente a compreendia era libertadora. No entanto, o fantasma de Thurzin continuava pairando sobre seus pensamentos.
— S/n, você parece distraída — comentou Ale Maze, enquanto mexia no tablet. — Está tudo bem?
Ela olhou para ele, sabendo que era um dos poucos que poderia entender a profundidade do que estava sentindo. — Eu estou bem, só preciso me acostumar de novo. Deixar algumas coisas para trás.
Rajah, que tinha um jeito mais direto, olhou para ela. — Se for por causa do Arthur, é melhor resolver isso logo. Não dá pra carregar esses fantasmas pra sempre.
Ela sabia que ele estava certo. Por mais que tentasse evitar, a presença de Thurzin em sua mente ainda era forte. Talvez fosse o último obstáculo que precisasse superar antes de realmente se sentir completa na Fluxo.
— Eu sei — respondeu S/n, suspirando. — Talvez eu precise conversar com ele uma última vez.
— Se quiser, posso quebrar o gelo — brincou Japa, mas o olhar sério de S/n o fez parar. — Tá, foi mal. Assunto delicado.
— Não, tudo bem — ela disse, mais tranquila. — Só preciso de tempo.
Ale Maze assentiu. — Nós estamos aqui para o que você precisar, S/n. Seja para lidar com isso ou qualquer outra coisa. A Fluxo é uma família.
Essas palavras tocaram fundo em S/n. Ela sabia que, independentemente de seus problemas pessoais, a Fluxo estava lá para apoiá-la. E isso fazia toda a diferença.
**
No dia seguinte, S/n decidiu que era hora de fechar o ciclo. Ela enviou uma mensagem para Arthur, sem rodeios, dizendo que precisava conversar com ele. Era hora de esclarecer tudo, de uma vez por todas, e finalmente colocar um ponto final no que restava entre eles.
A resposta de Arthur foi rápida: "Claro, quando você quiser."
Ela marcou de encontrá-lo em um lugar neutro, longe da LOUD e da Fluxo, para que pudessem conversar sem distrações ou influências externas.
Quando chegou ao local combinado, Arthur já estava esperando. Ele parecia calmo, mas S/n podia sentir a tensão no ar. Havia muito a ser dito, e ambos sabiam disso.
— Obrigado por vir — disse ele, quebrando o silêncio.
— Precisamos dessa conversa há muito tempo — respondeu S/n, sentando-se na frente dele. — Eu acho que não podemos seguir em frente sem isso.
Arthur assentiu. — Concordo. As coisas entre nós ficaram... complicadas. E eu sinto muito por isso.
Ela respirou fundo, encarando-o nos olhos. — Eu não estou aqui para buscar desculpas ou explicações, Arthur. Eu só quero entender por que aconteceu o que aconteceu. E, mais importante, quero me libertar disso.
Ele a observou por alguns segundos antes de responder. — A verdade é que eu estava confuso. Quando começamos a nos envolver, eu estava em um lugar emocionalmente bagunçado. E eu sei que isso não justifica o que fiz.
— Não, não justifica — ela concordou. — Mas eu não estou aqui para culpar você. Estou aqui para colocar um fim nisso. Eu preciso seguir em frente, e isso significa deixar o passado para trás. Não posso continuar me prendendo ao que poderia ter sido.
Arthur ficou em silêncio por um momento, claramente refletindo sobre suas palavras. — Eu entendo. E, sinceramente, quero o melhor para você. Sempre quis. Eu só não sabia como lidar com tudo isso.
S/n sorriu, sentindo uma leveza tomar conta de seu coração. — Eu também quero o melhor para você, Arthur. Mas o melhor para mim agora é estar na Fluxo, onde eu me sinto em paz. O que tivemos foi importante, mas acabou. E está tudo bem.
Ele sorriu de volta, embora houvesse uma tristeza em seus olhos. — Eu entendo. E respeito isso.
Com um último olhar, S/n se levantou. Ela sabia que aquele era o fim de uma era e o começo de outra, uma em que ela estaria mais forte, mais segura de si mesma. Ao sair do café, sentiu uma nova sensação de liberdade. O passado havia sido deixado para trás, e o futuro estava esperando por ela.
E, dessa vez, ela estava pronta para abraçá-lo por completo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐣𝐨𝐠𝐨 𝐝𝐨 𝐚𝐦𝐨𝐫, arthur fernandes
Fanfiction"Dois adolescente, um sentimento único entre eles, um sentimento recíproco, mas ambos tem medo, esse é o famoso amor proíbido, ambos se amam, mas não podem ficar junto por serem rivais, bom é oque eles achavam até certo ponto" ┃ Thi...