Capítulo 11

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Enzo Ferrari
21 anos

O dia corria como qualquer outro na faculdade. Os corredores estavam cheios de alunos com mochilas e cadernos, mas minhas atenções estavam em um ponto específico: a garota que andava de cabeça erguida, como se o peso dos olhares não a afetasse. Lara Cortez. Ela tentava fingir que não se abalava, mas hoje seria diferente. Hoje, ela entenderia quem comanda esse lugar.

Giovanni se aproximou de mim, tentando, como sempre, me convencer a abandonar meus planos.

_ Enzo, isso é demais até pra você, cara. - Ele falou num tom tenso, olhando ao redor como se alguém pudesse nos ouvir.

_ Já ouvi essa história antes. - Respondi sem emoção, ignorando a tentativa dele de me frear. - É simples, Giovanni. Ela precisa aprender.

O plano era tão calculado quanto cruel. A sala de manutenção no subsolo do prédio principal era o lugar perfeito. Ninguém ia até lá. A porta só podia ser aberta com uma chave especial, que convenientemente estava comigo. Giovanni me acompanhou até lá, mas eu sabia que ele não ia interferir, mesmo que tentasse parecer o bom samaritano.

Aguardei no corredor, como um caçador esperando sua presa, observando Lara se aproximar enquanto ela verificava o celular. Assim que ela passou por mim, dei um passo à frente, bloqueando seu caminho com um sorriso que ela odiava.

_O que você quer, Enzo? - Ela bufou, revirando os olhos.

_ Entra ali por um segundo, preciso te mostrar algo. - Falei, apontando para a porta da sala.

Ela hesitou, desconfiada, mas eu a empurrei com força suficiente para que ela tropeçasse e caísse para dentro. Antes que pudesse reagir, fechei a porta com um estrondo e girei a chave, prendendo-a no espaço escuro e frio.

_ Que porra é essa? Me tira daqui agora! - A voz dela ecoou pela porta de metal enquanto ela batia, desesperada.

Eu me abaixei para falar através da pequena abertura entre a porta e o chão, meu tom gotejando sarcasmo.

_ Isso é o que acontece quando você acha que pode correr na minha pista e desafiar minhas regras. Acha que é forte o suficiente para entrar nesse mundo, não é? Vamos ver se aguenta o frio e a escuridão aqui dentro.

Ela parou de bater na porta, mas eu podia ouvir a respiração acelerada dela. Sabia que o pânico estava tomando conta. E isso me dava um prazer doentio, uma satisfação por finalmente fazer com que ela sentisse o peso da própria impotência.

_Você é um covarde, Enzo. Só sabe se esconder atrás da porra do seu dinheiro e das suas ameaças. - Ela tentou soar corajosa, mas a voz tremia.

_ E você é só uma garota que acha que pode brincar de forte. - Respondi, rindo baixo. - Vou deixar você pensar um pouco aí dentro. Quem sabe aprende a me respeitar.

Ela começou a bater na porta com mais força, mas eu simplesmente me afastei, ignorando os gritos abafados dela. Subi de volta pelos corredores da faculdade, onde ninguém suspeitava do que estava acontecendo no subsolo. Para eles, eu era apenas o filho da puta de sempre, arrogante, mas inofensivo. Mal sabiam o que eu podia fazer.

O tempo passava devagar enquanto eu mantinha distância, deixando que o desespero e a escuridão trabalhassem contra ela. Sabia que quanto mais o tempo passasse, mais ela se sentia vulnerável e perdida. E isso era exatamente o que eu queria. Eu queria vê-la quebrar.

Foi só depois de algumas horas, quando a luz do dia já começava a diminuir, que decidi voltar. Giovanni me encontrou no meio do caminho, o rosto tenso.

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⏰ Última atualização: Oct 10 ⏰

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