1 - Sinnoh, onde a história começa.

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No interior de Sinnoh, na Cidade de Twinleaf, há uma humilde moradia que se conecta fortemente com a natureza, cercada por árvores. Lá é onde encontramos Amaia, uma jovem pronta para recomeçar sua vida como treinadora Pokémon.

O despertador toca, toca continuamente, até que é bruscamente interrompido por Amaia, que grunhe impaciente. Ela esfrega os olhos, resmungando um pouco mais, enquanto rola para o lado da parede, buscando conforto no colchão macio e no edredom acolhedor. Minccino, uma de suas fiéis companheiras, usa sua cauda para fazer uma leve cócega na bochecha de sua treinadora, que passa os dedos levemente sobre a pele, como se quisesse tirar um de seus fios de cabelo. O Pokémon realiza a ação continuamente, até que a ruiva abre os olhos e se senta, obviamente aborrecida.

— Eu sabia que era você! — a garota exclama, olhando para a chinchila com uma cara nada agradável.

— Não é minha culpa se você é uma preguiçosa!

Amaia revira os olhos, tirando a coberta de suas pernas e se levanta, pegando seu celular em cima da cômoda ao lado do guarda-roupa.

Digamos que ela tem uma aptidão peculiar que a permite entender o que os Pokémon falam sem nenhum problema, como se fosse algo extremamente natural. Ela não se lembra de como obteve essa habilidade, nem quando; simplesmente aconteceu de forma natural.

— Ih caramba, a tia vai me matar — disse, enquanto olhava o horário em seu celular: 07h32.

A jovem se move apressadamente, tirando seu pijama e colocando uma roupa social. Ela ouviu dizer que Kalos não tem uma temperatura como a de Sinnoh, então decide colocar algo que não está acostumada: um mini short jeans bege, juntamente com um cropped branco de alça. De acessórios, ela coloca um brinco de pérola e um colar de conchas. Ela prende o cabelo com uma presilha de flor plumeria laranja, deixando algumas mechas soltas para dar um charme.

— É pra gente sair antes das 8 horas, Amaia! Você sabe que daqui até o aeroporto é longe! — Minccino exclama, pulando até algumas malas que a treinadora havia arrumado.

— Tá bom, peraí, eu tenho que escovar os dentes.

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Tá bom, acho que é a minha vez de contar essa história.

Depois que escovei meus dentes, peguei minhas malas e, obviamente, minhas pokébolas — com Minccino no meu ombro — enquanto descíamos as escadas com um pouco de dificuldade, afinal, eram um pouco estreitas para a quantidade de malas que eu carregava.

— Vamos logo, Amaia! Você vai perder o voo! — exclamou Margarete, ou melhor, minha tia.

— A gente tá indo! Calma aí!

Digo enquanto me apresso nos degraus, as rodas das minhas bagagens se enroscando nos cantos de madeira.

— Pronto, vamos logo.

— Vocês não vão comer nada?

— A gente come depois.

— Você conferiu se pegou tudo? — disse minha tia, enquanto se dirigia para o lado de fora da casa.

— Sim, tia, peguei — respondi, enquanto a acompanhava.

— Calcinha? Perfume? Desodorante?

— Peguei tudo, vamos logo, vai.

Ela entra no carro, apertando o botão que abre automaticamente o porta-malas. Organizo tudo de forma que se encaixe perfeitamente e fecho com um pouco de força, indo até a porta ao lado do motorista.

— Ela se preocupa demais — murmura Minccino, e apenas assenti em concordância.

Entro no carro com a chinchila ainda no meu ombro. Quando vou colocar o cinto, a porta bate com força.

— Oh, caramba! Tem geladeira em casa, não, guria? — Margarete me olha com uma cara nada agradável.

— Foi mal, tava me ajeitando aqui e a porta bateu.

— Aham.

Conforme saíamos da frente da casa, apoio meu cotovelo na janela e escoro meu queixo, sentindo o vento bater em meus cabelos médios. Não atrapalha muito, mas traz uma sensação agradável e engraçada. Minha parceira desce para o meu colo, aconchegando-se, sabendo que a viagem até o aeroporto seria cansativa, afinal, moramos no interior do interior...

Minha tia nunca teve boas condições financeiras. Apesar de meu pai ter sido um homem bem-sucedido, minha mãe nunca gostou que ele tivesse contato com ninguém da família além dela.

Ela é uma mulher louca.

Aos 13 anos, minha mãe me expulsou de casa após a morte do meu pai, a quem ela sempre me culpou pela morte. Ela nunca gostou de mim; sempre me tratou com desdém e indiferença. Enquanto isso, meu pai era um homem amoroso e protetor, sempre me defendendo das ofensas e opressões da minha mãe.

Eu odeio aquela mulher.

Agradeço todos os dias por ter dado o meu melhor. Trabalhei dia e noite como garçonete em uma lanchonete bastante frequentada em Unova. Com isso, consegui juntar dinheiro, com a ajuda da minha tia, para viajar para Sinnoh e poder estudar adequadamente.

— Amaia.

Sou muito feliz assim, então por que continuo pensando no passado?

— Amaia?

Desperto dos meus pensamentos, levantando a cabeça e olhando para minha tia.

— Você tá me escutando?

— Ahn? Ah, tô, pode continuar.

— Hm... Tá. Então, quando você chegar lá, é a Ária que vai te receber, não é? Aquela sua amiga virtual.

— É, ela mesma.

— Tem certeza de que ela é uma garota, né?

— Tenho.

Conversamos sobre o que eu gostaria de fazer em Kalos, mais do que já falamos antes. Falo sobre como Ária é, detalhes sobre ela e nossa amizade, como nos conhecemos.

Quando eu e a tia Margarete chegamos ao aeroporto, o carro estaciona com um solavanco suave no meio do estacionamento movimentado. Olho pela janela e vejo as luzes brilhantes do terminal, pessoas andando apressadas com malas e famílias se despedindo. O aeroporto está em plena atividade, com anúncios ecoando ao fundo.

Margarete desliga o motor e diz:

— Chegamos.

Ela abre a porta e sai, pegando as chaves e indo diretamente para o porta-malas, onde começa a retirar as malas. Minccino, que esteve dormindo o caminho todo, se remexe no meu colo e boceja preguiçosamente.

— Minccino, acorda... A gente já chegou.

Desço do carro, observando o fluxo constante de pessoas entrando e saindo do terminal.

A acinzentada se mexe desconfortavelmente, abrindo os olhos de forma preguiçosa, antes de escalar meu braço e se posicionar em meu ombro.

— Eu queria dormir mais um pouco... — ela reclama.

— Você vai poder dormir a viagem toda, não reclama.

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Oioi gente!! Eu sei que eu demorei muito pra dar sinais de vida e sequer postei capítulo novo da outra fanfic, mas eu prometo prometo mesmo que vou me dedicar nessa aqui! Passei por um momento muito difícil da minha vida e escrever agora está sendo uma grande ajuda pra mim. Espero que entendam!!

A Felicidade É Uma Borboleta LivreOnde histórias criam vida. Descubra agora