A Felicidade É Uma Borboleta Livre

3 - Reflexos de uma Amizade

O final do dia se passa no Centro Pokémon com Alan, Mairin, e Amaia. As duas garotas conversam animadamente, enquanto Alan permanece em silêncio, com uma expressão neutra, quase distante.

— Então, Maia, de onde você veio? — Mairin perguntou, agora chamando Amaia por um apelido mais íntimo.

— Você já perguntou isso antes. — Alan comentou, interrompendo sem desviar os olhos de seu celular.

Amaia se surpreende. Ele está prestando atenção na nossa conversa? Ela pensa, curiosa com o súbito interesse.

— Ah, não tem problema, eu respondo de novo. — Amaia responde, sorrindo suavemente para Mairin. — Eu sou de Sinnoh, mas na verdade nasci em Unova. Fiquei lá até os meus quatorze anos.

— Uau! Então você deve ter muitos Pokémon! — Mairin exclamou, seus olhos brilhando de excitação.

Amaia soltou uma risada leve, balançando a cabeça.

— Na verdade, não... Meu primeiro Pokémon de Unova é Minccino. Gabite e Monferno são de Sinnoh. Então, no fim, eu só tenho esses três por enquanto.

Mairin franze a testa por um segundo, surpresa pela resposta. Ela parecia pensar que uma treinadora que viajou por duas regiões teria uma equipe completa.

— Mas eles são incríveis, sabe? — Amaia completou, acariciando a Pokébola de Minccino, com um sorriso orgulhoso.

Alan, embora ainda calado, pareceu observar Amaia por um breve momento, como se estivesse ponderando algo. Ele não era de interagir muito, mas a história de Amaia parecia capturar sua atenção de alguma forma.

Amaia lança um olhar curioso para Alan, e, por um breve momento, seus olhos azuis encontram os olhos lilases dela. A conexão é imediata, como um choque silencioso que percorre a espinha de ambos. Alan mantém o olhar, inexpressivo como sempre, mas Amaia sente um arrepio incômodo percorrer seu corpo. Sem querer sustentar aquele momento estranho por mais tempo, ela desvia o olhar, fingindo estar distraída com outra coisa.

De repente, um som suave ecoa pela recepção do Centro Pokémon, o habitual sinal de que os Pokémon de ambos foram completamente curados. Amaia suspira aliviada, contente em quebrar o silêncio.

— Parece que nossos Pokémon estão prontos. — Ela comenta, levantando-se rapidamente para pegar suas Pokébolas, tentando dissipar a tensão que sentiu há pouco.

Alan a segue em silêncio, enquanto Mairin, sempre animada, pula para acompanhá-los.

Amaia caminha até o balcão, onde a Enfermeira Joy já está esperando com um sorriso calmo e as Pokébolas de seus Pokémon. Ela agradece rapidamente e recolhe as esferas, sentindo o peso familiar delas em suas mãos. Ao lado, Alan faz o mesmo, mantendo sua postura indiferente.

— Obrigada, Enfermeira Joy! — Amaia agradece com um sorriso, tentando se sentir mais à vontade.

— De nada! Seus Pokémon estão em ótima forma, espero que tenha uma boa jornada! — A enfermeira responde com gentileza.

Mairin, cheia de energia, se aproxima com Chespin pulando ao seu lado.

— Então, qual é o próximo passo? Você já tem uma ideia do que vai fazer, Maia? — Mairin pergunta, usando o apelido que havia dado a ela, ainda animada com a recente batalha.

Amaia pensa por um momento, segurando a Pokébola de Gabite, seu olhar ficando distante.

— Acho que vou seguir para o próximo ginásio... — Ela responde, mas sua voz tem um toque de incerteza.

Alan, que havia permanecido em silêncio, de repente interrompe.

— O próximo ginásio é em Laverre. Você vai precisar estar preparada. — Ele diz sem rodeios, mas seu tom é mais sério, quase como se estivesse oferecendo um conselho.