capítulo 5

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Rachel ficou de joelhos, sentindo o corpo tremer em ondas de dor e confusão. O eco da porta fechando ainda ressoava em seus ouvidos, mas seu foco estava em si mesma. O quarto parecia menor, as paredes de veludo se apertando ao seu redor, sufocando-a lentamente. Ela tentou controlar a respiração, mas seu peito subia e descia com dificuldade, como se cada suspiro fosse uma batalha contra as emoções que insistiam em aflorar.

Os pensamentos vinham como um turbilhão — como ela permitiu que isso acontecesse? Em que momento perdeu o controle de si mesma? A vergonha queimava seu rosto, mas por trás dela, uma parte de Rachel — a parte que ela odiava — estava estranhamente satisfeita. Havia algo naquela dinâmica que fazia seus músculos tensos relaxarem de uma forma que ela jamais imaginou. Uma dependência que ela não sabia que tinha.

"Isso não é real," ela murmurou para si mesma, sentindo as palavras secas em sua boca. "Isso não pode ser real."

Mas o toque de Helena ainda queimava em sua pele, os rastros deixados pelo chicote ainda vivos, uma lembrança do poder que aquela mulher tinha sobre ela. Rachel sabia que, por mais que lutasse, estava ficando cada vez mais difícil resistir.

O som da porta sendo aberta novamente a fez congelar. Ela não esperava que Helena voltasse tão cedo. Seu corpo automaticamente ficou tenso, como se se preparasse para mais uma sessão de humilhação.

Mas, em vez de Helena, outra figura entrou no quarto.

Era Ana, uma das assistentes de Helena. Alta, de postura ereta, com cabelos pretos bem penteados e um olhar impassível. Ana era quase um reflexo distorcido de Helena, mas com uma frieza que fazia Rachel arrepiar ainda mais.

— Levante-se — ordenou Ana, sua voz seca. Não havia a mesma sutileza de Helena, apenas um comando direto.

Rachel, ainda dolorida, tentou se levantar, mas seu corpo não cooperava completamente. Ela vacilou, caindo de joelhos novamente, o cansaço e a dor impedindo-a de reagir com rapidez.

— Não seja fraca — Ana disse com desprezo. Ela caminhou até Rachel e, com um puxão brusco pelo braço, a levantou à força. — A dona quer vê-la pronta para a próxima fase.

— Próxima fase? — Rachel murmurou, com a voz embargada, o medo se infiltrando em suas palavras. O que mais Helena poderia querer dela?

— Você verá — Ana respondeu, com um pequeno sorriso de escárnio. Ela guiou Rachel até uma porta lateral do quarto, que Rachel sequer tinha notado antes. Ao abri-la, revelou um longo corredor escuro, iluminado apenas por lâmpadas fracas que lançavam sombras nas paredes.

Rachel foi empurrada para dentro do corredor, suas pernas quase falhando novamente. A sensação de aprisionamento ficou ainda mais intensa enquanto caminhava, cada passo pesado e forçado, com Ana sempre ao seu lado, controlando-a com aquele olhar impiedoso.

Quando finalmente chegaram ao final do corredor, Ana parou em frente a uma porta de metal. Ela destravou a fechadura com um movimento ágil e empurrou Rachel para dentro, sem cerimônia.

O que Rachel viu do outro lado a fez congelar.

Era uma sala circular, as paredes forradas de couro negro, com correntes e algemas penduradas em diversos pontos. No centro, uma cadeira de madeira robusta, com tiras de couro fixadas nos braços e nas pernas. Havia uma vibração quase visceral naquele espaço — como se a própria sala estivesse viva, pulsando com a energia de todas as punições que já haviam acontecido ali.

E lá estava Helena, esperando, com um sorriso enigmático.

— Vejo que você já conheceu nosso próximo cenário — disse Helena, em um tom quase alegre, como se estivessem falando de uma trivialidade.

Rachel não conseguiu responder. Seus olhos estavam fixos na cadeira no centro da sala, o terror percorrendo seu corpo.

— A resistência que você ainda tem, Rachel... nós vamos removê-la completamente. — Helena deu alguns passos à frente, a voz se tornando mais suave, mas carregada de intenção. — Esta sala foi feita para isso. Para dobrar as almas mais obstinadas.

Rachel deu um passo para trás, o medo finalmente se apoderando de suas ações. Mas Ana estava atrás dela, bloqueando a saída. Não havia escapatória.

— Não lute contra o inevitável — Helena disse, enquanto se aproximava. — Quanto mais rápido aceitar seu lugar, mais cedo isso acaba.

Rachel sentiu suas pernas cederem, mas antes que pudesse cair, Ana a agarrou novamente, forçando-a em direção à cadeira. Cada movimento parecia mais pesado, como se o próprio ar ao seu redor tivesse se tornado um fardo insuportável.

Quando seu corpo foi preso à cadeira, as tiras de couro apertadas ao redor de seus pulsos e tornozelos, Rachel finalmente sentiu o peso total do que estava por vir. As lágrimas começaram a brotar em seus olhos, a sensação de impotência se tornando esmagadora.

Helena parou na frente dela, inclinando-se levemente, seus olhos fixos nos de Rachel.

— Esta é a última chance, Rachel — ela disse suavemente. — A última chance de entregar-se de verdade.

Rachel sentiu uma faísca de raiva, um último resquício de sua própria vontade, mas logo foi apagado pelo toque suave de Helena, correndo os dedos pelo seu rosto, como uma promessa não dita.

E então, tudo se apagou quando Helena começou o que ela chamou de "a verdadeira entrega.

Olá boa noite amores!
O capítulo de hoje foi bem curto, como eu já disse, não sou uma escritora profissional, estou começando minha jornada agora. Então não me cobrem tanto🥺
Estou amando a interação de vocês, agradeço por votarem e comentarem ❤️

Beijinhos 😘

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