Capítulo 2

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Carol pov.

Depois de mais algumas risadas e despedidas calorosas, percebi que era hora de ir embora, Ana me deu um abraço caloroso, e eu retribuí com um sorriso.

— Foi ótimo, Carol. A gente precisa fazer isso mais vezes, obrigada por ter vindo isso foi muito importante para mim! — disse ela, com aquele entusiasmo que fazia qualquer noite parecer especial.

— Com certeza! — respondi, acenando para os outros e saindo do restaurante.

A brisa fresca da noite me envolveu assim que pisei na calçada, trazendo uma sensação de leveza após o ambiente movimentado, destravei o carro e entrei, pronta para voltar para casa. No entanto, antes que eu ligasse o motor, notei pelo retrovisor alguém agachada ao lado de um carro próximo, parecendo examinar algo com atenção.

Saí do carro, curiosa e um pouco preocupada, e caminhei até a pessoa, percebendo que se tratava da jogadora de vôlei que todos falaram durante a noite. Ela estava com uma expressão fechada, claramente aborrecida com algo.

— Oi... Está tudo bem? Precisa de ajuda? — perguntei, tentando soar prestativa.

Ela ergueu o olhar para mim, com um brilho de irritação nos olhos.

— Não está nada bem, não viu que meu pneu furou? e não preciso de ajuda, eu sei trocar um pneu sozinha, obrigada! — disparou, o tom afiado como uma faca.

Eu recuei rapidamente, surpresa pela resposta ríspida, mas antes que eu pudesse dizer algo, ela soltou um longo suspiro, esfregando a testa como se estivesse tentando se acalmar.

— Desculpa... — bufou, visivelmente frustrada. — Não quis ser grossa. Estou tendo um péssimo dia, e esse pneu furado é só a cereja do bolo.

Assenti, compreendendo o cansaço em sua voz.

— Tudo bem, eu entendo — respondi calmamente, cruzando os braços enquanto a observava. — Parece que você realmente teve um daqueles dias que tudo dá errado, né?

Ela soltou uma risada amarga, ainda focada no pneu.

— Você não faz ideia... apesar da vitória na estreia, o resto foi só ladeira abaixo

— Bom, de qualquer forma, se mudar de ideia e quiser ajuda, estou por aqui — ofereci de novo, dessa vez sem insistir, respeitando o espaço dela.

Ela parou o que estava fazendo por um instante, respirou fundo e, com uma expressão menos defensiva, olhou para mim.

— Desculpa, de verdade. Eu sou a Rosamaria, provavelmente você sabe quem eu sou

Eu sorri, mas não fazia ideia de que a pessoa por trás da fama era tão intensa. Havia algo em sua franqueza que me fez simpatizar de imediato, mesmo com o jeito meio ríspido.

— Carol, na verdade eu soube quem você é hoje — ela me encarou —  E, sinceramente, não se preocupe. Todos temos nossos momentos de estresse.

Ela sorriu de leve, ainda um pouco tensa, mas já com um ar mais acessível.

— Pra ser honesta, acho que o que mais me irritou hoje não foi o pneu furado — ela confessou, endireitando-se e limpando as mãos com um pano.

— Ah, é? — incentivei, curiosa.

Rosa deu de ombros, olhando para o horizonte por um instante, como se organizasse os pensamentos.

— É que hoje eu recebi uma notícia complicada... uma daquelas que te fazem questionar tudo, pra completar, tinha esse jantar que eu fui obrigada a comparecer, sorrir e fingir que estava tudo bem.

Minha nerd favorita - Rosamaria MontibellerOnde histórias criam vida. Descubra agora