Carol pov.
Depois de mais algumas risadas e despedidas calorosas, percebi que era hora de ir embora, Ana me deu um abraço caloroso, e eu retribuí com um sorriso.
— Foi ótimo, Carol. A gente precisa fazer isso mais vezes, obrigada por ter vindo isso foi muito importante para mim! — disse ela, com aquele entusiasmo que fazia qualquer noite parecer especial.
— Com certeza! — respondi, acenando para os outros e saindo do restaurante.
A brisa fresca da noite me envolveu assim que pisei na calçada, trazendo uma sensação de leveza após o ambiente movimentado, destravei o carro e entrei, pronta para voltar para casa. No entanto, antes que eu ligasse o motor, notei pelo retrovisor alguém agachada ao lado de um carro próximo, parecendo examinar algo com atenção.
Saí do carro, curiosa e um pouco preocupada, e caminhei até a pessoa, percebendo que se tratava da jogadora de vôlei que todos falaram durante a noite. Ela estava com uma expressão fechada, claramente aborrecida com algo.
— Oi... Está tudo bem? Precisa de ajuda? — perguntei, tentando soar prestativa.
Ela ergueu o olhar para mim, com um brilho de irritação nos olhos.
— Não está nada bem, não viu que meu pneu furou? e não preciso de ajuda, eu sei trocar um pneu sozinha, obrigada! — disparou, o tom afiado como uma faca.
Eu recuei rapidamente, surpresa pela resposta ríspida, mas antes que eu pudesse dizer algo, ela soltou um longo suspiro, esfregando a testa como se estivesse tentando se acalmar.
— Desculpa... — bufou, visivelmente frustrada. — Não quis ser grossa. Estou tendo um péssimo dia, e esse pneu furado é só a cereja do bolo.
Assenti, compreendendo o cansaço em sua voz.
— Tudo bem, eu entendo — respondi calmamente, cruzando os braços enquanto a observava. — Parece que você realmente teve um daqueles dias que tudo dá errado, né?
Ela soltou uma risada amarga, ainda focada no pneu.
— Você não faz ideia... apesar da vitória na estreia, o resto foi só ladeira abaixo
— Bom, de qualquer forma, se mudar de ideia e quiser ajuda, estou por aqui — ofereci de novo, dessa vez sem insistir, respeitando o espaço dela.
Ela parou o que estava fazendo por um instante, respirou fundo e, com uma expressão menos defensiva, olhou para mim.
— Desculpa, de verdade. Eu sou a Rosamaria, provavelmente você sabe quem eu sou
Eu sorri, mas não fazia ideia de que a pessoa por trás da fama era tão intensa. Havia algo em sua franqueza que me fez simpatizar de imediato, mesmo com o jeito meio ríspido.
— Carol, na verdade eu soube quem você é hoje — ela me encarou — E, sinceramente, não se preocupe. Todos temos nossos momentos de estresse.
Ela sorriu de leve, ainda um pouco tensa, mas já com um ar mais acessível.
— Pra ser honesta, acho que o que mais me irritou hoje não foi o pneu furado — ela confessou, endireitando-se e limpando as mãos com um pano.
— Ah, é? — incentivei, curiosa.
Rosa deu de ombros, olhando para o horizonte por um instante, como se organizasse os pensamentos.
— É que hoje eu recebi uma notícia complicada... uma daquelas que te fazem questionar tudo, pra completar, tinha esse jantar que eu fui obrigada a comparecer, sorrir e fingir que estava tudo bem.
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Minha nerd favorita - Rosamaria Montibeller
FanfictionCarol vive para o trabalho, tem 25 anos e recentemente terminou o seu doutorado. Ela é Software Enginee em uma empresa de São Paulo, mas que presta serviços para outros países. Rosamaria Montibeller é uma jogadora de voleibol brasileira, vice-campe...