Prólogo

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- Vou gozar! - diz, em meio aos gemidos mais broxantes possíveis.

Como já conheço bem o roteiro, sei qual será a próxima frase que Pedro irá soltar. Gozei rápido porque você é muito gostosa! Penso em tom zombeteiro.

- Gozei rápido porque você é muito gostosa! - Eu disse, não disse?

- Sei, sei. - Resmungo mais uma vez frustrada. Enquanto ele se levanta e vai em direção ao banheiro. - Mais uma vez terei que usar meu Ronaldinho Gaúcho. - Constato para mim mesma.

Você deve estar se perguntando. Como assim usar o Ronaldinho Gaúcho? Não estou falando do jogador, mas sim do meu vibrador, meu atacante. Quando o bola murcha me deixa na mão, o Ronaldinho toma a dianteira e faz seu golaço, ou melhor, ele traz meu orgasmo. Maldita carência que me fez cair com as pernas abertas em Pedro, não melhor, nesse ovo mole.

Vim para Solidão, que é uma cidade no fim do mundo faz 4 anos. Engraçado como esse nome combina perfeitamente com meu estado nesse lugar. De início, eu iria para Vale Feliz, uma cidade que fica a 70 km daqui, onde iria estudar na mesma faculdade que minha melhor amiga Sarah Silva. Eu cursaria Arquitetura e urbanismo, e ela medicina. Mas graças a minha horrenda nota do ENEM, vim parar nesse inferno, enquanto Sarah foi para nosso sonho de lugar feliz.

Se eu estivesse em Vale Feliz, tenho certeza que estaria radiante, junto com minha amiga. Sarah é como uma irmã para mim, fomos criadas juntas desde que nascemos praticamente. Isso porque os sítios em que morávamos eram vizinhos, então estávamos sempre grudadas. Onde uma ia, a outra estava. Se uma fazia arte, a outra acobertava. Éramos conhecidas como a dupla Sasah, pois é a junção do nome da minha amiga com o meu, Samanta Sayuri. É um nome estranho, eu sei. Mas nós amávamos, pois demonstrava como éramos unidas. Mas infelizmente, a minha realidade atual é totalmente inversa. A solidão me deixou solitária, carente e me fez tomar no cu.

Conheci Pedro já no primeiro dia de aula da faculdade, afinal, somos da mesma sala. Ele é até bonitinho, tem um sorriso doce, é loiro de olhos claros, e alguns centímetros mais baixo que eu. É difícil encontrar homens com mais de 1,75 cm que é minha altura.

Nos aproximamos durante o primeiro semestre, e no último dia daquele período durante a calourada ficamos. Nem preciso dizer que é uma péssima ideia se envolver com uma pessoa que vai estar na mesma sala que você durante cinco anos, porque provavelmente você já deve imaginar.

Ele beija bem, por isso ficamos mais algumas vezes, e em meio a carência acabamos indo para a cama. O sexo nunca foi sensacional, mas era legal ter um pau fácil para ter a meu dispor. Sim, talvez você ache isso um pouco escroto. Mas, quer saber? Tenho carta branca aqui para ser escrota, pois ele nunca me deu um orgasmo, e eu já estou no oitavo semestre do curso caralho.

Ele até se esforça, mas é aquele negócio "Ele soca fofo, enforca errado. Geme fino, ele bate fraco". Geralmente é um papai e mamãe, três ou quatros colocadas e fim. Algumas vezes eu até fiquei na posição de quatro, ele puxou meu cabelo. Puxou não, segurou só. Porque não posso chamar aquilo de puxão. Estava tão absorta em meus pensamentos, que nem percebi quando o ovo mole em questão foi embora.

Não aguento mais tudo isso. Só queria estar perto das pessoas que amo, voltar para o sítio que era meu ponto de paz, já que não vou mesmo para Vale Feliz. E por último, só queria uma foda de verdade. Sim uma foda. Quero ser fodida por um homem alto e gostoso. Quero tapa na cara, soco na costela, quero bruto e forte. Será que um dia meus desejos vão ser realizados? Dizem que devemos mentalizar e visualizar o futuro que queremos. Por isso, Nossa Senhora das Mocinhas Mal Comidas, para o meu destino final, manda um boy gostoso para me deixar de pernas bambas, Amém.

As Consequências do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora