Capítulo 4 - Samanta Sayuri

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Agora aquele xucro gostoso vai aprender, que ao ver uma pobre alma indefesa em perigo, deve ajudá-la. Queria pelo menos saber o nome dele... Toma tento Samanta, aquele homem não passa de um babaca. Tenho que admitir que tem o corpo de um deus grego, mas continua sendo um babaca. Por isso, pega o pouquíssimo bom senso que você tem e esquece daquele arrogante. Em meio a meus pensamentos, algo incomum me ocorre. Ele disse que para alguém criada a vida toda na roça, sou sonsa de mexer com o bezerro. Como ele pode saber disso? Será que nós já nos conhecíamos, e eu não me lembro? Para ser louca Samanta. Ele só deve ter imaginado isso por eu estar andando pelo pasto sozinha.

Finalmente me aproximo da casa dos Silva, e logo avisto a Sr. Carmen Silva. Essa doce senhora é a mãe da minha amiga. Por isso, chamo-a de tia desde sempre. Ela está sentada, em uma cadeira de fios na varanda do casarão, tomando seu cafézinho preto de lei.

Como uma boa brasileira, o dia pode estar um verdadeiro inferno de calor, mas ela nunca deixa de lado seu café, absurdamente quente. Assim que chego no portão, dou um salto das costas do cavalo, e vou rapidamente em direção a matriarca dos Silva.

- Oi tia. Que saudade que eu estava. - Lhe aperto fortemente, demonstrando toda a falta que senti dela.

- Oi, minha filha. Eu também estava com muita saudade. - Ela devolve o abraço. Mas então, levanta a cabeça e olha em direção ao cavalo que Deixei perto do portão. - Por que você está com o cavalo do Gael?

- Que Gael, tia? - Pergunto com esperança da resposta ser totalmente diferente da realidade.

- Como assim menina? Que Gael poderia ser? Só conhecemos um. O meu filho Gael. - Acho que foi nítido o meu choque, devido sua próxima pergunta. - Está tudo bem Samanta? Você está um pouco pálida.

- Estou sim, tia. É apenas o cansaço pela longa viagem. - Em partes é verdade.

- Então vamos fazer o seguinte. Sobe para o quarto de Sarah, porque tenho certeza que ela está te esperando. E eu vou fazer aquele bolo de fubá com goiabada, que sei que as duas amam.

- Já te disse que você é um anjo? Se não, estou dizendo agora. - Vou em direção ao quarto de Sarah, ainda um pouco atordoada, pela recente percepção que me senti atraída pelo irmão mais velho da minha melhor amiga. Sarah não pode nem desconfiar disso. Lembro que ela morria de raiva e ciúmes quando na época da escola, as meninas se aproximavam dela para perguntar com interesse em seu irmão. Controla a Mary Jane, Samanta. Primeiro sua amizade com Sarah está acima de tudo e, além disso, aquele homem não passa de um bronco.

Com o meu mantra mentalizado, sigo em direção ao quarto de Sarah, quando ouço um batidão tocando. Nem preciso bater na porta de seu quarto, pois a porta está escancarada, e a doida está rebolando até o chão. Eu posso estar em um péssimo dia, basta conversar com minha pessoa favorita do mundo, que meu mundo fica colorido.

- Oi senhora dançarina. - Zombo da minha metade, fazendo com que ela dê um pulo e segure o peito.

Porra Samanta, vai assustar outro! Quase me matou do coração.

- Quem manda achar que faz parte do fitdance, e não prestar atenção no que está ao seu redor.

- Por que só apareceu agora? Dormiu esse tempo todo? - Ela me olha com curiosidade.

- Que nada. Eu estava vindo, quando uma vaca desalmada com seu bezerro me fizeram ficar pendurada em uma árvore. - Foi só eu fechar a boca, que a bruaca caiu na gargalhada. Até saíram lágrimas de seus olhos do tanto que riu. - Você dá risada porquê não foi com você.

- Ai amiga, essas coisas só acontecem com você. Está precisando tomar um banho numa banheira com todas as ervas possíveis, para talvez, te trazer um pouco de sorte.

- Nem me fale. Mas agora vamos colocar as fofocas em dia. Você me contava por ligação, mas não tinha a mesma sensação. - Chamo-a, já sentando-me na sua cama.

Assim, passamos o resto dia colocando a conversa em dia. E vez e outra, lembrava-me daquele maldito xucro suado gostoso, fazendo-me sentir uma péssima amiga.

As Consequências do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora