xi. de coração para coração e outras situações embaraçosas: parte dois

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Os olhos de Percy se arregalaram e todo o seu corpo ficou tenso enquanto ele processava a notícia. Ele encarou Ares com emoções conflitantes, medo, esperança e raiva, tudo misturado. "O que você quer dizer?" Sua voz era baixa, e Amos quase quis estender a mão para apoiar seu amigo, mas ele foi contido pelo que tinha acontecido antes. Sua revelação improvisada o encheu de vergonha demais, e ele tinha certeza de que, quando estivessem sozinhos, Percy revelaria sua raiva. Amos merecia isso, afinal, por todo o seu engano.

"Quero dizer," Ares revirou os olhos, quase como se doesse ter que explicar a situação, embora ele fosse o único que ofereceu a informação. "Ela foi tirada do Minotauro antes que pudesse morrer. Ela se transformou em uma chuva de ouro, certo? Isso não é morte. Ela está sendo mantida longe de você."

"Por quê? Qual é o sentido disso?"

Ares zombou: "Você realmente precisa estudar guerra, punk. Reféns. Você pega alguém para controlar outra pessoa."

Todos os quatro deixaram as palavras penetrarem. Foi um movimento cruel, fazer Percy pensar que ela estava morta. Mas, novamente, eram os deuses sobre os quais eles estavam falando, crueldade não era incomum para eles.

Percy olhou feio. "Ninguém está me controlando."

"Ah, é?" Ares riu, o som áspero. "Vejo você por aí, pirralho."

Idealmente, era aqui que o deus ia embora e eles, esperançosamente, nunca mais o veriam. Infelizmente para Grover, Annabeth e Amos, o temperamento de Percy mais uma vez levou a melhor sobre ele. "Você é bem presunçoso, Lorde Ares, para um cara que foge de estátuas de cupido."

A risada de Ares tornou-se sombria e raivosa, e uma rajada de vento quente varreu todos os quatro. "Você tem piadas, hein? Nós nos encontraremos de novo, Percy Jackson. Da próxima vez que você estiver em uma luta... tome cuidado."

"Bem, isso foi divertido", disse Grover, numa tentativa fraca de fazer uma piada enquanto observavam Ares indo embora em sua motocicleta.

"Isso foi estúpido", Annabeth corrigiu. Ela cruzou os braços e lançou um olhar sujo para Percy. "Você não quer um deus como seu inimigo. Especialmente não aquele deus."

Se Amos não estivesse tão perturbado com tudo isso, ele teria concordado com Annabeth.

"Eu não me importo." Percy afastou as preocupações deles e foi até o caminhão com um brilho irritado nos olhos. O resto deles seguiu o exemplo, Annabeth bufando de frustração enquanto Grover e Amos permaneciam em silêncio.

O interior do caminhão era mais horrível do que Amos pensou que seria, mas não da forma como ele esperava. Ele esperava animais assustadores, rosnando e rosnando e geralmente aterrorizantes. Em vez disso, o interior do caminhão era meio... triste. Também cheirava horrível, tão ruim que fez seus olhos lacrimejarem.

Percy destampou sua espada, permitindo que o metal brilhante iluminasse o caminho deles. Apesar do tamanho do caminhão, não havia muitos animais. Três gaiolas de aparência triste foram carregadas, uma com uma zebra, cuja crina estava emaranhada com goma e sujeira, outra com um leão tão magro que você podia contar quase suas costelas, e a última com um antílope, que tinha um balão vazio amarrado a um de seus chifres.

A visão era deprimente, e o medo de Amos desapareceu instantaneamente. A única criatura que ainda o deixava um pouco apreensivo era o leão, mas ele parecia quase fraco demais para causar dano.

"Isso é gentileza?" Grover disse, sua voz indignada. Era uma visão estranha, já que, na maior parte do tempo, nenhum deles realmente tinha visto o sátiro bravo. "Transporte humano do zoológico?" Ele abriu a boca, parecendo que estava prestes a fazer um discurso, mas então o caminhão rugiu para a vida. O chão vibrou e todos se seguraram enquanto o caminhão avançava.

HAUNTING - P. JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora