A Coragem de Amar

CAPÍTULO I

Narrativa do Simon

Cá estou eu, tendo mais uma crise de pânico.

Ultimamente está se tornando mais frequente, e isso acontece todas as vezes que Margô vem visitar a minha mãe, juntamente com sua filha Esmy.

Vocês devem tá se perguntando, Simon você tem crise só por isso, na verdade não, minhas crises acontecem pelo fato delas disserem que somos lindos juntos e que dariamos um belo casal no futuro.

Eu sou gay, todavia não sou assumido para todos da minha família, nem minha mãe sabe, tenho medo de contar pra ela, o único que sabe disso é o meu pai, e as vezes eu penso que por ter falado pra ele, ele foi embora.

Depois da minha confiança ele foi embora, desapareceu, depois de um mês ele entrou em contato comigo e falou que estava bem.

Mas voltando aqui, eu estou no banheiro a mais de meia hora tentando me acalmar, mas é como todas as vezes.

_ filho? __ bateu na porta __
Você está bem? Já está aí a muito tempo?

_ não se preocupe mãe, eu só estou com dor de barriga.

_ tudo bem, quer ajuda? Tá precisando de alguma coisa?

_ não! Só preciso ficar sozinho.

_ ok, qualquer coisa me chama, tá bom?

_ sim.

Fique mais meia hora no banheiro e saí.

_ meu bem.

_ sim.

_ senta aqui rapidinho, quero conversar com você.

Fui em sua direção e sentei ao seu lado.

_ pode falar estou ouvindo.

_ ultimamente eu andei percebendo que todas as vezes que a Margô e a Esmy veem aqui você passa mal, e quero saber de você se elas já te fizeram alguma coisa?

_ não! Claro que não, de onde a senhora tirou isso?

_ primeiro que eu sou sua mãe, e sei quando você não está bem, eu vou perguntar mais uma vez, elas já te fizeram alguma coisa?

Comecei a passar mal de novo, eu via o desespero dela em seus olhos.

_ meu amor, respira, olha pra mim?

Olhei pra ela e fui seguindo seus movimentos de respiração, e fui tecnicamente voltando.

_ agora me fala, porque toda vez que elas vêem aqui você passa mal?

_ por que... Por que... Por que

_ por que o que?

_ por que

Comecei a me desesperar de novo.

_ fala por favor, o por que.

Levantei do sofá onde estava com brusquidão e gritei.

_ por que eu sou gay e toda vez que você e a Margô dizem que eu e a Esmy seríamos um ótimo casal no futuro eu entro em pânico, por achar que você me abandonaria assim como o meu pai depois que eu me assumir pra ele.

E assim como o meu pai naquela época, ela ficou petrificada, não falou nada, e nesse momento mais uma vez meu mundo caiu eu estava vivendo aquele momento mais uma vez.

Só que o diferencial era que não era o meu pai e sim minha mãe no lugar dele, com a mesma expressão que a tempos atrás era a mesma que a dele.

Não consegui esperar por uma resposta dela e ver sua expressão que não consegue decifrar.

Sai correndo, sai o mais rápido possível, não conseguia ver a expressão de julgamento em seus olhos.

Sai sem rumo corre sem parar, e quando parei, eu estava em frente ao lago, costumávamos vir aqui todos os finais de semana.

Eu, papai e mamãe adorávamos vir aqui pra nadar e alimentar os patos e andar de caiaque e nos pedalinhos.

Mas tudo acabou com a minha confição.