CAPÍTULO V
Ódio que não seca
Enquanto ando pelos corredores da mansão, destravo minha arma.
O barulho ecoa pelos quadros góticos e paredes pretas gélidas.
Quanto mais penso em Chaeyoung sendo abusada, bloqueando toda explicitação doentia de minha mente, mais sinto a raiva percorrendo meu corpo, cansado demais de vestir tanta impotência quando pessoas, ao meu redor, se ferem.
Meus pés estão deslizando com rapidez pelo piso polido, quando, no fundo do corredor, ouço a voz do meu alvo. O motorista de Jungkook está na cozinha, rindo com algum outro empregado.
— Seojoon, seu maldito! — grito, depois de ter empurrado a porta com força.
Ela bate na parede da cozinha e seu estalo assusta todos que estão ali.
No entanto, ao perceber os olhos arregalados do motorista que nota a arma sendo apontada na sua direção, sei que ele entendeu o motivo da minha entrada exagerada. O desgraçado dá um salto que eu não esperava.
Corre e, mais habilidoso do que o esperado, foge pela porta dos fundos da cozinha.
Não atiro, porque tenho medo de machucar alguém além dele...
Mas eu também sei correr.
E eu avanço, até quase alcançá-lo. Corro até vê-lo dar a volta na mansão e entrar novamente pela porta frontal aberta, pois Solar está varrendo as escadas.
Me pergunto se ele sabe sobre minha reputação com a pistola, por isso preferiu voltar para dentro da casa.
Se fosse burro o suficiente para correr pelos campos abertos atrás da mansão, eu não erraria e ele já estaria morto, mas está me dando trabalho ao ponto de eu machucar Yongsun sem querer.
Eu a empurro e a vejo cair sentada no degrau maior, soltando um gemido de dor por, provavelmente, ter machucado as nádegas na queda.
Apesar de me sentir mal imediatamente, foco em manter as desculpas para mais tarde, pois agora preciso pegar Seojoon.
E eu quase consigo, mas vejo seu corpo alto se esgueirando para dentro da sala no completo oposto do corredor onde fica a minha.
Depois da sala de jantar, salão principal e uma sala que eu não identifico, pois não costumo ir para essa parte da mansão, está o covil do cão do governo, que eu nunca entrei.
Até hoje.
Empurrando a porta com força, entro na sala do outro tenente. Nunca estive ali e, apesar de perceber que tudo é muito preto — como o resto da pintura da casa —, não tenho tempo para prestar atenção na decoração, mobília ou demais objetos.
Meu foco está no homem grande que está em pé, se escondendo atrás...
Se escondendo atrás de Jungkook.
— Saia de trás dele, seu filho da puta!
Jungkook solta uma risada debochada, parecendo quase feliz por palavras tão torpes saírem de meus lábios.
— O príncipe está xingando?
Meu dedo escorrega para o gatilho.
Jungkook não move um músculo. Nem mesmo do seu sorriso idiota.
— Não me provoque, Jeon. Pare de proteger esse imundo e saia da frente dele!
O outro tenente não se importa nem um pouco com o fato da minha arma estar apontada para o meio de sua cabeça, uma vez que ele, mesmo sendo mais baixo que Seojoon, consegue esconder o corpo do homem que está se curvando por trás de si.
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CONTRATO LASCIVO :: Jikook
FanficNo futuro de Astra, casamentos obrigatórios fazem parte de um regime ditatorial, onde o Alto Governo decide com quem você passará o resto da sua vida. Jimin, um respeitado Tenente, guarda segredos e perigosos esquemas criminosos, que podem levá-lo à...