PRÓLOGO

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1 ANO ANTES.

Han Jisung.

Era impressionante como tudo ao meu redor parecia girar tão rapidamente.

Eu sentia que meu coração ia pular fora do peito, não, eu não estava tendo um ataque cardíaco, se caracterizava mais como um ataque de pelanca. O impacto do objeto pequeno e duro contra a lateral da minha cabeça havia sido tão forte que quase pude sentir um "tuim" nos ouvidos. Fiquei puto, senti que poderia facilmente pular aquela arquibancada e socar quem quer que tenha sido o responsável.

Ah, quer dizer, eu sabia quem era. Era óbvio, na verdade.

Tão óbvio pois o alvo da minha ira, ria no centro do campo cobrindo a mão com a boca. Lee Minho erguia os ombros a cada riso histérico que dava, e eu quis enfiar cada dente branco dele goela a baixo para saber se permaneceria rindo assim.

Seungmin ao meu lado soltou um risinho.

— Não leva pro coração, Sung. — debochou. Cerrei os punhos pelo seu tom. Idiota.

— Não leva pro coração? Ah, Seungmin, a única coisa que vai ser levada será esse estrupicio e ele vai direto pra enfermaria! — retruquei com raiva. Minha voz mais estridente que o normal fez o Kim levar o dedo ao ouvido e tampá-lo.

— Pelo amor, foi um acidente, Jisung. — gesticulou em direção ao Lee, que agora conversava com seu colega, Bang Chan. Seungmin atrasou o olhar um pouco demais no mais velho da dupla, eu reparei. — Acha que ele acertaria a bola de lacrosse de propósito logo em você?

Parei pra pensar.

Lee Minho estava me dando nos nervos desde o dia que havia pisado com o pé esquerdo dentro do pátio da Maxident, eu sabia que ele não seria boa coisa. Aquele sorriso convencido e a pose de machão era um combo perfeito para definir o tipo de cara que ele era: insuportável.

Até demais.

Franzi a sobrancelha e eu sabia que essa mania me traria rugas no futuro. Bati o pé no chão.

— É bom que não tenha sido.

Só de imaginar que ele teria feito por querer...

— Jisung... — Kim resmungou. Segurou a ponte do nariz entre os dedos — Ei! Aonde você vai?

Antes que ele pudesse me impedir — e eu sei que ele tentaria —, andei pelo fim da arquibancada até passar pelo portãozinho e caminhei pelo campo em direção ao insuportável de nariz em pé.

Seungmin resmungava atrás de mim enquanto fazia o mesmo caminho. Eu ainda estava ouvindo o zumbido incômodo no meu ouvido mas continuei marchando até parar em frente ao Lee.

— Estrupicio! — ouvi um suspiro pesado de Seungmin quando falei.

Minho me encarou sem muito ânimo. Cruzou os braços no peito enquanto ainda segurava o taco do esporte e bufou, me senti um mosquitinho diante daquele jeito tedioso que ele tinha mesmo depois de acertar em cheio minha fuça com uma bola de lacrosse.

— O que foi, cara de esquilo? — murmurou.

Chan, ao seu lado, sorriu. Seungmin parecia um tomate ao meu lado e eu quis socá-lo por estar tão encantado pelo bonitão musculoso que nem me defendeu do apelido bobo de Minho para mim.

— Bom que sabe que é você! — o encarei de volta. — Acha que eu não sei que fez de propósito?

Ele me olhou de cima a baixo, como sempre, fazendo pouco caso do que eu dizia. Revirei os olhos, ele tentava me intimidar, bom, eu não iria deixar.

— Da próxima vez que pensar em me acertar, lembre-se que eu tenho força o suficiente pra bater na sua cara como se fosse uma bola de vôlei e valesse o setpoint. — bati contra minha própria mão, simulando um ataque. — Fica esperto.

O idiota permaneceu ali, sem expressão, como se não esperasse. Bang Chan lhe deu uma trombada com o ombro, zombando do amigo. Bem feito.

— Como se um jogadorzinho meia boca de vôlei fosse me assustar. — Minho girou o taco de lacrosse que segurava várias vezes. — Primeiro — ele se aproximou de mim, não esquivei nem ao menos tremi pela proximidade —, cresce. Com um e sessenta e nove você não serve nem pra líbero, esquilinho.

— É, mas eu sirvo pra enfiar meu dedo no... — senti uma mão cobrir minha boca e me debati contra o corpo que me segurava. Seungmin apertava os dedos contra meus lábios, me puxando para trás.

— Peço desculpas pela maluquice dele. — meu amigo pediu, o encarei sem entender. Maluquice? — Ah, e você não pode falar mal de um esporte que não joga. Você não tem porte pra meio de campo também, você deveria ser pintor de rodapé.

Vi Bang Chan rir ainda mais enquanto Minho fechou a cara depois da fala de Seungmin. Certo, eu aceitava aquela vitória.

Volcano [MINSUNG]Onde histórias criam vida. Descubra agora