Imagines AHS• Evan Peters

James Patrick March XIV

Olá, meu povo! Tudo bem? Quem curte escutar uma música enquanto lê, por favor, escute Knocki'n on Heaven's Door, pois ela tem tudo haver com a situação da nossa querida S/n. Enfim, espero que gostem!

Direitos da música reservados para a banda Guns N' Roses

Você narrando
Enquanto sentia a pressão fria do cano da Colt Python de Kai cravado em minhas costas, meu coração batia de forma descompassada, não apenas pelo medo, mas pela clareza súbita que invadiu minha mente. Como um relâmpago cortando o céu escuro, todas as boas lembranças da minha vida passaram diante de mim, em um turbilhão de emoções. Cada momento de felicidade, cada sorriso, cada abraço. Tudo parecia tão distante agora, mas ao mesmo tempo tão vívido, como se eu estivesse revivendo tudo mais uma vez, só que agora, à beira da morte.

Nos braços de Kai, o tempo parecia se dissolver, arrastando-me para uma quietude. O mundo ao meu redor desvanecia, e o que restava era apenas a aceitação. Eu já sabia, desde o momento em que senti o toque da arma, o que me aguardava. Minha hora chegara. Por mais cruel que parecesse, eu havia feito as pazes com esse destino. Apenas não esperava que o fim viesse tão rápido, sem aviso, como um vento que sopra forte e apaga a chama da vela. E, ironicamente, nos últimos instantes de vida, um sorriso suave se desenhou em meus lábios.

Era tão estranho, quase poético, como tudo fazia sentido agora. A música que ecoava em minha mente, "Knockin' on Heaven's Door", não era apenas minha favorita, era minha profecia. Aquela melodia sempre me trouxe uma estranha sensação de conforto, de familiaridade, e agora eu entendia o porquê. Estar à beira da morte, cansada de viver, ansiando apenas por paz... A letra descrevia meu exato momento. A porta do céu estava diante de mim, e eu estava prestes a cruzá-la. Não havia mais guerras, não havia mais lutas. Só o vazio. E pela primeira vez, esse vazio parecia prometer descanso, uma paz que eu jamais encontrara em  toda minha vida.

Com cada segundo que passava, meus sentidos se tornavam mais distantes, e a dor física já não me incomodava. Havia uma estranha serenidade em saber que o fim estava tão próximo. O sorriso não me abandonava. Em meu peito, já não havia medo, apenas um alívio silencioso. Talvez sempre soube, lá no fundo, que minha vida seria assim, findada em um instante de tragédia e beleza, envolta na música que sempre ressoou em minha alma. Agora eu entendia o destino que ela sussurrava. Estava pronta para ir e bater na porta do céu.

Mama, take this badge off of me (Mamãe, tire esse distintivo de mim)
I can't use it anymore (Eu não posso mais usá-lo)
It's getting dark, too dark to see (Está ficando escuro, escuro demais para enxergar)

Quando o refrão ousou surgir em minha mente, uma sensação quente e rápida atravessou minhas costas, perfurando meu peito. Não vi nada, apenas senti.

Feels like I'm knockin' on heaven's door
(Parece que estou batendo à porta do céu)

Knock-knock-knockin' on heaven's door
(Batendo, batendo, batendo à porta do céu)
Knock-knock-knockin' on heaven's door
(Batendo, batendo, batendo à porta do céu)
Knock-knock-knockin' on heaven's door
(Batendo, batendo, batendo à porta do céu)
Knock-knock-knockin' on heaven's door
(Batendo, batendo, batendo à porta do céu)

O som da música preenchia o vazio ao meu redor, ecoando como uma última melodia antes do fim. Cada batida do refrão, suave e constante, ressoava junto aos batimentos finais do meu coração. Knock-knock-knockin' on heaven's door. O peso do mundo, das dores e lutas, desaparecia aos poucos. Tudo parecia se dissolver na escuridão, mas, estranhamente, não havia medo. Apenas aceitação de que algo melhor viria.

Senti o calor dos braços de Kai ao meu redor, mas, ao mesmo tempo, era como se eu estivesse sendo envolvida por algo muito maior, algo que prometia descanso. O frio da dor deu lugar a uma leveza inexplicável, quase como se estivesse flutuando. Minha mente, agora distante, não conseguia mais processar nada. Havia paz. Uma paz que eu nunca soubera que poderia existir. Talvez esse fosse o verdadeiro significado de "bater à porta do céu": não era o fim, mas o alívio. A libertação.