F e l i c i d a d e

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                              POV: SUNGHOON
                                      CAP: 01 pt2








        Eu poderia olhar todas as enciclopédias do mundo, poderia pesquisar em toda a internet e viajar os quatro cantos do mundo em buscas de respostas, e mesmo assim acredito que eu jamais encontraria palavras capazes de descrever a onda de emoções que percorria pelo meu corpo e mente naquele momento da minha vida.

    Meu coração estava tão acelerado que eu podia sentir nas veias a adrenalina correr, meu rosto estava fervendo em rubor, minha cabeça tinha um milhão de pensamentos e eu sequer conseguia acreditar no meu próprio sexto sentido. Aquilo havia realmente acontecido? Era mesmo Shim Jaeyoon naquela mesa? Eu havia o reconhecido mesmo depois de todos estes anos? Tudo aquilo parecia surreal.

     Enquanto caminhava para fora daquela cafeteria, meu rosto se recusava a deixar o sorriso morrer, meus pés pareciam caminhar em nuvens e meu corpo ainda se lembrava de cada detalhe daquele abraço e cheiro. Parecia um tipo de sonho muito louco, eu queria dar meia volta, pedir um beliscão, sentar naquela mesa e passar o resto da noite tentando me convencer de que aquilo era real, de que ele era real. 

    Senti meu celular vibrar no bolso do jeans e rapidamente o peguei em mãos, na esperança de que já fosse um sinal de Shim Jaeyoon, o meu Jaeyoon, mas assim que bati os olhos na tela uma onda de sentimentos negativos foram capazes de destruir toda a felicidade que tinha tomado contra de mim.

    Eu já deveria ter me acostumado com aquele tipo de coisa, afinal, a vida já me mostrou várias vezes que eu não era digno de felicidade, só me restava aceitar de uma vez.


                                     [ MÃE ]

                   Atender ✅      Recusar 🚫



    Suspirei profundamente, a descida das nuvens até o chão foi brusca de mais e tudo que eu precisava fazer naquele momento era não deixar com que ela entrasse na minha mente e estragasse a única coisa boa que havia me acontecido nos últimos tempos. 

Park Sunghoon. - Minha mãe sempre teve o tom de voz ranzinza e firme, talvez não com todos mas sempre comigo.

Oi mãe.

Voce já deve saber porque eu estou ligando, certo?

   Suspirei profundamente e apertei os olhos, encostando-me sobre o primeiro poste que encontrei para tentar encontrar forças. Sim, eu já imaginava o porque de ela estar ligado, só não concordava.

Mãe, eu...

Nem comece com suas justificativas baratas. Da próxima vez em que eu encontrar uma nota que não seja máxima no seu boletim, já era, entendeu? Você vai voltar para casa imediatamente e acabou. - Disse ela, como sempre, me atropelando.

Mas a minha nota foi literalmente a mais alta da class-

Só porque seus colegas de classe são medíocres não significa que você tenha que se contentar com pouco. Até quando vai continuar sendo patético?

   Engoli minhas palavras e me mantive em silêncio, afinal, já sabia que com meus pais não existia a possibilidade de uma conversa civilizada. As vezes eu me perguntava se eles realmente me viam como um ser humano ou se me enxergavam apenas como um saco de pancadas emocional onde eles poderiam despejar as palavras mais duras e ríspidas da forma como bem entendiam. O lado bom é que eu sabia que só precisaria aguentar até que eles despejassem todas as suas frustrações em mim durante alguns minutos e tudo ficaria bem.

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