ANASTASIA AGUIRRE
Olhei para o espelho, avaliando meu reflexo. Meu cabelo estava solto, caindo em ondas suaves pelos ombros, e as sardas em meu rosto pareciam mais pronunciadas sob a luz do sol da manhã. A ansiedade me consumia, um misto de excitação e nervosismo, enquanto me preparava para meu primeiro dia na universidade.
Vesti uma calça larga de cintura baixa, que caía confortavelmente em minhas pernas, e uma blusa de manga comprida com um leve decote nas costas, que deixava transparecer uma pitada de ousadia.
Olhei mais uma vez para o espelho, respirei fundo e saí do quarto. O ar fresco da manhã me atingiu assim que abri a porta. Minha avó estava na cozinha, preparando um café da manhã rápido.
- Está belíssima! - Vovó exclamou ao me ver.
- Obrigada. - Sorri tímida. - O que está preparando?
- Tem bolo que fiz ontem à noite, quando você já estava dormindo, e estou fazendo um misto quente pra acompanhar.
- Tem café?
- Infelizmente não, não achei nenhuma marca conhecida de café, e não quis arriscar. - Ela disse, abrindo a geladeira. - Mas tem suco.
Aceitei, peguei um pedaço de bolo e um misto quente, comendo tudo com calma. Antes de terminar, alguém bateu na porta. Vovó foi atender e era Leena.
- Bom dia, vovó! Oi, Sassy! - ela disse, entrando animada.
- Leena, querida! Já comeu algo? Quer um pedacinho de bolo? - Vovó ofereceu.
Ela aceitou com um sorriso no rosto. Eu a cumprimentei, acenando com a cabeça, minha boca estava cheia demais para eu conseguir falar.
- Animada? - Leena perguntou.
- Um pouco, só meio nervosa com as aulas.
- Normalmente, as aulas são tranquilas. Na segunda, nunca acontece nada demais; a galera tá cansada do fim de semana. - Ela riu, levando um pedaço de bolo à boca.
- Quais seus horários pra hoje? - Perguntei, na esperança de que algum deles batesse com os meus.
- Vou ter aula a manhã toda, e uma depois do almoço. - Ela disse, desanimada.
- E eu vou ficar livre aula antes do almoço, e vou ter só mais uma depois. - Concluí. - Vamos comer logo, prometi te ajudar com sua atividade de matemática.
- Ixi, verdade. - Ela exclamou, enfiando um pedaço de bolo na boca e bebendo suco logo depois.
- Vai com calma, Leena. - Vovó disse, rindo.
Ela riu, e quando finalmente terminamos nossa refeição, escovei os dentes e saímos para fora, onde o carro de Leena estava estacionado.
Entramos no carro e dei um último aceno para Morgana, que estava na porta, esperando que saíssemos.
Chegamos à universidade e notei que não havia muitas pessoas, provavelmente porque estava cedo. Leena me mostrou os locais das minhas próximas aulas para que eu não me preocupasse caso nos separássemos. Fomos até a biblioteca para concluir sua atividade de matemática.
- Então, pronta para encarar a álgebra linear? - Leena perguntou, abrindo seu caderno, embora seu tom mostrasse desinteresse.
- Vamos! Você mencionou por mensagem os sistemas de equações, certo? Vamos revisar. - Respondi, tentando animá-la.
- Uhum. - Ela murmurou, olhando para o caderno com desdém. - Para que serve mesmo isso?
- Bem, precisamos resolver sistemas para encontrar valores de x e y. Por exemplo, se temos 2x + 3y = 6 e x - y = 2, como você faria?
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Fleeing Desire
RomanceAnastasia Aguirre, uma jovem brasileira de 22 anos, se muda para os Estados Unidos ao lado de sua avó, na esperança de focar nos estudos e recomeçar sua vida. Logo após o início das aulas, ela nota a presença de um homem misterioso, que surge de fo...