04. pouge temporária

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– da próxima joga a gente de uma vez só– me levanto com certa dificuldade e em seguida ajudo Kiara a se levantar também.

– desculpa galera, com a tempestade tá tudo diferente– pope deu uma olhada na água para certificar que jj estava bem– jj tá legal cara?

Vou até a borda do barco junto de pope, logo vejo uma cabeleira loira boiando a mais ou menos um metro de distância do barco, como dizem vaso ruim não quebra, mas jj poderia pelo menos ter deslocado alguma coisa, me senti mais aliviada por saber que ele estava aparentemente intacto, ele nadou para perto do barco.

– meu calcanhar foi parar na minha cabeça– dou uma risada alta– mas olha salvei a cerveja.

Ele sobe no barco chacoalhando novamente a cabeça igual um cachorro.

– se não salvasse a cerveja eu ia estranhar cara– vou até o mesmo tocando em seu ombro– foi muito foda ver você voando.

– a próxima é você, quero ver como foi.

– feito!

– ai gente...– a voz de pope chama nossa atenção– tem alguma coisa debaixo da água– diz enquanto ajeita sua postura.

Eu e jj olhamos por cima do ombro de pope, já kiara e jon b se aproximaram da borda, em meio a água turva consegui ver uma silhueta de barco, a medida que a água ia se acalmando a silhueta foi ficando mais visível, assim todos conseguiram ver o barco com mais clareza, fui ao lado de pope para poder ver melhor que barco seria, curiosidade interessante, por sermos pobres temos a tendência a ter obsessões caras, que não podemos pagar, então apenas pesquisamos tudo sobre e meu irmão passa por essa pequena obsessão por barcos, que nem ele e nem eu conseguimos pagar muito menos bancar com anos de trabalho e acaba que eu aprendo muita coisa no meio disso, sai do formigueiro de pouges e pulo na água.

– vem gente vamos ver de pertinho– olhei para todos com um sorriso animado, logo todos me acompanharam e pularam na água.

Nós mergulhamos o mais próximo do barco que conseguimos, ele aparentava estar novo, dei a volta no barco todo vendo sua lataria, olhei o painel de controle brevemente, ele não funcionava óbvio, mas queria dar uma olhadinha e também dei uma olhadinha no motor, em seguida me juntei ao pessoal que tentavam ver por dentro, nessa minha volta rápida, vi que ele não tinha muitos danos na lataria, apenas um amassado em sua lateral mas o restante estava em bom estado, minha vontade era de chamar meu irmão e ajudá-lo a tirar o barco de debaixo da água, mas assim que a falta de ar se fez presente em todos os nossos pulmões, fomos obrigados a voltar para a superfície, em seguida para o nosso barco já que esse mergulho rendeu umas boas braçadas embaixo da água.

– meu irmão ia pirar– subo em nosso barco com certa dificuldade– se ele visse um grady-white novinho em folha, já dava um jeito de desnaufragar ele.

— sim, isso é um barco de quinhentos mil no mínimo– jj diz animado.

Jon b se sentou ao meu lado no barco, logo ele olhou para todos nós com um olhar malignamente animado, o que devo admitir que me deu um arrepio de medo.

– eu vi esse barco...--ele se levantou com o mesmo impulso que o barco deu a alguns minutos atrás e jj fez o mesmo– ontem quando eu e pope, quer dizer mais eu do que o pope, surfamos na tempestade, eu vi esse barco entre as ondas.

–isso ai surfe de pouge– jj bateu na mão de jon b com um ar vitorioso.

– é aí eu penso, eles amadureceram agora são grandinhos, me vem isso–cruzo os braços– sorte divina que não foi um dos dois que apareceu naufragado.

–pera ai...--pope ergue sua mão– alguém sabe de quem é o barco?

–não, mas a gente vai descobrir.

Jon b se dirigiu até o compartimento onde a âncora fica, pegou a mesma e foi até a borda do barco, com o mesmo sorriso malignamente animado, alguns segundos foram o suficiente para minha mente imaginar um possível afogamento que seria muito difícil de explicar para a polícia.

– eu sei primeiros socorros básicos, eu ajudo a ressuscitar.

– Valeu evangeline, minha vida fica nas suas mãos.

– ai não diz isso, se você morrer vou me sentir culpada pro resto da minha vida.

– fica tranquila evangeline, como cê diz vaso ruim não quebra– pope faz um certinho com as mãos– a missão é sua marujo.

Antes de jon b entrar na água kiara deixa bem claro a sua preocupação com o rapaz, mas ele tenta passar confiança para ela, o que não adianta muita coisas, em meio a esse papo de pula ou não pula, jj se encarregou de empurrar o amigo pra dentro da água, pelo sorriso animado do rapaz ele era o menos preocupado com qualquer coisa que pudesse acontecer a john b.

– ai cara...– me aproximo de jj– eu estava zoando, não sei bosta nem uma de primeiros socorros...

– puta merda...

– eu sei, torcemos pra ele não se afogar...

– Torcemos.

– o que o Pink e o cérebro tão falando ai– pope dá uma risadinha.

– nada! não é nada– me viro rapidamente com um sorriso de capa de revista.

– ela não sabe primeiros socorros, o jon b tá condenado a morte se der merda.

– calado– dou um empurrão no rapaz– era nosso segredinho.

– eu não sabia que era um segredo poxa.

– parem de balançar o barco– kiara vem até nós e pega ambos os braços nos sentando nos bancos– fiquei paradinhos ai, não queremos mais ninguém dentro da água.

– sim senhora mãe kiara– diz jj se levantando para pegar mais uma cerveja– mais uma evangeline?

– sim! to morta de sede– estendo as mãos para jj.

Ele pegou as garrafas e se sentou ao meu lado novamente.

– ai vai dormir no jon b, hoje de novo?

– não sei, amanhã é vida normal né jj– encolho meus ombros pela brisa repentina, mesmo com o sol, esse vento estava gelado.

– você trabalha demais, sabia? Você tem que acalmar– se escorou em meu ombro.

– jj eu não quero morrer desse lado da ilha...

O silêncio do loiro foi a mesma resposta que ele me deu quando tivemos esse papo a primeira vez, é óbvio que o motivo do meu trabalho excessivo é apenas para poder sair desse lugar, claro, gosto dos meus amigos, de sair por aí sem hora pra voltar mas não quero viver só disso, preciso arrumar uma vida melhor do que essa que to tendo agora, uma vez uma pessoa me disse que eu escolho o meu futuro, não consegui nascer rica mas posso virar uma, sem contar que toda vez que eu comento isso com jj, nem que seja só pra comentar ele fecha a cara e fica em silêncio, eu sei que ele vive com aquele lance de pouge pra sempre mas eu não quero, digamos que eu sou uma pouge por tempo limitado, no meio dos meus pensamentos jon b voltou do mergulho, dando um susto em minha pessoa já que estava focada em como fazer o loiro tagarela voltar a falar.  

THE LADY AND THE TRAMP||~Jj MaybankOnde histórias criam vida. Descubra agora