O3- reviravoltas

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Por um breve momento, o ômega não teve nenhum tipo reação, tirando o choque que sentia pela presença do alfa, que paralisou todo seu corpo. Seus olhares se encontraram, e era como se o tempo tivesse parado, como se todo aquele sentimento viesse a tona, para ambos.

O Uchiha estava ali, parado e encostado na batente da porta, aqueles olhos ônix intensos fixos nele, cheios de uma intensidade e turbilhões de sentimentos que ele não conseguia decifrar. Obito parecia diferente, mais abatido, talvez mais humano, como se o peso de seus próprios erros e atos estivesse, finalmente, caindo sobre seus ombros.

O silêncio que se estendeu entre os dois era perturbador, quase sufocante.

O coração de Deidara batia desesperadamente, sua própria mente lutando para processar e entender a presença do outro ali, à sua porta, depois de tanto tempo. Depois de quase três anos.

Parte dele queria fechar a porta na cara de Obito, afastá-lo de sua vida para sempre, mas outra parte... uma parte ainda machucada, mas era impossível de se negar que estava totalmente ligada ao Uchiha, queria ouvir o que ele tinha a dizer, perdoa-ló e talvez, voltar para ele e serem uma família feliz, igual aquelas dos comerciais de margarina, mas sabia que nunca seria possível, Obito foi embora por opção própria.

Já Obito, por sua vez, não disse nada. Apenas ficou ali, encarando Deidara, um pedido silencioso de desculpas, como se a sua simples presença fosse um pedido de perdão. Com o seu rosto parcialmente sombreado pela luz fraca do corredor, parecia ao mesmo tempo arrependido e hesitante. Era como se não soubesse por onde começar, mas estivesse decidido a enfrentar o que estava diante dele.

O ar parecia ter sido sugado do ambiente por um instante, enquanto os dois se encaravam em um silêncio pesado e carregado de tudo o que haviam vivido e perdido.

O ômega, por outro lado, se manteve rígido e não baixando a sua guarda, a sua expressão de surpresa e tensão. De fato, não esperava vê-lo ali, não depois de tanto tempo.

— O que você quer, Obito? — A voz do loiro soou firme, mas havia uma leve hesitação por trás de suas palavras, algo que nem ele conseguiu esconder completamente, aqueles olhos azuis o examinavam por inteiro, buscando algum traço do alfa que ele havia amado e amava tão profundamente, mas também temendo o que iria acontecer.

Obito deu um passo à frente, sem ousar quebrar o contato visual, parecia lutar contra seus demônios internos para encontrar as palavras certas, mas sabia que não existiam palavras que pudessem apagar tudo o que havia feito, ou o que não havia feito.

— Eu precisava te ver — disse com a voz baixa e rouca, como se cada palavra exigisse esforço. — Precisava ver você e Yodo. Eu sei que já deveria ter vindo antes, que demorei demais, mas... eu estou aqui agora.

— Agora? — Deidara não conseguiu conter uma risada amargura e um sorriso leve, e um tanto irônico, era um tanto engraçado aquela situação toda, cruzou os braços, tentando se proteger de suas próprias emoções que ameaçava transbordar. — Dois anos, Obito. Quase três anos. Anos sem uma palavra, sem sequer perguntar como estávamos. E agora você aparece assim, do nada, esperando o quê? Que eu só abra a porta e tudo fique bem?

Obito abaixou a cabeça, sentindo o peso da sua culpa, sabia que não tinha justificativa para sua ausência e o abandono, sabia que não poderia mudar o passado, mas algo dentro dele o fez ir até aquela porta.

— Eu sei que errei, Deidara, sei que te deixei sozinho no momento em que você mais precisou de mim. Eu não vou me desculpar com desculpas vazias, porque nada do que eu disser vai mudar o que fiz. Mas... — ergueu os olhos novamente, ousando manter o contato visual— eu nunca deixei de pensar em você. Em vocês. E quero, preciso, de alguma forma, consertar isso.

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