O1- feliz aniversário, tio!

30 1 0
                                    

Ao sentir a luz do sol iluminando todo o quarto pelas frestas da janela aberta, deixando o local em tons alaranjados, Deidara resmungou um pouco antes de finalmente se levantar da cama com certa resistência. Sua vontade era continuar dormindo no conforto de seu quarto e só se levantar quando estivesse 100% descansado e restaurado.

Com um suspiro pesado e cansado, o loiro rolou para o lado, sem vontade de levantar, praguejando a sua vida. Olhou para o teto, assim como fazia todas as manhãs, tentando fugir e afastar seus pensamentos sobre o peso da saudade e do abandono que ainda o assombravam. Todas as manhãs, sentia falta daquele que era a causa de toda a sua tristeza.

Obito. Uchiha Obito.

O nome do moreno ecoava em sua mente como um fantasma que ele não conseguia exorcizar. O misto de saudade e desejo o matava por dentro; o odiava por tê-lo abandonado com uma criança em seu ventre, mas ora, quem ele realmente queria enganar? Necessitava do Uchiha ao seu lado, sentia sua falta todos os dias.

Depois de um tempo considerável, ele se forçou a sair da cama, juntando todas as suas forças, e como de costume, caminhou até o banheiro. Tirou a roupa e entrou no chuveiro, sentindo a água morna escorrer por seu corpo, como se ela pudesse limpar as marcas da dor em sua alma, que ele sentia todos os dias. Aquele era o seu único momento do dia em que se permitia encarar as lembranças, o abandono e o nascimento de sua bebê.

"Por que você foi embora?" "Por que abandonou nossa bebê?" "Eu era apenas um brinquedo?" "Como será que ele está?" "Um dia vamos nos reencontrar?"

"Por que eu te amo?" murmurou para si mesmo, deixando a pergunta pairar no ar, como se a água pudesse lavar não apenas o cansaço, mas também a dor que ainda o corroía. O loiro fechou os olhos, se permitindo lembrar do dia em que descobriu sua gravidez e encontrou aquela maldita carta ao lado da cama, escrita em uma caligrafia apressada, um adeus breve e sem explicações. Filha da puta. Mas nada apagava a imagem daquele sorriso que tanto amava, que ainda o fazia sentir aquele misto de amor e raiva.

Após alguns minutos sob a água, Deidara desligou o chuveiro, enxugou-se rapidamente e vestiu uma calça cargo larga, juntamente com uma blusa branca larga, e calçou seu Vans. Prendeu o cabelo em um coque frouxo e, antes de sair de seu quarto, passou um perfume qualquer.

Foi até o quarto ao lado, onde sua filha, Yodo, ainda dormia com o rostinho sereno.

A pequena tinha os fios de seu longo cabelo loiros e delicados, como os de Deidara. Já o olhar profundo e o restante eram de Obito, uma combinação que sempre deixava o loiro com o coração quentinho.

Ele se aproximou da cama e, com um sorriso sincero, sussurrou:

— Ei, pequena... hora de acordar.

A menor abriu os olhinhos pequenos devagar e com total calma. Aparentemente, havia descansado e aproveitado bem as suas 8 horas de sono. Yodo não fez questão de esconder seu sorriso sincero ao ver o pai, estendendo os bracinhos em sua direção.

Deidara a pegou no colo, sem esforço, a deixando confortável em seu peito, onde a mesma apoiou a cabeça em seu ombro, ainda meio sonolenta. O Uzumaki dava graças a Deus por tê-la em sua vida; era a única coisa boa que Obito havia deixado para ele.

— Bom dia, papai — ela murmurou com a voz fina, e Deidara se sentiu um pouco mais leve ao ouvir a inocência da filha.

— Bom dia, princesa — respondeu, beijando o topo da cabeça dela, um gesto que sempre o acalmava.

₍ ᐢ..ᐢ ₎ Ⳋ     ⴰ

Depois de terminar de alimentar a pequena, o loiro foi até o quartinho da menor, que não era nem tão grande, nem tão pequeno. Era, de certo modo, um tamanho adequado para uma criança de apenas dois aninhos. As paredes eram pintadas em um tom de rosa bem clarinho, com alguns enfeites dourados. Havia um guarda-roupas branco planejado e alguns brinquedos espalhados pelo ambiente. Ele sorriu, foi até o guarda-roupas e pegou o uniforme de primavera da menor, já que o clima estava ameno e agradável.

Destino- obidei Onde histórias criam vida. Descubra agora