Adeus, enfim, ao peso deste fardo,
Que por tanto tempo carreguei em vão,
Amor que me prendeu em laços duros,
Vestido de promessa, feito de ilusão.
Te dei meu riso, meu peito aberto,
Te fiz refúgio, te dei meu chão.
Mas o que recebi foi um deserto,
Um mar de mágoas, dor sem explicação.
Te amei com o fervor de mil verões,
Mas foste inverno, gélido, sombrio,
Cortaste minhas asas, calaste canções,
Deixaste o meu coração vazio.
Hoje, solto o grito que guardei calado,
Rompendo as correntes, voo em direção
A um futuro que já não tem teu fardo,
A uma vida livre da escuridão.
Adeus, amor que nunca foi inteiro,
Te deixo aqui, na poeira do passado.
Eu sigo, enfim, de peito verdadeiro,
Rumo ao meu próprio céu estrelado.