二丁目 ⸻ E a adrenalina de fazer o errado.
Quando Jimin abre a porta, eu vejo sua expressão relaxar, exibindo o alívio que sentira ao me ver.
— Eu tava sem chave — murmuro, constrangido, ainda de pé no lado de fora do apartamento. — Esqueci de pegar ontem e…
Antes que eu possa continuar a minha explicação, Jimin se inclina um pouco para a frente e envolve seus braços ao meu redor, me apertando em um abraço carinhoso. Apesar de estar confuso, abandono a minha bolsa no chão do hall de entrada e retribuo o afeto, afundando o nariz em sua nuca.
— Estávamos preocupados com você — a voz de Elaiza surge por trás do Park, e logo a beta aparece em meu campo de visão. Ela parece estar dividida entre ficar irritada e ficar atenuada.
— Mas eu avisei que tava bem! — afasto-me minimamente de Jimin, sem cortar de fato o contato consigo.
— Você mandou uma mensagem às 13:00, Taehyung. — É o Park quem o diz. — Agora já são quase 22:00 horas! Você nunca fica tanto tempo fora de casa sem falar nada, especialmente no domingo, e ainda tinha aquela desconhecida na balada…
Notando que o meu amigo estava a um passo de chorar, tamanha a preocupação que inundava seu corpinho, suspirei, me sentindo um grande bosta. Estava ciente de que o meu pequeno tinha os nervos aflorados, tanto para o ódio quanto para a ansiedade… Não podia contar a ele o lugar em que eu passei o dia inteiro.
— Foi mal — falei, baixinho, andando somente o suficiente para conseguir entrar e fechar a porta, ainda agarrado a Jimin. — Não se preocupe, não vou fazer isso de novo.
Jimin deitou a cabeça no meu peito e, com algum esforço, eu pude ver o biquinho choroso que estava formado em seus lábios róseos e carnudinhos. Me chateia vê-lo assim, embora ele geralmente seja fofo quando está emburrado — e agora não é exceção.
— Tá tudo bem… — Ele disse, afinal.
— Pois pra mim não está não — a única garota do ambiente disse, cruzando os braços. — Você é adulto e é livre pra fazer o que quiser, Taehyung, mas, melhor do que ninguém, você sabe como os alfas e alguns betas dessa cidade são e, logo, sabe exatamente o porquê de estarmos preocupados. Não iria te cair a mão mandar uma mensagem ali pelas seis falando se ainda estava bem!
— Eu sei! — chiei, me sentindo novamente na adolescência, quando eu ainda levava bronca dos meus pais. — Me distraí e esqueci, tá bom? Não ia deixar vocês nervosos de propósito!
— E por onde você esteve, hein? — Elaiza quis saber.
Merda.
Não dava pra abrir o bico, não agora. Eles já estavam desse jeito só pela demora, que dirá que soubessem que eu estava tomando chá e conversando na casa do meu stalker — assumido — com o próprio. E, se Jimin não tiver falado nada, Elaiza nem está sabendo sobre essa situação, o que tornaria a revelação ainda pior.
— Na casa da Takahashi — recordei-me do nome da ômega que fez o meu check-in no Karaksa Hotel Premier. Ambos os meus amigos arquearam uma de suas sobrancelhas, confusos. Lancei um olhar para Jimin. — É a ômega com quem eu saí da balada.
— Oh — a boca do Park se abriu em um círculo quase perfeito, demonstrando sua surpresa. — Ok, aí eu não posso julgar já que também passei a noite com um cara da balada. Mas só a noite, né?
— Ugh — a beta se atirou no sofá, suspirando pesadamente em desaprovação. — Vocês são dois malucos.
Soltei-me suavemente de Jimin, andando cautelosamente até ficar diante de Elaiza. Como se estivesse tentando capturar uma cobra venenosa, aproximei-me, ainda de pé, dela em uma inclinação, abrindo os meus braços para acolhê-la entre eles.
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always somewhere | taekook
FanficTaehyung sempre sonhou em ser ator, mas, quase dois anos após se mudar para Tóquio na intenção de perseguir esse objetivo, ele ainda luta para conseguir papéis decentes. Com sua carreira estagnada e à beira de perder o contrato com a agência, Taehyu...