04. Ni-chôme;

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二丁目 ⸻ E a adrenalina de fazer o errado.

Quando Jimin abre a porta, eu vejo sua expressão relaxar, exibindo o alívio que sentira ao me ver.

— Eu tava sem chave — murmuro, constrangido, ainda de pé no lado de fora do apartamento. — Esqueci de pegar ontem e…

Antes que eu possa continuar a minha explicação, Jimin se inclina um pouco para a frente e envolve seus braços ao meu redor, me apertando em um abraço carinhoso. Apesar de estar confuso, abandono a minha bolsa no chão do hall de entrada e retribuo o afeto, afundando o nariz em sua nuca.

— Estávamos preocupados com você — a voz de Elaiza surge por trás do Park, e logo a beta aparece em meu campo de visão. Ela parece estar dividida entre ficar irritada e ficar atenuada.

— Mas eu avisei que tava bem! — afasto-me minimamente de Jimin, sem cortar de fato o contato consigo.

— Você mandou uma mensagem às 13:00, Taehyung. — É o Park quem o diz. — Agora já são quase 22:00 horas! Você nunca fica tanto tempo fora de casa sem falar nada, especialmente no domingo, e ainda tinha aquela desconhecida na balada…

Notando que o meu amigo estava a um passo de chorar, tamanha a preocupação que inundava seu corpinho, suspirei, me sentindo um grande bosta. Estava ciente de que o meu pequeno tinha os nervos aflorados, tanto para o ódio quanto para a ansiedade… Não podia contar a ele o lugar em que eu passei o dia inteiro.

— Foi mal — falei, baixinho, andando somente o suficiente para conseguir entrar e fechar a porta, ainda agarrado a Jimin. — Não se preocupe, não vou fazer isso de novo.

Jimin deitou a cabeça no meu peito e, com algum esforço, eu pude ver o biquinho choroso que estava formado em seus lábios róseos e carnudinhos. Me chateia vê-lo assim, embora ele geralmente seja fofo quando está emburrado — e agora não é exceção.

— Tá tudo bem… — Ele disse, afinal.

— Pois pra mim não está não — a única garota do ambiente disse, cruzando os braços. — Você é adulto e é livre pra fazer o que quiser, Taehyung, mas, melhor do que ninguém, você sabe como os alfas e alguns betas dessa cidade são e, logo, sabe exatamente o porquê de estarmos preocupados. Não iria te cair a mão mandar uma mensagem ali pelas seis falando se ainda estava bem!

— Eu sei! — chiei, me sentindo novamente na adolescência, quando eu ainda levava bronca dos meus pais. — Me distraí e esqueci, tá bom? Não ia deixar vocês nervosos de propósito!

— E por onde você esteve, hein? — Elaiza quis saber.

Merda.

Não dava pra abrir o bico, não agora. Eles já estavam desse jeito só pela demora, que dirá que soubessem que eu estava tomando chá e conversando na casa do meu stalker — assumido — com o próprio. E, se Jimin não tiver falado nada, Elaiza nem está sabendo sobre essa situação, o que tornaria a revelação ainda pior.

— Na casa da Takahashi — recordei-me do nome da ômega que fez o meu check-in no Karaksa Hotel Premier. Ambos os meus amigos arquearam uma de suas sobrancelhas, confusos. Lancei um olhar para Jimin. — É a ômega com quem eu saí da balada.

— Oh — a boca do Park se abriu em um círculo quase perfeito, demonstrando sua surpresa. — Ok, aí eu não posso julgar já que também passei a noite com um cara da balada. Mas só a noite, né?

Ugh — a beta se atirou no sofá, suspirando pesadamente em desaprovação. — Vocês são dois malucos.

Soltei-me suavemente de Jimin, andando cautelosamente até ficar diante de Elaiza. Como se estivesse tentando capturar uma cobra venenosa, aproximei-me, ainda de pé, dela em uma inclinação, abrindo os meus braços para acolhê-la entre eles.

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⏰ Última atualização: Nov 07 ⏰

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