PARIS - Augusto akio

MY BOY ONLY BREAKS HIS FAVORITE TOYS

15 de junho

A data mais esperada pela maioria dos alunos, alguns pelas férias de meio de ano e outros simplesmente precisavam de ponto e se dispuseram a fazer qualquer coisa para ganhar, nem que seja meio ponto.

Eu era do time que foi obrigado a ir pra festa junina da escola pelos amigos, ou melhor, pela prima.

— Anda mais rápido, Naju!

Larissa, praticamente me puxava pelas ruas enquanto falava. Ela fez questão de dormir na minha casa pra que não chegássemos atrasada, me acordou mais cedo que o normal e me arrumou como se eu fosse sua boneca.

— A gente já tá na esquina, se acalma! — Eu ando ao seu lado olhando pro chão e às vezes tropeçando por não está acostumada a usar salto e pelos puxões dela.

— Eu tô bonita?! — Ela parou bruscamente quando chegamos perto do portão da escola, me fazendo trombar com ela.

— Quem você tá tentando impressionar, Lari? — Recupero o equilíbrio e imito os movimentos dela, ajeitando minha roupa.

— Ninguém! Para de bobagem… — Ela desvia o olhar e volta a andar, cumprimentando algumas colegas assim que entramos.

— Anna Maria! — Eu respiro fundo quando reconheço a voz, só uma pessoa me chama assim.

Augusto se aproxima de mim com a mão pronta pra dar um aperto de mão, que ignoro e cruzo os braços em resposta ao “apelido” que ele usou.

— Anna J-ú-l-i-a! Não é tão difícil assim, sabia? — Mesmo com a minha atitude, o sorriso idiota no rosto dele continua intacto.

— Eu sei, Anna Maria. — Ele descruza meus braços, colocando os dele no meu quadril quando me dá um abraço. — Tá cheirosa…

— Valeu, você não tá tá mal assim. — Eu sigo os movimentos dele e o puxo pelo pescoço pra perto enquanto ouço a risada baixa dele, que vem junto com um aperto forte.

— Não arrumei problema pra você ontem, né? — Ele pergunta com o rosto no meu cabelo. — Tá ligada que eu precisava falar com você.

— Eu sei, Akio. — Só a lembrança da nossa conversa na noite anterior já faz meu estômago revirar. — Esquece isso, tá? Não faz sentido ficar revirando esse assunto.

Eu me afasto do abraço, dando um sorriso forçado pra ele antes de sair em busca de Larissa, que aproveitou da nossa conversa para desaparecer no meio da festa.

A gente não tem nada, não tem porquê eu ter ciúmes, né? Ele é solteiro e eu também, tá tudo bem.

Tudo bem?!

Puta merda, toda vez que meu olhar pousava nela me fazia sentir que meu cabelo estava horrível, a maquiagem e a roupa começam a me incomodar…

Geovana, a loira perfeitinha, que a escola toda sabia que tava afim do Augusto.

— Ele só tem olhos pra você, sai dessa. — Um dos amigos do Augusto, Samuel, se junta a mim se encostando na parede. — Sabe que ele é idiota, só tá conversando com ela agora porque não aprendeu a dizer não.

Ele dá de ombros, tomando um gole do líquido em seu copo, que com certeza não era só suco. Mas a afirmação dele não me fez ficar menos irritada, ele me chama pra ficar com outra?!

— Cê acreditar que ele foi lá em casa tarde da noite ontem? — Eu respiro fundo, desviando o olhar do casal para o olhar nos olhos com um sorriso irônico. — Com uma história de que ela não era ninguém pra ele, que o boato que ele tinha convidado nós duas era mentira…