Love is Blind | Jikook | pjm+jjk

Três da manhã, bingo e linguagem do amor.

Terceiro dia:

O terceiro dia de conversas nas cabines trouxe à tona novas pautas a serem discutidas como: despesas e planejamento financeiro, não dava para sair dali ignorando esse tipo de conversa. No entanto, não era algo pesado, o assunto fluía com uma leveza um tanto quanto inesperada, quase como se eles conversassem sobre artes, enquanto os pincéis se misturavam com as tintas pelas telas. Sim, Jimin solicitou à produção que transformassem as cabines em ateliês para que pudessem pintar. O fato de ter uma parede entre eles não devia impossibilitá-los de nada, certo?

Aquele simples gesto tocou no fundo da alma do mais novo de uma maneira um pouco mais forte, era como se o Park estivesse escalando uma grande muralha em seu coração muito simples. Era como se não houvesse nenhum tipo de esforço. De uma forma ou outra, ele devia ser algum profissional, porque não era comum a velocidade que as coisas estavam se escalonando. Era atípico e desafiador para Jungkook compreender, visto que nunca tinha experimentado uma conexão tão intensa assim.

A produção já tinha perdido a totalidade de minutos que aquela duplinha tinha somado nas cabines em apenas três dias. Os assuntos não seguiam um roteiro. Uma pauta puxava outra, que lembrava de mais histórias, que rendia boas risadas e reflexões profundas e essenciais para o amadurecimento deles como um potencial casal. Assuntos desconfortáveis surgiram ao longo do processo e foram muito bem desenvolvidos, eles tinham uma maturidade invejável para quem nem tinha chegado na casa dos trinta ainda.

Em um experimento que você aceita se casar em um mês não existe perda de tempo.

Os minutos passam voando, tudo é muito intenso, tudo passa muito rápido. Na vida lá fora, certos assuntos seriam discutidos ao longo de semanas. Mas ali, não! Ali eles estavam em uma corrida contra o tempo para desvendar cada detalhe e se conheceram profundamente o mais rápido possível. Por isso, é inegociável não discutir sobre todos os pontos críticos porque o risco de passar o resto da vida com essa pessoa é realmente existente.

Depois de se dedicarem às suas pinturas individuais e realizarem um trabalho impressionante nas artes enquanto se debruçavam em novas conversas sobre suas experiências de vida, Jimin abriu o jogo sobre seus três melhores amigos: Jin, Taehyung e Namjoon. O Jeon também pegou carona no assunto e compartilhou sobre Yoongi e Hoseok. Conforme o tempo passava, surgiam histórias de como eles se conheceram, relatos de aventuras em viagens e até mesmo algumas brigas que tiveram, o que era super comum entre amigos de longa data.

Quando o tema girava em torno de pessoas especiais, eles poderiam ficar ali para sempre, compartilhando lembranças e memórias hilárias que os uniam cada vez mais. A animação para conhecê-los era real e o plano de juntar os sete já existia. Tinham a certeza de que todos se dariam incrivelmente bem, que seria o encaixe perfeito. No entanto, havia um assunto pendente que pairava no ar e a duplinha de Busan não sabia como abordar. Foi somente após algumas taças de vinho que encontraram coragem para avançar para essa nova fase da conversa. 

A conexão mental era real, ela existia e era presente, assim como também existia o nascimento de um sentimento verdadeiro. Eles nunca tinham se visto pessoalmente, mas tamanha afinidade era inegável. Eles nunca tinham se visto, mas se gostavam. O coração acelerava, as mãos suavam e as borboletas no estômago dançavam com uma frequência mais ativa agora.

Porém, havia inúmeras perguntas que teimavam em não serem ignoradas: como seriam entre quatro paredes? O que gostariam? Estariam dispostos a experimentar? Ou, ainda, o que não estariam? Quais seriam os fetiches? As fantasias? Os limites? Eram questões que pairavam no ar, esperando serem respondidas, enquanto a curiosidade se misturava com uma leve dose de ansiedade.

— O que te excita, Jungkook? — Indagou o mais velho sem muitos rodeios, foi movido apenas pela curiosidade. — Eu tenho a sensação de que funcionaremos bem na cama. — Murmurou e o outro sorriu porque concordava com o pensamento alheio.