Capítulo 3

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Uma noite, Sakusa chamou Atsumu para seu escritório, a sala era um testamento de poder e controle com sua mesa de mogno brilhante e paredes adornadas com armas antigas. O ar estava denso com o cheiro de incenso e a tensão não dita dos segredos da cidade. Sakusa sentou-se atrás da mesa, seus olhos uma tempestade de emoções enquanto gesticulava para Atsumu se aproximar. Sem uma palavra, Atsumu se aproximou, seu coração disparado em antecipação ao que estava por vir.

A mão de Sakusa envolveu o pulso de Atsumu e, com surpreendente gentileza, ele o puxou para seu colo. A respiração de Atsumu engatou com o contato íntimo, seu corpo respondendo ao calor e à força do homem que ele havia amado e temido em igual medida.

— Atsumu — Sakusa murmurou, sua voz uma carícia aveludada — eu preciso de você.

As palavras fizeram um arrepio percorrer a espinha de Atsumu, não apenas pelo calor da respiração de Sakusa contra seu ouvido, mas pelo peso do pedido não dito.

— O que você precisa, Omi? — ele perguntou, sua voz mal passando de um sussurro.

O aperto de Sakusa aumentou, seus olhos perfurando os de Atsumu.

— A reunião anual de paz da Yakuza está chegando — ele disse, sua voz baixa e urgente. — É onde todos os clãs se reúnem para resolver suas disputas.

O coração de Atsumu pulou uma batida. A reunião de paz era um evento tenso e perigoso, onde o equilíbrio de poder poderia mudar num piscar de olhos. Era a única noite em que alianças eram testadas, e inimigos podiam ser feitos ou quebrados com um único passo em falso.

— Motoya está viajando a negócios — Sakusa continuou, seu olhar nunca deixando Atsumu. — Preciso de alguém em quem eu possa confiar ao meu lado, alguém que possa ler a sala e antecipar problemas antes que eles comecem.

Atsumu sentiu seu estômago apertar. A reunião de paz não era lugar para os não testados.

— Mas, omi-

— Você pode comparecer como Atsushi Kitamura — disse Sakusa, interrompendo seu protesto. Seus olhos procuraram os de Atsumu, procurando por dúvida. — Você está pronto para isso.

Atsumu engoliu sua ansiedade, sua mente correndo com as implicações do que Sakusa estava pedindo a ele. Comparecer à reunião de paz da yakuza era entrar na cova dos leões, cercado pelos mesmos homens que moldaram sua nova vida e aqueles que o deixaram de lado. Mas ele sabia que não podia recusar; não quando Sakusa olhava para ele daquele jeito, com uma mistura de esperança e expectativa.

— Eu farei isso — disse Atsumu, sua voz firme apesar do tremor em seu peito — Como Atsushi Kitamura.

O sorriso de Sakusa era uma mistura de alívio e orgulho.

— Ótimo — ele disse, soltando o pulso de Atsumu. — Você comparecerá como meu braço direito. Sua lealdade e instintos são inigualáveis.

Semanas se passaram em um borrão de preparação e ansiedade. Atsumu se jogou em seu treinamento, aprimorando suas habilidades até que ele fosse uma máquina bem lubrificada, pronto para enfrentar o que a noite pudesse trazer. Mas conforme a data da reunião de paz se aproximava, sua mente foi atormentada por dúvidas. O que aconteceria se alguém de seu passado o reconhecesse? E se Osamu estivesse lá? Ele seria capaz de esconder sua verdadeira identidade?

A noite do evento finalmente chegou, e Atsumu estava diante do espelho, ajustando a gola de seu terno impecavelmente feito sob medida. Seu coração batia forte no peito enquanto ele olhava para o reflexo de Atsushi Kitamura, o homem que ele havia se tornado. O terno parecia uma armadura, uma barreira entre ele e o mundo que um dia o conhecera como Atsumu Miya. Ele respirou fundo, desejando que o tremor em suas mãos parasse.

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⏰ Última atualização: Oct 28 ⏰

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Na sombra da yakuza - sakuatsu [tradução]Onde histórias criam vida. Descubra agora