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"É verdade que você é bissexual, senhorita König?"
"Você terminou com Jean?"
"Como vai o relacionamento com Jean?"
"Você já se atraiu por alguma garota?"
"Quando sai o novo álbum?"
Michele já não aguentava mais a enxurrada de flashes em seu rosto, não conseguia nem contar quantos microfones e câmeras estavam apontados para si. Ela só queria poder estar em paz.
Há quatro anos, ela estaria adorando toda essa atenção, pararia e responderia quase a todos os questionamentos, mas agora era um saco. Irritante demais.
Ela passou, ignorando os gritos desesperados dos jornalistas e paparazzis, mas parou quando ouviu aquele grito:
"Você e Willow já tiveram um caso?"
Foi tão alto, parecia ultrapassar as barreiras das pessoas. Seu coração parou, ela ficou alguns segundos perplexa, parecendo realmente afetada pela pergunta simples. Michele apressou o passo, entrando no carro e, com um baque surdo, fechou a porta do veículo. Seu coração parecia bater de desespero, aquele sentimento estava tomando conta dela novamente.
─Casa...─ Foi a única coisa que saiu de sua boca quando entrou no carro; ela não olhou para seu motorista, Jacob, e sequer olhou para os lados, já que seu olhar estava fixado em seus joelhos, suas vistas ficando levemente confusas, e não demorou para a dor de cabeça também ajudar.
Aquele nome parecia um gatilho, uma bala que iria lhe explodir. Era um sentimento tão ruim, uma coisa que a corrói cada vez mais, de dentro para fora; bebidas não eram o suficiente, e o sexo não tampava o buraco da culpa.
Michele se lembrava muito bem do rosto da castanha, no meio da noite, a lua era a repórter e as ruas a plateia; era difícil esquecer das bochechas rosadas, dos olhos vermelhos e do rosto totalmente molhado.
Ela era um monstro, como conseguiu magoar aquele ser? A dor, a ânsia, o aperto e as lembranças, era tudo isso que acompanhava Michele quando escutava o nome 'Willow'.
Ela ainda lembra da doce adolescência e do afiado tom do amor; saber que aquela jovem era apaixonada por ela doía, pois foi tarde demais quando percebeu que o sentimento não era de uma parte, mas de ambas.
Por ser tarde demais, Michele se encontrava tão longe e já em outro relacionamento, tão insolente em perceber que escondia seu verdadeiro eu pelo padrão que lhe era cobrado. E o pior de tudo, as pessoas estavam descobrindo. Depois de finalmente falar abertamente para o público que se sentia atraída por ambos os gêneros, sua vida virou um puro furacão; depois disso, assumir o término com o estilista Jean Hopper foi o próprio precipício. Eram tantos os questionamentos.
