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LYLE MENENDEZ mansão Romanov

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LYLE MENENDEZ
mansão Romanov

A SEGUNDA FEIRA tinha começado como mais um dia típico de preparativos para o casamento, mas a tensão estava ali, presente em cada respiração, em cada palavra não dita. A sala de jantar do apartamento estava completamente tomada por bandejas e pratos delicadamente preparados, repletos de opções que precisávamos provar para decidir o cardápio do casamento. O cheiro de doces, carnes, molhos e bebidas pairava no ar, e a equipe do buffet nos cercava, esperando ansiosamente pelas nossas reações.

Calissa, sentada ao meu lado, parecia concentrada em provar cada prato, mas eu conseguia perceber algo diferente nela. Seus gestos, geralmente elegantes e seguros, estavam um pouco hesitantes. Cada mordida era lenta, quase calculada, como se ela estivesse forçando a si mesma a continuar. Mas não tinha escolha, assim como eu. Esse casamento, essa semana, todo esse teatro, era uma obrigação, e nós dois estávamos presos nisso.

A primeira parte foram as sobremesas. Eles trouxeram uma variedade que parecia não ter fim: tortas de frutas frescas, macarons multicoloridos, brownies com texturas impecáveis e mousses que brilhavam como seda sob a luz da sala. Calissa pegou uma colher de mousse de maracujá, a sobremesa que geralmente a faria sorrir. Mas hoje, seu rosto parecia mais rígido, a pele mais pálida do que o normal. Ela me entregou a colher, mas não era um gesto alegre, era automático, quase mecânico.

— Acho que temos um vencedor aqui — ela murmurou, a voz soando mais suave, sem vida.

Eu provei a mousse, o sabor era ótimo, mas o gosto parecia se perder no amargo da situação. A cada garfada, eu percebia que algo estava errado. Calissa não estava apenas cansada ou preocupada, ela estava se esforçando para manter a compostura. Seus olhos evitavam os meus, fixos nos pratos à frente. Quando chegamos aos pratos principais, a coisa piorou.

Pratos elaborados começaram a chegar: salmão com crosta de ervas, filé mignon ao molho de vinho tinto, massas recheadas com queijos artesanais. Calissa pegava cada garfada com cuidado, mas eu via seus dedos tremendo levemente. Ela tentou manter a conversa casual, perguntando-me sobre o salmão como se ainda tivesse algum interesse real.

— Lyle, o que acha desse? — perguntou, me oferecendo um pedaço.

Eu provei, tentando acompanhar, mas minha preocupação crescia. Ela estava visivelmente desconfortável, as mãos tremiam mais, e seu rosto estava ficando pálido. Eu notava que, a cada mordida, ela mal engolia o suficiente para parecer educada.

— Está tudo bem? — perguntei, tentando ignorar o desconforto que se instalava em mim também.

— Sim, estou... — ela começou a dizer, mas cortou a frase no meio, respirando fundo e forçando um sorriso.

A equipe trouxe as bebidas a seguir: vinhos finos, coquetéis coloridos, sucos para as crianças. Calissa deu um gole em um dos coquetéis, mas mal tocou nos outros. Ela começou a passar a mão na testa, como se estivesse tentando dissipar um mal-estar crescente. Então, de repente, ela largou o copo com mais força do que pretendia, e se levantou abruptamente da mesa.

No altar do destino ✓ Lyle Menendez Onde histórias criam vida. Descubra agora