"O desejo é um jogo mortal"
[...]
Seu casaco
Já faz um ano. Para ser mais exato, trezentos e sessenta e cinco dias desde que te conheci, Choi Soobin. Cada um desses dias foi consumido pela mesma obsessão que começou naquele momento fatídico. Eu estava lá, sempre presente, seja nos seus shows, nas suas apresentações ou nos seus eventos de autógrafos. Cada olhar em sua direção me trazia uma dose de adrenalina e necessidade. As paredes do meu quarto são testemunhas mudas, cobertas por pôsteres seus, rodeadas de pelúcias, camisetas e pulseiras que carregam seu nome. Tudo o que eu faço, faço por você, Soobin.
Você pode pensar que é loucura, que estou além de qualquer limite do que é saudável. Mas eu sei que isso é amor. Amor puro, cru, e talvez um pouco doente. Eu lembro com perfeição daquele dia. Eu estava na fila, segurando minha câmera com mãos trêmulas. Você passou e, por um instante, o mundo parou. Eu te chamei, e você olhou para mim. Seus olhos me fitaram como se eu fosse o único ali. Então, você pegou a câmera da minha mão e tirou uma foto ao meu lado. Um clique rápido, um momento eterno. Você sorriu para mim antes de devolver a câmera, e eu juro que naquele instante senti o gosto de sua presença, como se pudesse adivinhar a maciez dos seus lábios.
Aquela foto se tornou uma obsessão. Cada detalhe seu, cada curva do seu sorriso... Eu a examinei mil vezes, procurando qualquer sinal, qualquer mensagem oculta nos seus olhos. Será que você também sentiu algo? Alguma conexão? Ou fui só mais um rosto na multidão? Não, eu não posso ser só isso. Eu sei que não.
∘∘∘∘∘
Cá estou eu de novo, na sua presença, respirando o mesmo ar pesado do show, enquanto sua voz ecoa no palco e a multidão grita seu nome. Fileira VIP, bem na frente, exatamente onde eu devo estar. Você tira o casaco e o lança para a plateia, em um gesto despreocupado. Por um instante, o tecido parece voar em câmera lenta, vindo direto para mim. Eu estendo a mão, quase tocando nele, quando uma garota se adianta e o agarra primeiro.
Minha respiração para, depois acelera. O sangue começa a ferver sob a pele. Eu poderia matá-la ali mesmo, diante de todos, mas isso arruinaria tudo, não é? Ao invés disso, eu espero, observando-a com olhos fixos, memorizando seus movimentos. Quando o show finalmente termina, a vejo se afastar, e a sigo com passos silenciosos e controlados. Ela entra no banheiro, o lugar perfeito.
Dentro do cubículo de cerâmica fria, meus passos ecoam. Eu fecho a porta atrás de mim, bloqueando qualquer saída. Minhas mãos estão firmes enquanto deslizo a lâmina afiada do bolso, e ela brilha sob a luz fluorescente. A adrenalina pulsa, lenta e densa, enquanto eu a seguro pelo pescoço, pressionando-a contra a parede. A navalha encontra seu caminho até o estômago dela, deslizando pela pele como uma promessa silenciosa.
— Me dá o casaco, e talvez... você saia viva daqui — murmuro, com a voz baixa e controlada.
Os olhos dela se arregalam, um reflexo puro e desesperado de medo. Seu corpo treme, e eu sinto o pânico tomando conta. Ela obedece, sem hesitar, os dedos trêmulos desatando o casaco da cintura e me entregando com pressa. Eu pego o casaco com um movimento rápido, meus olhos ainda fixos nos dela. Há algo quase hipnótico em ver o medo nos olhos de alguém, como se eu estivesse no controle absoluto do destino dela.
Mas eu nunca disse que ela sairia viva. Não prometi nada. A lâmina se aproxima mais, roçando a pele dela, e eu sinto a tensão aumentar.
— Ninguém tira de mim o que me pertence — sussurro, com um tom quase gentil.
O corte é rápido, frio, e o silêncio que se segue é tão pesado quanto a escuridão que cai sobre ela.
O sangue mancha o piso branco do banheiro, escorrendo em poças rubras enquanto a garota desliza para o chão, seu olhar vidrado e vazio. Eu me agacho ao lado dela, observando a vida lentamente escapar de seus olhos. A adrenalina corre pelas minhas veias, me deixando alerta e agitado.
Pego o casaco do chão, limpando a lâmina nele antes de guardá-la de volta no bolso. A sensação do tecido em minhas mãos é reconfortante, quase como se estivesse segurando uma parte de você, Soobin. O casaco ainda está quente pelo calor do seu corpo, e o cheiro inconfundível de sua colônia ainda persiste nele. Isso me faz sorrir.
Ao sair do banheiro, me misturo à multidão que ainda se dispersa, ninguém percebe o que acabou de acontecer. Para todos, sou apenas mais um fã que teve a sorte de conseguir algo seu. O casaco, agora firmemente enrolado em meus braços, é um troféu; uma prova do quanto estou disposto a ir para estar próximo de você.
∘∘∘∘∘
Quando chego em casa, coloco o casaco cuidadosamente sobre a cama. Passo os dedos pelo tecido, sentindo o seu cheiro impregnado nele. É quase como se você estivesse aqui, comigo. Como se eu pudesse te tocar, como se pudesse ouvir sua respiração do outro lado do quarto. Coloco o casaco nos meus ombros, envolvendo-me no calor residual que ele ainda carrega. Meus olhos fecham enquanto imagino o que virá a seguir.
Mas isso nunca é o suficiente, não é? Por mais que eu tenha uma parte de você, eu quero mais. Preciso de mais. Cada conquista só alimenta essa fome insaciável, essa necessidade que cresce a cada encontro casual, a cada show. Sei que esse casaco é apenas o começo, um passo em uma trilha que se estende para algo mais profundo, mais sombrio.
Afinal, Soobin, o que você faria se soubesse que estou chegando cada vez mais perto? Que a distância entre nós está se dissolvendo? Você sentiria medo? Ou talvez... excitação?
O brilho na minha mente é quase febril, enquanto imagino nossos destinos entrelaçados, inevitáveis. Não importa quanto tempo leve, eu estou disposto a esperar, a planejar, a fazer o que for necessário. Porque no fim, você será meu.
Obsession
Capítulo 1
@Beomgygyu
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Obsession [Yeonbin+18]
FanfictionEm uma história onde Choi Yeonjun é um fã obcecado por Choi Soobin, o garoto fará de tudo para ter seu ídolo só para si. Durante uma sessão de autógrafos, Soobin tira uma foto com Yeonjun, fazendo o garoto acreditar que tem mais chances com seu ídol...