Prólogo: Symphony of Destruction

7 2 0
                                    

We dance like marionettes

Swaying to the Symphony

Swaying to the Symphony

Of Destruction

Symphony Of Destruction - Megadeth



É uma noite sombria: sem estrelas, sem a lua, até mesmo as luzes da velha casa estão apagadas, exceto pela luz da cozinha onde a primogênita dos Spellman bebe seu chá de camomila sozinha. Ela não é uma vidente, mas em seu interior ela sente que algo está prestes a acontecer, ela pensou que seria Sabrina, mas a adolescente rebelde conseguiu atravessar o limbo e retornar em segurança, exceto por seu jovem coração partido.

Então ela sente um arrepio percorrer sua espinha, e o ranger da porta da cozinha que dá a saída para a varanda sendo aberta, de repente a iluminação do cômodo fica ainda mais obscura e ela não precisa se virar para ver quem é.

_Olha o que o diabo mandou. –Ela murmura, mas sabe que ele a ouviu.

_Já faz tempo amor. –Ele diz cinicamente e ela não deixa de sentir incomodo pelo uso da palavra.

_Não tempo suficiente Daemon. –Ela diz quando sente ele colocar as mãos em seus ombros.

_Não seja estraga prazeres Zelda. –Ele murmura em seu ouvido e ela odeia o fato que isso a fez se arrepiar, ela torce para que ele não tenha notado, mas o sorriso no rosto dele prova que não.

Ele se senta ao seu lado e pega a xícara que ela tomava, ele toma um primeiro gole e a olha estranhamente:

_Chá de camomila? Isso é sério Zelda?

Ela rola os olhos azuis e o responde com mau humor:

_O que tomo ou deixo de tomar não é da sua conta.

Ele então dá uma risada.

_Ríspida como sempre, eu gosto disso, principalmente quando você...

_Cale a boca Daemon e vá direto ao ponto.

Ele a olha irritadiço, mas ela não se abala, já são muitas décadas, ela se acostumou ao fato que ele não a matará. Torturar? Com certeza, mas matar ele não faria isso, não com seu brinquedo favorito.

_Estou mandando uma nova adição para o seu manicômio particular pela manhã.

Ela o olha cética e então diz:

_Eu já tenho minha irmã excomungada, um sobrinho em prisão domiciliar e uma sobrinha que se nega a aceitar seu destino. Eu não ficarei de babá de nenhuma pobre alma.

Ele acende o cigarro, intimamente ele sente falta das trocas de farpas.

_Não é nenhuma pobre alma, pelo contrário é uma mestiça de castigo.

Ela ergue a sobrancelha e não resiste em debochar:

_Castigo? Não era você o tutor ideal para a criatura perfeita?

Ele a encara por breves segundos com aqueles olhos negros que ela não duvida terem o poder de ver sua própria alma, até que responde:

_Nunca tive problema com a parte bruxa dela, o problema é a outra metade.

Ela engole em seco, mas o alerta:

_Eu não posso colocar minha família em perigo....

_Por isso estou trazendo ela para cá e não as profundezas do inferno.

Ela desiste de tomar o chá e se levanta para colocar a xícara na pia, ali de costas para seu visitante, ela tenta respirar para acalmar-se, ela sabe muito bem de quem ele fala: a única mestiça da família, além de Sabrina, claro.

Ele não fica sentado muito tempo a observando, tão rápido quanto o vento e tão silencioso quanto um predador prestes a atacar sua preza, ele se move até ela.

Ela sente ele atrás dela e se agarra a pia como uma tábua de salvação, ela sente ele mover seus cabelos para o lado. Ele começa distribuindo beijos por seu pescoço e ela se mantém quieta: nenhum movimento e nenhum som, então sente ele puxar seu cabelo e com a boca bem próxima ao seu ouvido ele diz:

_Depois de tanto tempo fora é isso que recebo de você Zelda? Diga-me o caríssimo senhor Blackwood vem fazendo direitinho? –Ela engole em seco, mas permanece muda. –Você achou mesmo que iria fornicar com o sumo sacerdote e eu não ficaria sabendo? Que deplorável...

Ela então sente os dentes dele em seu pescoço e sabe que na manhã seguinte e os dias que seguirão haverá uma marca ali, mas esse é o objetivo dele: marcá-la; exibir sua propriedade, a tão poderosa e devota Zelda Spellman, não passa da marionete do príncipe da escuridão.

Ela então sente as mãos dele vagar por seu corpo, até sentir ele desatar o nó de seu robe negro. Lógico que ele não iria ali apenas para lhe dar um recado.

Ele retira o robe dela e a vira de frente para ele, não deixa de apreciar a visão dela ali na penumbra, a doce e inocente menina de cabelos dourados, havia se transformado em uma mulher, aos olhos de muitos: fria, poderosa e devota a igreja da noite, mas ele estaria mentindo se dissesse que não possuía certo apreço a bruxa. Finalmente ele a beija, ele a ataca como um animal sedento por sangue, não que ele não seja um; ela deixa que ele se divirta por breves segundos, mas ela passa as mãos no seu pescoço e ele retira as mãos que outrora estiveram no rosto dela para colocá-las em sua cintura e a erguer no alto. Por puro extinto ele a coloca em cima da mesa.

Ela quer dominar a situação, ele sorri entre as mordidas que distribui em seu colo, a aluna estava finalmente alcançando o mestre, mas ele não deixaria ser dominado. Ele então para os movimentos e começa a encarar aqueles olhos azuis:

_Eu não sou o Blackhood, não se esqueça de quem sou eu.

E assim, sem dar tempo dela se quer balbuciar algo, ele rasga a camisola de seda e ataca sua não tão indefesa vítima. Ela não podia resistir e muito menos queria, ele estava com raiva de mais para sequer pensar em levá-la para um quarto qualquer e ali ficaram.

Naquela noite escura, no silêncio da antiga casa Spellman, dois pecadores se entretêm até os primeiros raios de sol.   

The other half-breedOnde histórias criam vida. Descubra agora