past

60 2 3
                                    

A neve caía lentamente pelo chão, cobrindo as ruas, transformando a calçada em um tapete branquinho. Hyunjin dormia pacificamente no banco de trás do carro, coberto por uma manta branca, que Seo deixava ali para quando o casal viajava. O mais velho dirigia pelas ruas até então, calmas, já que era apenas quatro da manhã.

Eles estavam indo buscar JeeHe, a irmã mais velha de Bin. Ela era modelo e estava passando a temporada em milão, para comerciais e fotos para a empresa da qual trabalhava. Changbin fez questão de que JeeHe ficasse no apartamento do casal.

JeeHe tinha sido seu porto seguro por tanto tempo enquanto criança. Ele a via como sua mãe quando mais jovem, já que a moça que deu a luz, era distante e nunca se importou de fato com o filho. A família de Seo era bem sucedida no quesito financeiro, mas família e comunhão estava fora de equação.

{...}

Flashback on!

O que houve Binnie? - A adolescente perguntou notando os olhinhos marejados do irmãozinho, que estava em pé nas escadas da entradas da casa, que dava visão ao belo e vasto jardim da casa branca, porém, a grama já estava morta, pela falta de esperança ou felicidade naquele local.
Changbin estava vestido com um roupa infantil, a blusa do personagem Keroppi estava molhada de lágrimas.

- Eu fiz um desenho hoje na escola mas a mamãe e o papai não querem ver. - O garotinho lamentou, formando um biquinho em seus lábios. - Noona, por que eles não gostam do Bin?

- Binnie, eles gostam de você, apenas não sabem expressar... - Respirou fundo e se sentou do lado do irmão. - Você não quer me mostrar, príncipe?

Changbin assentiu e foi buscar o desenho para mostra-lo para JeeHe. Entregou a folha para a mais velha, que ficou surpresa ao ver a arte feita pelo irmãozinho. Na folha de papel, havia um desenho, onde havia uma garota, que julgava ser ela mesma, juntamente com o pequeno. Eles estavam no jardim da casa, brincando nos balanços. Porém, o intrigante era a distância entre os filhos dos pais. No desenho, a mãe e o pai de Seo estavam afastados, dentro de um carro, indo embora. Por mais que fosse um desenho inocente, ele carregava muito significado.

- Está lindo meu amor. Faça mais desenhos e me mostre, eu amo ver todos. - Disse docemente, arrumando os cabelos pretos do pequeno.

- Tá bom! Eu te amo noona. - Se jogou nos braços finos da mais velha, enfiando sua cabeça na curvatura de seu pescoço. Inalou o perfume docinho que lhe trazia tanto conforto.

JeHee o pegou no colo, levando o desenho consigo, e foi até o quartinho em tons pastéis de Seo, já que o mesmo estava bocejando e ficando molinho.

E ali ficou, dando o carinho que o irmão precisava.

JeHee, até seus dozes anos, cresceu sozinha e sem companhia naquela grande casa. Mas, quando Changbin nasceu, tudo coloriu. Suas tardes eram mais felizes e ficava ansiosa para chegar em casa para ficar com o menininho. Ela o ensinou as cores, alguns animais, a dobrar peças de roupas e ajudou no desfralde. Ofereceu colo e foi o abrigo que os pais não podiam e nem conseguiam oferecer.

Por esse mais um milhão de fatores, o apreço de Bin pela irmã era maior do que pra qualquer familiar.

Com o tempo e distanciamento, quando saiu de casa, perdeu o contato com os pais, já que os mesmos foram morar na Indonésia e emanciparam Changbin. Eles nunca fizeram falta realmente, mas gostaria de ter sentido os cheiros do abraço de uma mãe ou abraços apertados do pai. Mas JeHee era melhor para si, ele a amava e queria apenas ela em noites de pesadelos ou para entregar presentes feitos na escolinha.








Meu pequeno JinnieOnde histórias criam vida. Descubra agora