mom and dad

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- Vão embora, ninguém quer vocês aqui! - JeHee rugiu, alto o suficiente para fazer Hyunjin estremecer, já que assistia tudo sem entender.

- Cala sua boca garota, viemos aqui para falar com ele. Changbin, queremos que saía daqui.

- O quê? - Ele sibilou, sua voz já embargada pelo choro.

- O que você quer ficando aqui? Por que está com esse garoto? Por Deus, Seo Changbin. Sua mãe e eu estamos sendo prejudicados por fofocas dizendo que nosso filho é gay e mora com um também. Deixe de ser ingrato, demos e fizemos de tudo por você. Você sabe que este garoto não gosta de você de verdade, não é mesmo? Há também uma garota que pode nos ajudar nos negócios, pode te dar benefícios. Se você se casar com e- - O grisalho cuspiu, as palavras carregando certo nojo.

Changbin ao ouvir aquelas palavras, fincou suas unhas na própria mão, segurando os soluços.

- Eu não irei embora, não ligo pro negócio estúpido de vocês. Eu odeio os dois, saíam daqui. - Gritou, encarando os dois com as orbes cheias de água. - Nunca se importaram com nada além de dinheiro. Peguem essa merda desse dinheiro sujo e sumam daqui! Hyunjin é a melhor pessoa que já existiu pra mim, não ligo se nos odeiam, eu nunca fiz questão de amá-los também! Eu e JeHee nunca estivemos dentro da equação de merda de vocês, sempre fomos a incógnita deixada de lado. Por Deus, por que são tão oportunistas assim? - Sua voz era amarga, já denunciando um choro.

- Ei pirralho, quem pensa que você é para falar assim, em porra? - Pegou um dos copos da mesa e jogou no chão. O vidro espatifou no chão, causando um barulho alto. Kkami latia no fundo, causando mais caos. - Eu acabo com essa merda em três minutos, eu dou um jeito de acabar com esse garoto imundo do qual você namora, termino com tudo.

- Ei! Sua louca, vaza daqui! - Hyunjin gritou, mandando a mulher ir embora.

- Seu abusado, você acha que eu não sei que morou naquele lugar sujo depois que os desgraçados do seus pais morreram!? - Gritou a mulher, totalmente fora de si.

JeHee notou Seo se encolher, no canto, murmurando coisas desconexas, enquanto suas lágrimas rolavam pelas bochechas vermelhas.

- Hyunjin, leve ele daqui. - JeHee gritou, para que parasse de gritar com o casal. Hwang obedeceu, foi até Changbin, que chorava inconscientemente da situação, totalmente imerso do mundo, perdido nos gatilhos e memórias antigas. Hematomas roxos pelo corpo magro, puxões de cabelo, palavras de má índole...

Hyunjin vendo que não adiantaria nada ficar ali, então, com dificuldade, ergueu Changbin em seu colo, o levando para o quarto.

Já na sala, JeHee brigava com o casal, discutiam sistematicamente, cada um jogando acusações sobre os outros.

- Deem um fora, antes que eu ligue para a porra da polícia! Espero que o império de mentiras de vocês desmorone. Nunca mais procurem Changbin, ele já tem traumas o suficiente! - Disse, empurrando para fora os genitores, que xingavam a garota de tudo que é coisa.

Fechou a porta, mantendo a dupla para fora, e finalmente, trancou-a.

(...)

- Binnie, amor, pode me ouvir? - Hyunjin perguntava ao garoto, que chorava feito criança, com as mãos sobre os olhos. Hwang não sabia o que fazer para acalma-lo, porém, quando se sentia daquele jeito, havia apenas uma saída. Era temporária, mas eficaz para o momento.

Foi até o banheiro e lavou uma de suas chupetas novas, que ainda não havia usado. Secou e foi até o quarto novamente, onde Changbin seguia no choro doloroso.

- Bin, gatinho, olha pra mim. - Disse suavemente para o mais velho. - Quer? É confortável... - Mostrou o objeto verde para Changbin, que franziu as sobrancelhas.

- Abre a boquinha - Changbin pensante, hesitou antes de obedecer, mas assim fez. Logo, o conforto do objeto percorreu sobre o seu corpo. Logo, o choro começou novamente, mas agora, não chorava por ter o toque de alguém sobre si, e sim pela falta dele.

Hyunjin abriu os braços e acolheu o namorado, que chorava alto. Hyunjin sentiu um nó se formar em sua garganta, porém se conteve, para confortar o pequeno Bin. Changbin teve uma regressão impura, porém, era o certo e a única forma dele se acalmar.

- Pronto querido, quietinho... - Afagou os cabelos no momento, lisos. O choro foi se cessando aos poucos, haviam apenas olhos vermelhos e marcas de lágrimas secas nas bochechas salientes de Seo. Ele sugava aquela chupeta, respirando fundo. Hyunjin o ninava, devagarzinho, dando calma ao corpo frágil que carregava.

Changbin era forte, gostava de ajudar e era um amor, não merecia nada daquilo. JeHee se sentia muito mal, ela não pode proteger o irmão. Aquele gatilho tinha sido terrível, agora, a casa tinha um ar pesado, horrível. O que era para ser uma noite de natal, se tornou em un tormento. Ela preferiu esperar Hyunjin acalmar o garoto, não quis se intrometer.

Um dos braços de Changbin estavam envolta do pescoço de Hyunjin, as mãos intervalam em brincar com os fios de Hwang e apertar o suéter clarinho.

- Jin... canta... - Changbin murmurou.
- Jin... - Suplicou, franzindo as sobrancelhas, denunciando um choro.

Hyunjin tentava encontrar algum resquício de musicas infantis em sua mente. Se lembrava vagamente de uma música que sua mãe cantava quando ele era pequeno.

Eu tenho uma bonequinha assim
Ela veio de Paris pra mim
Ela tem um lindo chapéu
E também um amor de véu

Eu boto ela em pé não cai
Ela diz mamãe, papai
Mas um dia sem razão
Escorregou e caiu no chão

Quebrou o rostinho dela
E também o dedinho do pé
Eu levei ela no doutor
Que sabia curar sem dor

A bonequinha chorou, chorou
E eu também chorei, chorei
Só depois que ela sarou
Eu brinquei, brinquei, brinquei

Perdido em estrofes, Hyunjin notou o corpo que segurava amolecer. Notou as lágrimas finas descerem pelas orbes, percorrendo as bochechas, deixando marcas de lágrimas secas ali. Deitou o pequeno na cama e resolveu deixar o garoto descansando, quietinho.

Fechou a porta do quarto e saiu, deixando o ambiente escuro, para facilitar o sono de Changbin.

Ao chegar na sala, deu de cara com Jehee chorando, muito abalada.

- Noona... - Abriu os braços. - Não se culpe...

- Jin, obrigada, você é perfeito para meu irmão. Perdão pelo o que meus pais disseram, eles não são normais, eu- , droga, sinto muito. - Agarrou mais forte o mais alto.

- Tudo bem, vai ficar tudo bem...

Meu pequeno JinnieOnde histórias criam vida. Descubra agora