𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓

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S/N

As coisas passam como um borrão, nem parece que eu havia sonhado, mas havia esquecido. Meus olhos se abrem rapidamente, a luz da janela já estava aberta há essas horas? Eu esfrego meus olhos, sentando na cama.

- Boo.

- AH! - grito quando sou pega de surpresa pela fala mansa de Simon, eu agarro o lençol com força. - Idiota! Criança!

- A única criança aqui é você, m'lady - comentou, dando-me uma piscadela, eu suspiro.

- Por que está acordado há essa hora? Além do mais... que horas são?

- 5h.

- 5H?

- Por que? está esperando alguém? - ele pergunta, ficando de frente para mim.

- Só fiquei surpresa, como eu havia dito... O que está fazendo acordado? - esfrego ainda mais os olhos.

- Câmeras. - ele responde, o objeto pequeno quebrado em suas mãos revela o óbvio, mas ainda decido perguntar por vontade própria e por burrice.

Começo a franzir o cenho quando vejo o objeto.

- Onde estava isso? - levanto da cama rapidamente.

- No seu abajur.

- No MEU abajur?!

- Onde mais esperava? - perguntou.

- No banheiro, não sei...

Ele respira forte antes de começar a explicar.

- Não sei como você não percebeu isso antes.

- Na verdade, eu teria percebido isso antes...

- Ah, jura? não parece... - com sarcasmo.

- Simon, é sério! - pego em seu antebraço forte, olhando em seus olhos.

Ele me encara intensamente por alguns segundos antes de olhar para o objeto novamente, sem dar nenhum sinal para que eu me afaste. O que é um milagre...

Ele me lembra do AZ as vezes...

Ele era tão discreto e forte, comparado aos outros militares. Tão iluminado e confiante...

- Vai ficar me encarando até quando, senhorita?

Aperto ainda mais o braço dele e me aproximo ainda mais.

- Até você me responder!

- Você não perguntou nada. - ele se afastou de mim, examinando a câmera. Ele foi para o outro lado do quarto, eu respiro forte. Meus punhos estavam leves, meus dedos estavam mais soltos, um sinal de que eu estava irritada.

Eu me viro para ele, meu cabelo bagunçado balançando suavemente, graças a Deus eu havia lavado o cabelo.

- Como descobriu que havia uma câmera? - pergunto.

- É fácil. Uma luz vermelha, apenas uma. E é possível achar tudo.

Eu penso.

Quando fui pegar os relatórios para Shade, eu fui para o meu escritório. Não passei no meu quarto em momento nenhum. Isso significa que já havia alguém dentro da minha casa...

- Simon-

- Já sei no que está pensando, não preciso de informações.

- Você as vezes tem que parar de ser tão independente de si mesmo, e parar de ser arrogante. - cruzo meus braços.

- O que vai fazer agora? - ele me encara.

- ... Ligar para primeiro ministro. Talvez ele saiba o que fazer.

- E não vai deixar o trabalho comigo? - perguntou, sua voz em um tom de desdém.

- Você está em um nível diferente do dele. - respondo sorrindo, amando provocar ele. Eu rapidamente pego meu celular em cima da penteadeira.

O número de Davidson é o primeiro da minha lista, perfeito. Davidson é um máximo!

Assim que início a chamada, eu coloco meu celular perto da minha orelha para escutar melhor. Eu fico de costas para Simon, meus dedos ficam inquietos na penteadeira.

Quando Davidson atende. Eu sorrio.


Caminhando pelos corredores da empresa rapidamente, tentando acompanhar Davidson e sua caminhada de passos longos. Ainda bem que apenas vesti um terno feminino, que é o que eu sempre uso em eventos sociais, e principalmente quando estou no meu local de trabalho.

- Bem, me conte detalhes do que aconteceu - ele pergunta.

- Simon Riley, meu guarda-costas, me contou que achou uma câmera no meu abajur ontem a noite enquanto eu dormia. O que significa que-

- Significa que alguém entrou na sua casa sem que você saiba...

- Isso.

- E as câmeras? estavam desativadas? - nós dois subimos as escadas.

- Infelizmente. Normalmente eu desativo elas em algum momento.

- Bem, deixe-as ligadas da próxima vez - Davidson sorri para mim.

Quando chegamos no topo da escada, eu consigo ver cabelos pretos ondulados, alto, olhos verdes claros, e um terno preto formal. Maves. Marido de Davidson. Eu sorrio ao vê-lo.

Pelo o que Davidson me contou na ligação, ele também vai me ajudar nessa busca, e eu estou muito agradecida por isso. Nós caminhamos em direção a ele.

Assim Maves nos vê, ele abre um pequeno sorriso.

- Senhorita S/n. Bom te ver. - ele ergue sua mão para cumprimentar, eu aperto a mão dele sorrindo.

- Igualmente.

- Bem, como eu havia avisado, ele vai te ajudar junto comigo, seremos os advogados criminalistas de uma advogada criminalista - ele comenta com um sorriso e tento conter minha risada. - Bem, por aqui - ele aponta para o elevador.

Entramos no elevador e Davidson aperta os botões certos. O elevador obviamente sobe lentamente. Eu amo a sensação de estar em um elevador com ele funcionando, é tão...

- Onde está seu guarda-costas? - Maves pergunta, com uma sobrancelha arqueada.

- Ah, deixei ele de patrulha na casa. - sorrio ao imaginar Simon protegendo minha casa.

- Hummm... - Davidson sorri, seu murmúrio provavelmente foi para tirar sarro de mim, ou pelo menos me provocar. - Parece que ele gosta muito de você...

Eu já consigo sentir minhas bochechas esquentarem.

- Não é nada disso...

Ou será que não é mesmo?...

𝐌𝐘 𝐁𝐔𝐍𝐍𝐘 | 𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄 𝐒𝐈𝐌𝐎𝐍 𝐑𝐈𝐋𝐄𝐘 Onde histórias criam vida. Descubra agora