Uma oportunidade

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Diana encontrou Bruna encolhida no sofá, os joelhos dobrados contra o peito e o rosto molhado de lágrimas.

— Bruna? — Diana chamou, a voz carregada de preocupação.

Bruna ergueu o rosto, os olhos inchados e vermelhos, como se a dor tivesse sido acumulada por horas. Ela tentou falar, mas as palavras não saíam, apenas soluços e suspiros curtos de desespero. Diana não precisou de mais nada para entender que sua filha estava profundamente machucada.

— Meu amor, o que aconteceu? — Diana perguntou, aproximando-se com cuidado, sentando-se ao lado de Bruna.

Ela passou os braços ao redor da filha, puxando-a para junto de si, oferecendo o calor de um abraço seguro. Bruna não resistiu; ela se aninhou no colo da mãe, os soluços aumentando à medida que a proteção de Diana a envolvia.

— Mãe... — Bruna finalmente conseguiu dizer, entre os soluços. — Eu... eu vi o Tomás... com outra garota... a Evelyn... eles estavam juntos, abraçados...

Diana sentiu o peito apertar ao ouvir aquilo, seu coração se partindo ao perceber a dor de Bruna. Ela sabia o quanto Tomás significava para a filha, e o choque de traí-la assim... não havia palavras que pudessem consolar uma ferida tão recente.

— Ah, meu amor... — Diana murmurou, segurando Bruna com mais firmeza, passando os dedos suavemente pelos cabelos dela. — Eu sinto tanto por isso. Eu sei como deve estar doendo agora.

Bruna chorava descontroladamente, seu corpo tremendo de tanta tristeza. Diana, com toda a paciência e delicadeza de uma mãe que entende, não apressou o momento. Ela sabia que às vezes a única cura para uma dor tão profunda era o tempo e a presença de alguém que amasse incondicionalmente.

— Você não precisa dizer nada agora, Bruna. Estou aqui com você, por quanto tempo for preciso. — A voz de Diana era baixa e suave, como se quisesse acalmar cada pedaço partido do coração da filha. — Chore o quanto precisar, amor. Mas lembre-se que você é muito maior do que essa dor. Não importa o que ele tenha feito, isso não define quem você é.

Bruna, ainda nos braços da mãe, começou a respirar de maneira mais controlada. O toque constante e reconfortante de Diana, passando as mãos pelas costas dela, acalmou o furacão que parecia impossível de controlar.

— Ele... ele me traiu, mãe — Bruna finalmente conseguiu dizer entre lágrimas, com a voz quebrada. — Eu o vi com ela... eu nunca imaginei...

Diana sentiu um nó na garganta, mas não deixou que seu próprio desgosto pelo que Tomás tinha feito aparecesse. Esse momento não era sobre sua raiva, era sobre Bruna e sua dor.

— Eu sei, meu bem. Mas você vai superar isso, eu prometo — disse Diana, beijando o topo da cabeça da filha. — Vai levar tempo, e você vai passar por altos e baixos, mas eu vou estar com você a cada passo. Você é forte, Bruna, mesmo que agora não se sinta assim.

Elas ficaram ali, abraçadas no sofá, enquanto Bruna deixava as lágrimas caírem, sentindo a segurança de ter sua mãe ao lado. Diana sabia que essa dor não passaria tão rapidamente, mas também sabia que Bruna, com seu amor e apoio, encontraria forças para seguir em frente.

— Estou tão feliz que você está aqui — Bruna sussurrou, a voz rouca pelo choro. — Eu não sabia pra onde correr...

— E você sempre poderá correr pra mim, meu amor — Diana respondeu, segurando o rosto da filha e olhando nos olhos dela, com um sorriso suave e reconfortante. — Sempre.

Bruna se afastou um pouco do abraço, passando as mãos pelo rosto para secar as lágrimas que teimavam em continuar caindo. Ela respirou fundo, como se estivesse se preparando para dizer algo que pesava em seu peito.

Querida Vizinha - Diana & FátimaOnde histórias criam vida. Descubra agora