Diana, com a voz trêmula, tentou manter a calma e puxou Bruna para o lado, passando a mão em seu ombro.
— Filha, calma... nós vamos conversar, eu prometo. Tudo vai ficar bem.
Mas antes que pudesse explicar mais, Fátima, visivelmente abalada, ergueu a voz, tentando enfrentar Robson.
— Eu não estou roubando ninguém! Bruna, a última coisa que eu quero é causar qualquer dor a você ou à sua mãe. — Ela se virou para Robson, segurando as lágrimas. — E você não tem o direito de vir aqui, gritando e espalhando essas coisas!
Robson deu uma risada amarga e olhou diretamente para Bruna.
— Pois é, Bruninha. A sua mãe está mesmo querendo destruir a sua família e de quebra levou meu casamento. Sai de casa e vai beijando a amiga... Vai levando a vida assim, como se fosse um jogo! — Ele deu um passo para dentro da sala, aumentando a tensão. — Quer transformar tudo isso num caos? Parece que já conseguiu!
Foi nesse momento que Hugo entrou na sala, a expressão incrédula e o olhar semicerrado, claramente confuso, mas já afetado pelo que ouvira no restaurante. Ele parou, olhando para Diana, Fátima, e depois para Robson.
— Alguém pode, por favor, me explicar o que está acontecendo aqui? — Sua voz saiu seca, quase um sussurro de indignação. Ele olhou diretamente para Diana, os olhos cheios de mágoa. — É verdade isso? Você e a Fátima...?
Bruna, completamente desnorteada, virou-se para a mãe, uma mistura de confusão e desapontamento nos olhos.
— Mãe... eu achava que vocês eram amigas, só amigas. Se eu soubesse que tinha alguma coisa a mais... nunca teria dito para a Fátima dormir na sua cama.
A revelação de Bruna parecia desmoronar ainda mais o ambiente. Hugo arregalou os olhos, surpreso e indignado.
— Na cama da sua mãe? — Ele repetiu, incrédulo. — E quando foi isso, Bruna? Quando eu estava viajando?
Diana deu um passo à frente, determinada a não deixar as coisas saírem mais do controle.
— Não aconteceu nada do que vocês estão imaginando, Hugo! — disse ela, encarando-o. — Robson, isso tudo está fora de proporção, e você sabe! — Ela olhou para Fátima, que também balançava a cabeça, tentando encontrar as palavras.
— A verdade é que... nada do que estão dizendo tem a ver com a realidade — completou Fátima. — Isso tudo é um mal-entendido, e eu nunca quis que nada disso chegasse até aqui.
Mas as vozes entrelaçadas e os olhares de desconfiança só intensificavam o caos. A sala parecia pequena demais para suportar tantas emoções em ebulição, cada pessoa lutando para ser ouvida, enquanto a verdade continuava perdida no meio de todas as versões e sentimentos conflitantes.
Fátima não conseguiu mais suportar a pressão. O desespero tomou conta dela e, com um grito angustiado, ela exclamou:
— Chega, Robson! Você não deveria estar aqui! — Com o olhar ardendo de determinação, ela continuou. — Antes de eu chamar a polícia para te tirar daqui, eu preciso te dizer algumas coisas. Você foi quem acabou com o nosso casamento, muito antes da Diana aparecer. A única coisa que a Diana fez foi me dar um pouco de autoestima, liberdade, cuidado e confiança — coisas que eu nunca tive ao seu lado!
Robson ficou em silêncio por um momento, mas logo recuperou o fôlego, tentando desferir um golpe baixo.
— Você não deveria estar aqui porque o relacionamento já acabou! E você já estava com a amante, enquanto eu estava ali, tentando fazer o que? Todas as suas vontades! Além disso, nem sei quantas vezes presenciei traições e falta de respeito!
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Querida Vizinha - Diana & Fátima
Любовные романыEm um condomínio onde as aparências enganam, Diana e Fátima, duas mulheres em casamentos tóxicos, descobrem uma conexão inesperada ao se ajudarem a enfrentar seus medos e inseguranças. Enquanto lidam com maridos possessivos e ciúmes, elas se veem em...