A Girl Like This
PrólogoTaylor Swift
Para mim, a poesia é mais que um simples gênero literário em que os temas mais subjetivos como a morte, memória, amor e etcetera se oferecem como ponto de partida para um reinvenção dos sentimentos ou para uma escrita que rompe com a linguagem e lhe convida a ouvir uma espécie de melodia ausente da fala cotidiana. Para mim, a poesia é um amor. O meu primeiro amor. E não há outra palavra que descreva tão bem oque realmente sinto, além, é claro, daquelas que eu escrevo em meus textos poéticos mais profundos, mais torturados, onde a penumbra da noite percorre por todo meu coração e alma.
Relacionamentos passados já me machucaram muito e com todas as dores já tomadas por mim, as minhas fases de cura foram, apesar de conturbadas, aliviadas pelas palavras de meus poemas. Escrever, para mim, é como uma terapia, e mesmo sendo um tanto quanto solitária, é um momento para que todos meus fantasmas possam se desconectar de mim sem me causar ferimentos ainda mais graves e profundos.
Em virtude disso, também não posso deixar de destacar o quanto gosto de estar diante de experiências do homem comum, essas que são expressas em linguagens formais o bastante para serem publicadas regularmente nas páginas de imprensas, ou seja, naqueles espaços da vida pública que são os jornais e as revistas, que podem facilmente alienar ou não uma pessoa. E é por isso que eu trabalho com o jornalismo e enfrento quase que um inferno todos os dias para que meu trabalho seja o mais reconhecido, embora eu seja uma mulher jovem que acabou de se formar.
A faculdade, assim como o resto da vida, foi difícil. Não só em questões acadêmicas, (até porque, modéstia parte, sempre fui muito boa no que faço) mas também em questões sociais em que amizades, relacionamentos e ligações foram cortadas por causa de rivalidades e humilhações. Só não ouso dizer que foi pior do que o ensino médio.
Todavia, não posso ser ingrata. Entrar em uma das maiores empresas jornalísticas do país não é para qualquer um, ainda mais em minhas condições. Ainda não sei ao certo como consegui o emprego. Pode ter sido por causa do meu amor pela poesia presente no diálogo das ruas, o encanto trazido pelas palavras e o sabor dos clichês históricos em que o senso comum algumas vezes se perpetua. Também pode ter sido apenas pela ingenuidade ou ignorância do vice-presidente do local, Travis Kelce. Em qualquer uma das alternativas, reconheço o quanto isso pode me ajudar a me tornar a maior poeta e prosista da minha época e, talvez, marcar algumas gerações futuras.
No início eu era apenas uma estagiária, no entanto, após eu me formar na faculdade, eu saí da empresa Jornalista Kelce para buscar meu verdadeiro lugar. Alguns meses depois disso, eu comecei a entregar currículo por aí. Cheguei a entregar em três cidades: Londres, Kansas e Nova York. Em destaque, Nova York sempre teve meu coração. Eu nasci e cresci no interior da Pensilvânia, em uma fazenda de árvores de natal, mas assim que terminei o ensino fundamental, meus pais decidiram se mudar para Nashville, no Tennessee, por causa de uma oportunidade de emprego que meu pai recebeu. Meu irmão mais novo não gostava muito da ideia, mas eu particularmente amei. Nashville não é A metrópole, mas com certeza lá eu teria mais oportunidades como escritora do que no interior. E foi dito e feito. Consegui bolsa na melhor escola de ensino médio da cidade e comecei a trabalhar em meio período para começar a juntar dinheiro para a faculdade que eu queria fazer em Nova York. Com muito esforço e dedicação consegui entrar New York University no curso de jornalismo e escritura, tanto a cidade quanto a universidade me acolheram de uma forma que me fez nunca querer ir embora.
Voltando aos currículos, nenhuma empresa queria uma garota inexperiente como funcionária, foi assim que entreguei currículo para todas as sedes das empresas Kelce, espalhadas por todo o país, eles já me aceitaram antes como estagiária, por que não aceitariam agora que estou com meu conhecimento formado por completo? Fui aceita na de Nova York. Tudo parecia um sonho, exceto por Travis Kelce, que obviamente não tem potencial algum para estar na empresa, mas ser filho e herdeiro dos maiores donos deu a ele uma mãozinha. Minha entrevista de emprego foi justamente com ele e a primeira coisa que ele falou foi: "eu te conheço, garota?". Até ele entender que eu já havia trabalhado lá foi uma luta, mas no final ele me aceitou com a seguinte frase: "Tá, tanto faz... Você já sabe de tudo para trabalhar aqui então não preciso te explicar nada. Você começa semana que vem.". E então eu comecei a trabalhar lá, e assim está sendo dês de o ano retrasado.
Travis Kelce e eu não vivemos em planetas diferentes. Muito pelo contrário, vivemos no mesmo mundo onde as mentiras e trapaças se fazem presentes em todo o cenário. A diferença entre nós é que Kelce se aproveita disso, eu não. Eu conheço a superação do abismo que há entre todas as línguas existentes, entre a linguagem coloquial e a linguagem literária. Para poetas e escritores como eu, existem formas da literatura se desvencilhar daqueles modelos do passado e fundar sua própria singularidade. Para escritores rasos como Travis Kelce, este duplo paradoxo talvez não exista, nunca existiu e nunca existirá. E esse é o maior ponto de diferença entre Kelce e eu, Taylor Swift.
As diferenças entre nós se destacam, em sua maioria, na forma de sentir e talvez de se situar no mundo. Travis Kelce é do tipo que escreve regularmente em jornais ou revistas, ganhando muito dinheiro por causa disso. Já eu sou do tipo de escritora que pratica outros gêneros literários em um campo textual quase que próprio, que oferece possibilidades expressivas que todos os gêneros proporcionam, mas que a poesia as destacam.
Meu trabalho é muito bem remunerado, por causa dele consegui conquistar muitos dos meus sonhos em pouco tempo, até porque querendo ou não, o dinheiro sempre nos dá um empurrãozinho que nos ajuda a conseguir alcançar nossas maiores conquistas. Travis Kelce, porém, não parece ter sonho algum. O cara é milionário e nunca o vi como alguém de princípios ou valores, pelo contrário, sempre o vi chegando de ressaca no trabalho, saindo mais cedo com mulheres e desrespeitando seus pais que, além de pais, são seus chefes.
De um ponto de vista de nossa situação presente, essas diferenças também podem significar uma antologia que tem um significado de alternância instantânea de nostalgia e revolta, tolerância e protesto, riso e a tristeza. Kelce vive arranjando pequenas intrigas comigo, a vontade de retrucar é forte, mas a necessidade de estar com o trabalho é maior ainda.
Quem sabe Travis Kelce cresça algum dia. Pode ser que ele ache alguém que o concerte, alguém que faça com que o lado sábio dele se aflore mais do que seu lado babaca. Kelce é uma pessoa inteligente, só precisa saber lidar com essa sabedoria de forma que não só ele se beneficie. Ele se acha tão superior que uma raiva borbulha dentro de mim toda vez que ele faz aqueles comentários escrotos sobre a minha pessoa. isso faz com que, ás vezes, eu acabe falando um pouco demais sobre ele para meus amigos, e então eles começam a fazer piadas sobre o quão apaixonada por Travis Kelce eu sou.
Em uma segunda análise, talvez essa rivalidade seja uma futura entrada para nos tornarmos, juntos, uma forma de de resistência contra a desaparição daquilo que talvez seja a própria razão da nossa inimizade. Em meio ao caos e às incertezas, inseguranças e injustiças galopantes da sociedade que ainda vivemos, podemos descobrir a graça, a harmonia, olhares de afeto e cumplicidade e, enfim, sentimentos e lembranças que alimentem o senso crítico, já que é isso que possivelmente nos ajudaria a lutar por uma dor que ainda respiram nas casas e nas ruas de toda a nossa nação. Mas isso ocorrerá apenas em um futuro quase impossível, onde Travis Kelce talvez não fosse babaca e eu talvez não fosse tão cabeça dura assim.
Notas da autora:
aaaaa faz muito tempo que eu estava querendo postar esse prólogo, mas ainda não tinha certeza se estava bom o suficiente, então dei uns ajustes aqui e ali e deu nisso.
Essa história vai ser totalmente diferente de "Small Talk, Big Love", tanto na parte do enredo quanto na escrita. Uma coisa que está me incomodando muito na fic citada agora pouco é a minha escrita. Sinto que melhorei muito e que agora o início de Stbl está com uma escrita rasa que não condiz com a minha capacidade.
Também estou me aventurando mais no mundo dos livros e lendo autores que nunca havia lido.Espero do fundo do coração que vocês gostem dessa história tanto quanto vocês gostam de Small Talk, Big Love, até porque estou escrevendo com o mesmo carinho de sempre!
Amo vocês,
Beijosss 🤍
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a girl like this
RomanceTravis Kelce, um escritor jornalista, aceita Taylor Swift, também escritora, para trabalhar em sua empresa. A implicância de Kelce com Swift faz com que ambos vivam em pé de guerra, brigando como cão e gato. Um dia, porém, todo esse cenário de águas...