Taylor Swift
Quando eu era criança, meus pais me asseguram que, no dia 25 de dezembro de cada ano, passeava no céu, de casa em casa, um senhorzinho gentil com um saco de presentes para aquelas crianças que se comportassem devidamente.
Eu nunca acreditei nessa história. Na magia do natal, porém, eu sempre confiei, e desde jovem já entendia que, para algumas crianças, o Papai Noel era parte de tudo aquilo.
Uma dessas crianças era meu irmão mais novo, Austin, um menino que, ao contrário de mim, vivia falando do barbudo. Ele dizia que sentia pena do velho. "Por que um senhorzinho tão legal sai por aí entregando presentes para crianças que, muitas vezes, são travessas e ele nem imagina? Ele não fica cansado?" Austin me perguntava quando éramos crianças.
—Vamos, Swift! Pare de enrolar e volte ao trabalho! —Travis disse me fazendo sair do meus devaneios.
Percebi que eu tinha um sorriso bobo no rosto enquanto pensava em minha boa e velha infância, mas é claro que Kelce fez com que esse fio de nostalgia saudosa se dissipasse em apenas alguns segundos.
Assim que voltei para o panorama e hemisfério da realidade, lembrei-me de que tinha um pedido a fazer para o homem ranzinza.
—Travis! Será que podemos conversar por um instante? —questiono, levantando-me da cadeira onde antes eu estava sentada para exercer meu trabalho.
—Acredito que, por um instante, sim. —Travis informa, me olhando de cima a baixo com suas íris verdes e virando-se em direção à sua sala.
Demorei alguns segundos para compreender, mas logo entendi que era uma solicitação para o seguir. Me apressei para acompanha-lo. Entramos em sua sala e a coisa que mais pude observar com cuidado foi o quanto o pequeno escritório é como um mundo paralelo do resto da empresa. Lá era como o próprio universo de Travis, seu próprio cosmo.
As prateleiras ocupadas por retratos de fotos em família, troféus acadêmicos, alguns livros de seu gosto e, principalmente, elementos e objetos característicos do futebol americano. Capacetes, bolas ovais e chuteiras estavam presentes na maior parte do espaço, como um globo de memórias onde as orbes são as lembranças de algo que provavelmente ainda o agradam. Já havia estado presente diversas vezes naquela sala, mas só agora consegui identificar os detalhes mais pessoais.
—Taylor? —Travis expressa se apoiando na ponta da mesa. —O que queria me falar? —pergunta.
—Eu queria te perguntar se eu poderia sair mais cedo do trabalho hoje, eu não tenho muita coisa para fazer aqui e preciso comprar os presentes de natal para-
—Não pode. —ele esclarece simples, me interrompendo.
—Mas eu nem terminei! —transmito com o semblante tempestuoso.
—Não importa. Você não vai sair mais cedo. —ele diz impassível e seco.
Eu aceno com a cabeça e ando em direção à porta. Eu realmente precisava de um tempo extra para comprar os presentes de natal para minha família.
—Taylor, —ele chama com o tom de voz mais alto.
Eu paro com meus passos e viro apenas a minha cabeça para dar o ouvidos a sua próxima fala. Por um momento acreditei que ele mudaria de ideia.
—Daqui a pouco estou saindo. Não vai me desejar nem uma boa noite? —ele questiona.
Eu me viro completamente para ele e o dou um sorriso forçado, claramente descontente com a situação.
—Tenha uma boa noite. —digo.
—Obrigado. Pode sair. —um sorriso travesso surge em seu rosto.
Me virei novamente e, controlando minha respiração, saí da sala. Travis Kelce acha que pode fazer as maiores asneiras com qualquer um, por um lado eu até entendo, até porque ele nunca levou a culpa pelas consequências de suas merdas.
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a girl like this
RomanceTravis Kelce, um escritor jornalista, aceita Taylor Swift, também escritora, para trabalhar em sua empresa. A implicância de Kelce com Swift faz com que ambos vivam em pé de guerra, brigando como cão e gato. Um dia, porém, todo esse cenário de águas...