"Um mundo ardente e particular.."
05²⁰²²
Alguns meses após as férias na casa de veraneio, Sunoo arrumou suas coisas e decidiu finalmente aceitar ir morar com Riki em seu apartamento.
Estava estranhamente quente para o mês de novembro. Algumas caixas estavam espalhadas pela sala e uma música desconhecida ecoava do celular de Sunoo no cômodo vazio.
Eles estavam pintando o futuro escritório do mais velho e antigo cômodo onde Riki guardava suas bugigangas fotográficas. Sunoo usava uma blusa preta simples que tinha conseguido manchar de tinta nos primeiros cinco minutos, calção e meias brancas. Ao contrário dele, Riki usava um moletom velho da universidade, com a franja amarrada em um elástico para cima. Ficava feio nele, mas não tão feio quanto ficaria se Sunoo não tivesse rido por um bom tempo com a imagem. Eles passaram a maior parte do tempo sem falar nada. Depois que pintaram tudo, ficaram sentados com as pernas se encostando, como para lembrar um ao outro que estavam ali.
Nessa mesma época, as inclinações pessimistas de Sunoo haviam crescido e o cercaram por completo. O relacionamento deles estava estranho, embora fingissem estar bem. O trabalho do mais velho estava se acumulando cada vez mais, reuniões, planilhas e documentos. As viagens de Riki aumentando com os eventos de fim de ano. Tudo parecia estar crescendo de forma desenfreada entre eles.
— E o festival de moda em Busan?
Sunoo cortou o silêncio e encarou Riki pelo canto do olho, uma mancha de tinta havia respingado na altura do queixo.
— Vamos ficar dois dias em um hotel próximo ao evento. — contou Riki. Somente pensar naquele trabalho o fazia querer chorar. — São cinco coleções com trinta e cinco peças cada. O hyung desejou boa saúde a minha coluna. Se a nossa chefe estiver de bom humor, ela provavelmente vai me recompensar com uma folga. Podemos ir a um encontro.
— Existe uma versão dela de bom humor? — zombou Sunoo.
— Ela está namorando um magnata de Singapura. Dessa vez ele não é vinte anos mais novo que ela, imagino que estejam felizes. — ele deu de ombros, deslizando o dedo na pele quente de Sunoo e retirando a mancha. O olhar demorado nos lábios macios para então sorrir afetuosamente. — O amor muda as pessoas.
— Tenho certeza disso.
O mais velho desviou o rosto com as bochechas vermelhas.
— Como tá na empresa?
Sunoo parou, olhou para Riki e deu uma risada trêmula como se quisesse encerrar a conversa.
Ao invés disso, mudou de assunto.
— Você conversou com Sunghoon?
Riki não conseguiu evitar a sensação ruim que o preencheu com aquele nome. Ele ainda estava tentando lidar com seu relacionamento e as tarefas diárias de seu emprego quando seu telefone tocou, um mês atrás, e a voz sem vida de Sunghoon ecoou as palavras antes de desligar.
"Ela perdeu o bebê."
Aquilo havia atingido o grupo inteiro, mas Riki não conseguia dizer o motivo de se sentir tão mal.
O rosto de Yurin no velório ainda o assombrava durante o sono — um olhar sem vida. Ele lembrava das lágrimas se acumulando nos seus olhos, da ardência na garganta e, ao lado dele, o som de Sunoo desmoronando, chorando de soluçar. Lembrava de prender a respiração, como se estivesse com medo de sobrecarregar os outros ao seu redor.
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Amar e Ser Amado | SUNKI
RomanceSunoo e Riki são felizes, mas após uma série de desentendimentos acabam rompendo o relacionamento no calor de uma discussão. Na mesma fatídica noite, o destino decide conceder uma segunda chance a eles com a eventualidade de um acidente. A partir d...